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A caça aos galpões
⚠️ O risco-Tanure | 💸 Dividendos da Petrobras
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Avanço do e-commerce acirra disputa por galpões no Brasil
“Seu pedido saiu para entrega” – poucas frases emocionam tanto. Entregas rápidas viraram o maior diferencial competitivo no mercado de e-commerce. Por isso, operar centros de distribuição perto do consumidor se tornou central na estratégia de companhias como Mercado Livre, Amazon, Shein, Shopee...
Não é só a localização. Galpões logísticos de ponta também oferecem pisos resistentes, climatização, segurança reforçada, selos de sustentabilidade. Eles são conhecidos como instalações A, AA ou AAA – o alto luxo da logística.
Estima-se que o Brasil tenha 40 milhões de metros quadrados em galpões logísticos de alto padrão. E 80% dessa área está concentrada em cinco estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco.
São Paulo abriga boa parte desses espaços. Em um raio de até 40 km da capital, são 15 milhões de metros quadrados de galpões Classe A – e, desde 2020, a região recebe mais 1,3 milhão de m² por ano. Mas a demanda também não para de crescer. Não à toa, o preço dos aluguéis tem disparado: só no segundo semestre de 2024, o valor médio subiu 9%.
Hoje vamos falar sobre:
⚠️ O risco-Tanure
💰 Lucros recordes, demissões em alta
🚗 A invasão dos carros chineses
💸 Dividendos da Petrobras
HIGHLIGHTS
💰 R$ 2 bilhões no Master
Daniel Vorcaro, o dono do Banco Master, injetou R$ 2 bilhões na instituição. Segundo a Bloomberg, esta foi uma das exigências do Banco Central para aprovar a fusão do Master com o BRB. O Cade já deu sinal verde para o negócio nesta semana. Agora, falta o aval do BC.
💡 O plano da Enel
A Enel São Paulo divulgou um plano de investimento de R$ 10,4 bilhões entre 2025 e 2027 – valor recorde e 68% acima do ciclo anterior. Este será um período decisivo para a distribuidora de energia: a concessão em São Paulo vence em 2028, e a Enel tentará renová-la por mais 30 anos, mesmo diante de críticas recorrentes ao serviço e forte pressão política.
⚠️ O risco-Tanure
O empresário Nelson Tanure é conhecido por adquirir empresas em dificuldade, como Oi e Light. Agora, ele está negociando comprar uma boa fatia da petroquímica Braskem. Isso tem preocupado os chamados bondholders, investidores com títulos de dívida da empresa em dólar. O receio é que Tanure tente renegociar os termos da dívida, o que costuma significar pagar menos ou adiar prazos.
UMA IMAGEM

Na foto: a explosão de um protótipo do foguete Starship, da SpaceX. Aconteceu na noite de quarta-feira, no Texas, durante um teste em solo. Ninguém se feriu. Esta foi a quarta falha em testes da Starship só neste ano – uma sequência de contratempos que complica os planos de usar a espaçonave numa missão da NASA à Lua em 2027, parte de um contrato de US$ 4 bilhões com a agência americana. (Rocket Future/Reuters)

Mesmo com lucros recordes, empresas americanas estão demitindo

Na ordem natural das coisas, as empresas demitem durante períodos de crise – e contratam novos funcionários quando a economia se recupera. Mas não é isso que está acontecendo. A economia dos EUA vai bem: no fim do ano passado, os lucros corporativos bateram o recorde histórico por lá. Mesmo assim, a folha de pagamento das empresas está encolhendo.
Tem a ver com uma nova filosofia corporativa: a de que companhias enxutas são mais eficientes. E que, com a ascensão da IA e de novas ferramentas de produtividade, o mesmo número de funcionários deve ser capaz de produzir mais.
Andy Jassy (na foto), CEO da Amazon, disse recentemente que a IA deve reduzir o número de empregos corporativos. No início do ano, ele também escreveu que os melhores líderes são aqueles que “fazem o máximo com o menor número de recursos necessários para realizar o trabalho”.
Nos últimos três anos, as companhias de capital aberto dos EUA cortaram, em média, 3,5% dos cargos administrativos. As chefias médias foram as mais afetadas: o número de gerentes caiu 6,1% entre 2022 e 2025, segundo a consultoria Live Data Technologies.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
22 mil
É o número de carros que a BYD já importou para o Brasil em 2025.
O país virou peça-chave na estratégia de expansão global da BYD e de outras fabricantes chinesas. A associação de montadoras Anfavea projeta um salto de quase 40% nas importações de veículos da China neste ano, para algo em torno de 200 mil unidades.
Se isso acontecer, as montadoras chinesas passarão a responder por 8% das vendas totais de veículos leves no Brasil.
UMA FRASE
“A gente espera que haja [dividendos extraordinários este ano], vamos ver se o nível de preço do petróleo permite.”
VALE PARAR PARA LER
👟 Mesma origem, rumos contrários
As fabricantes de calçados Grendene e Vulcabras chegaram até aqui graças à mesma família: a Grendene Bartelle. Mas, agora, seguem rotas bem diferentes. A Grendene – dona da Melissa, Rider e Ipanema – patina no mercado interno e tenta crescer lá fora. Já a Vulcabras – que comanda a Olympikus e a operação da Mizuno no Brasil – vive sua fase dourada, com vendas em alta e lucros recordes.
🖥️ A corrida por data centers
A inteligência artificial consome volumes cavalares de dados, você sabe. Por isso, as big techs estão em busca de mais e mais endereços para instalar sua infraestrutura digital. Os países da América Latina tentam mostrar que são o destino ideal: o Chile, por exemplo, planeja abrigar mais 30 data centers até 2028.
OFF WORK
Os benefícios da solidão
“Solidão, palavra cavada no coração”, canta Paulinho da Viola. E não é só no dele. No mundo, 24% da população diz se sentir solitária, segundo uma pesquisa do instituto Gallup. Em 2017, o problema até ganhou um apelido: epidemia de solidão. Só que, recentemente, alguns autores começaram a falar sobre os benefícios de saber aproveitar esse estado – tipo autoconhecimento, independência e criatividade.
É isso. Boa sexta-feira e bom fim de semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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