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Votorantim fecha 2024 com R$ 6,7 bi em caixa e vê na Hypera uma ‘oportunidade estratégica’
Após registrar receita de R$ 51,8 bilhões em 2024, holding acelera estratégia de diversificação iniciada há mais de uma década

Bom dia, você vai ler hoje:
💊 O remédio na carteira da Votorantim
🇺🇲 O fim dos preços baixos nos EUA
A oportunidade que a Votorantim vê na Hypera

João Schmidt, CEO do Grupo Votorantim. Ilustração: João Brito
O grupo Votorantim, que completou 107 anos em janeiro, transformou-se radicalmente nas últimas décadas. Antes dependente de commodities, hoje se posiciona como um investidor diversificado, atuando em energia renovável, serviços financeiros, saúde...
Em 2024, a empresa registrou uma receita de R$ 51,8 bilhões (alta de 7%) e um Ebitda de R$ 11,9 bilhões (crescimento de 23%). A holding encerrou o ano com R$ 6,7 bilhões em caixa e baixa alavancagem, demonstrando força para novos investimentos.
O movimento mais recente que representa essa estratégia foi o aumento de sua participação na Hypera, saltando de 5,1% para 11% em meio à tentativa de compra hostil pela EMS.
João Schmidt, CEO da Votorantim, explica: "O setor de saúde nos interessa há bastante tempo. A Hypera é a única companhia de porte de capital aberto nesse setor. Era onde havia uma porta de entrada."
A era dos produtos baratos nos EUA já estava acabando. E agora chegaram as tarifas

Ilustração: João Brito
Só existe uma coisa pior do que inflação: deflação. Quando todos os preços caem sem parar, significa que a atividade econômica ruiu. A Grande Depressão, dos anos 1930, foi marcada por uma deflação constante, fruto de tombos seguidos do PIB.
Mas a deflação em um setor específico, como o de bens essenciais, geralmente significa um respiro aos consumidores. Muitas vezes é um sinal de que, por meio da produtividade e da tecnologia, os bens estão melhorando sem ficarem mais caros.
Foi o que aconteceu com os computadores e telefones, por exemplo.
E os EUA viveram um fenômeno assim com intensidade. Entre 2012 e 2019, os preços de serviços como habitação, saúde e educação subiram 2,7% ao ano. Mas os dos bens de consumo (fora alimentos e combustíveis), caíram 1,7% a.a. Um senhor alívio.
A pandemia marcou o início do fim dessa era. A esperança era que ela voltasse em algum momento. Agora, não mais. As tarifas de Trump jogaram água no chopp de quem apostava nisso.
Economistas do Goldman Sachs, por exemplo, aumentaram de 2,8% para 3% a expectativa de inflação neste ano — lembrando que a meta do Fed é 2%.
E ainda há os efeitos indiretos do protecionismo. O pior deles: reduzir a competição, que é justamente um dos motores dos investimentos em aumento de produtividade e redução de custos.
Entenda melhor esse círculo vicioso nesta reportagem do WSJ (em português).
Edição: Ana Carolina Moreno