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Por que o BC não tem pressa para cortar a Selic
📍 Nióbio em Araxá | 🌊 Ibovespa contracorrente
Ouça a versão em áudio:
Por que o BC não tem pressa para cortar a Selic
Se os EUA cortaram os juros, o Brasil deve seguir na mesma direção em breve, certo? Não necessariamente. "Essa ligação não existe”, disse José Júlio Senna, ex-diretor do Banco Central, ao InvestNews.
No fim, só uma coisa importa: juros altos servem para controlar a inflação. E, por aqui, a inflação ainda não está controlada. Em agosto, o IPCA marcava 5,13% em 12 meses – distante da meta de 3%.
Nos EUA, a inflação está em 2,9%, contra uma meta de 2%. Outra questão é o desemprego. Por lá, o índice é o pior em quatro anos; por aqui, é o melhor desde 2012.
Alto nível de emprego é algo bom, claro, mas também força a inflação para cima; gastos públicos em alta, idem.
Essas duas coisas colocam mais dinheiro em circulação, enquanto o trabalho dos juros é justamente tirar dinheiro da praça. Isso deixa o Banco Central de mãos atadas: se baixar os juros num cenário assim, a inflação pode pegar fogo.
Veja mais nesta reportagem de Juliana Machado.
Hoje vamos falar sobre:
📍 Nióbio em Araxá
🤖 Agentes de IA vão cuidar da sua vida financeira
📜 Debêntures incentivadas continuarão… incentivadas?
🌊 Ibovespa contracorrente
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HIGHLIGHTS
🛒 A divisão no GPA
O GPA estuda uma capitalização privada de R$ 500 milhões. A proposta partiu de um grupo de conselheiros independentes, liderado por Rafael Ferri e Edison Ticle. Mas a família Coelho Diniz e o grupo Casino, que juntos detêm 47% da companhia, não apoiam a ideia, apurou o InvestNews.
✈️ A reestruturação da Azul
Ontem, a Azul apresentou à Corte de Nova York seu plano de reestruturação, como parte do processo de recuperação judicial nos EUA. A proposta prevê cortar US$ 2 bilhões em dívidas e levantar US$ 950 milhões por meio de uma oferta de ações.
🌮 A concentração do mercado de tortilhas
O Cade aprovou a compra da panificadora brasileira Wickbold pela mexicana Bimbo, mas com restrições. A empresa terá que vender a marca Tá Pronto, de tortilhas e wraps, e a Nutrella, de pães especiais. O objetivo é evitar concentração: juntas, as duas teriam 90% de todo o mercado nacional de tortilhas.
UMA IMAGEM

A mineradora australiana St. George Mining encontrou novas jazidas de terras raras e nióbio em Araxá, Minas Gerais.
A região já é famosa por abrigar a maior mina de nióbio do mundo, operada pela brasileira CBMM – responsável por 75% de toda a produção global.
Na foto: Araxá, a capital do nióbio (Getty).


Agentes de IA vão cuidar da sua vida financeira
Em Wall Street, a dúvida já não é se, mas quando a IA vai começar a tomar decisões de investimento para as pessoas. Não só dar conselhos – mas executar ordens de compra e venda, balancear os portfólios e administrar várias contas ao mesmo tempo…
Mas ainda tem chão até que as máquinas ganhem tanta autonomia assim. No mundo de hoje, a IA faz trabalhos menos glamourosos – mas úteis.
Tipo: a Vanguard, gigante com US$ 11 trilhões sob gestão, lançou chatbots de voz para atender clientes fora do horário comercial. E criou uma ferramenta que reescreve artigos de recomendação, adaptando a linguagem ao grau de experiência de cada cliente no mercado financeiro.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
3,75%
É onde o Fed enxerga os juros americanos no fim de 2025, segundo o dot plot – relatório trimestral que mostra a mediana das projeções dos diretores ali. Na prática, significa uma redução de mais 0,5 ponto percentual até dezembro. No documento anterior, de junho, a mediana estava em 4%.
Você sabe: ontem, o BC americano decidiu reduzir os juros por lá em 0,25 p.p., para 4,25% – o primeiro corte do ano.
Mas isso já estava precificado. O mercado seguiu o mantra “compra no boato, vende no fato”. Depois do anúncio, o S&P 500 fechou em leve queda de 0,09%. O dólar subiu 0,06%, a R$ 5,30. Já o Ibovespa nadou contra a corrente – mais sobre isso daqui a pouco.
UMA FRASE
“Os argumentos são bons em defesa das debêntures incentivadas.”
UM GRÁFICO

Está vendo esse último pico no gráfico? Aconteceu logo depois das 15h, quando o Fed anunciou o corte de juros nos EUA. Em seguida, o índice cedeu – mas nem tanto… Na contramão do dólar e da bolsa americana, o Ibovespa terminou o pregão de ontem em alta de 1%, a inéditos 145 mil pontos. No ano, ele avança 21%.
Enquanto isso, o S&P 500 sobe bem menos desde janeiro: 12%. É o retrato de uma tendência de 2025: a recuperação das bolsas nos mercados emergentes.
É isso. Boa quinta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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