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O plano da Mapa Capital para a Casas Bahia
🥩 Um conto de dois frigoríficos | 👥➡️👥 Reag troca de controle
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
O plano da Mapa Capital para a Casas Bahia. E as pedras no meio desse caminho
A Casas Bahia precisava de fôlego. Então, renegociou parte de sua dívida em debêntures: uma fatia teve o prazo estendido para 2027, outra ganhou taxas de juros menores. E uma terceira passou a ser conversível em ações da companhia. Em junho, a gestora Mapa Capital comprou do Bradesco e do BB as debêntures-que-viram-ações. Depois de convertê-las, passou a controlar 85% da varejista.
Como nova dona do negócio, a Mapa tem se instalado sem grandes rupturas. Embora pudesse reformular todo o conselho de administração, preferiu só adicionar mais duas cadeiras. A única saída foi a de André Coji, conselheiro ligado a Michael Klein.
Segundo fontes ouvidas pelo InvestNews, a gestora aprova a gestão atual da varejista – que desde 2023 vêm fechando lojas, enxugando os estoques e reduzindo a operação online para cortar os custos. A ideia, então, é dar continuidade à estratégia.
O maior desafio ali continua sendo o endividamento alto – no 1º trimestre, a dívida bruta era de R$ 4,5 bilhões. A esperança é que a chegada da Mapa, que tem experiência com outras reestruturações, ajude a abrir portas para um crédito mais barato.
Enquanto isso, a gestão da Casas Bahia segue mapeando outras fontes de recursos para o caixa. Uma opção é vender a Mega Loja na marginal Tietê, avaliada em até R$ 200 milhões.
Veja mais nesta reportagem de Raquel Brandão.
Hoje vamos falar sobre:
👥➡️👥 Reag troca de controle
📦 O rombo dos Correios
🥩 Um conto de dois frigoríficos
🇺🇸 Trump cada vez mais perto de influenciar o Fed
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HIGHLIGHTS
👥➡️👥 Reag troca de controle
Para conter a crise de reputação após a Operação Carbono Oculto, a Reag está trocando de controlador. O fundador, João Carlos Mansur, vendeu sua fatia de 87% para executivos da própria gestora, liderados por Dario Tanure. Foi uma transação de R$ 100 milhões em assunção de dívida. Pelo acordo, Mansur ainda terá direito a 5% da receita da gestora por cinco anos e a 15% do valor em caso de venda da empresa.
🚧 A vencedora do Santos-Guarujá
A portuguesa Mota Engil venceu o leilão para construir e operar o túnel Santos-Guarujá – o primeiro túnel subaquático do Brasil. O projeto será uma parceria público-privada, com investimento estimado em R$ 6 bilhões ao longo de 30 anos de concessão.
🏭 Tanure insiste na Braskem
Nelson Tanure tentou comprar a fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, mas perdeu a exclusividade das negociações para a gestora IG4 – que agora tem preferência até 20 de novembro. Mesmo assim, Tanure tenta manter de pé a aprovação preliminar que obteve no Cade. Mas a Petrobras, segunda maior acionista da Braskem, resiste ao negócio.
UMA IMAGEM

Os Correios registraram prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2º trimestre. No acumulado do ano, o rombo já soma R$ 4,37 bilhões – três vezes mais que no mesmo período de 2024.
Em junho, a estatal avisou ao governo que pode precisar de recursos da União para não estourar o caixa. Mas, segundo a Folha, a equipe econômica já sinalizou que não há espaço no Orçamento para qualquer aporte.
Na foto: uma van dos Correios em São Paulo (Getty).
O MELHOR DO INVESTNEWS
Um conto de dois frigoríficos
Na sexta, o Cade aprovou sem restrições a fusão da BRF com a Marfrig. Nasce agora a MBRF Global Foods, companhia com faturamento anual de R$ 150 bilhões e presente em mais de 100 países.
Boatos sobre uma fusão já circulavam desde 2019. Na época, a BRF tentava se reerguer após a passagem frustrada da gestora Tarpon e de Abílio Diniz pelo comando. Já a Marfrig vivia uma fase de expansão, puxada pela operação americana da National Beef.
Dois anos depois, Marcos Molina, o controlador da Marfrig, surpreendeu o mercado ao comprar mais de 20% da BRF de uma vez, num aporte de cerca de US$ 1 bilhão.
Sua chegada ali não foi tranquila: rolou uma resistência da família Fontana, fundadora da Sadia, e de acionistas de peso como o fundo Petros. Com o tempo, as tensões se dissiparam e, em março de 2022, Molina assumiu a presidência do conselho da BRF, passando a ditar os rumos da companhia.
Agora, com os dois negócios oficialmente unidos, Molina já sinaliza ao mercado: o próximo passo deve ser listar a MBRF na Bolsa de Nova York – seguindo o caminho da rival JBS.
Veja mais nesta reportagem de Rikardy Tooge.


Trump está cada vez mais perto de influenciar as decisões do Fed
Em agosto, a economista Adriana Kugler renunciou repentinamente ao cargo de diretora do Federal Reserve. Isso abriu espaço para Trump indicar um novo nome ao colegiado. O escolhido foi Stephen Miran, atual presidente do Conselho Econômico da Casa Branca, órgão que assessora o presidente sobre os rumos da política econômica.
Miran não pretende renunciar a seu cargo na Casa Branca. Ele propôs tirar uma licença não remunerada enquanto ocupa a cadeira no Fed – cujo mandato vai até janeiro do ano que vem.
Se aprovado, ele terá 1 dos 12 votos que decidem a taxa de juros nos EUA. Será a primeira vez na história recente do Fed que alguém do poder Executivo ganha voz sobre a política monetária.
No Senado, os republicanos se articulam para aprovar sua nomeação ainda antes de 16 de setembro, data da próxima reunião do BC americano.
No ano passado, o próprio Miran foi coautor de um artigo criticando a ‘porta giratória’ entre o Executivo e o Fed. No texto, ele defendia que qualquer diretor do BC fosse proibido de atuar no governo por quatro anos após o fim do mandato. Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço, diz o ditado.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
17%
Foi quanto as ações da Raízen subiram nos últimos cinco pregões. Os papéis de sua controladora, a Cosan, avançaram mais ainda: +27%.
Acontece que as duas estão firmes num plano de desinvestimento para reduzir a dívida. Na semana passada, a Raízen abriu mão de sua fatia no Grupo Nós, joint venture com a mexicana Femsa que operava as lojas Oxxo no Brasil.
Enquanto isso, a Cosan procura por um novo investidor para a Raízen – alguém disposto a aportar R$ 10 bilhões na companhia.
VALE PARAR PARA LER
👔 O império Armani
Giorgio Armani cultivou um modelo raro de independência no setor de luxo: nunca vendeu sua marca para os grandes conglomerados. Ao contrário de Prada, Dior e Chanel – hoje sob o guarda-chuva de grupos como Kering e LVMH. Com sua morte, na semana passada, surge o desafio: manter a relevância da marca sem o fundador, num mercado comandado por gigantes com muito mais fôlego financeiro.
É isso. Boa semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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