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O saldão da Raízen
📈 A vez dos títulos privados | 🚢 O maior estaleiro do mundo
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Para diminuir dívida, Raízen faz ‘saldão’ de R$ 15 bilhões em ativos
A Raízen divulga o balanço do 2º trimestre hoje à noite. A expectativa é de que a dívida registrada ali já seja menor do que a do período anterior – quando chegou a R$ 34 bilhões. É que, nos últimos meses, a companhia acelerou a venda de ativos para diminuir o endividamento, em tempos em que o juro alto faz sangrar o caixa.
Nesse saldão, ela identificou R$ 15 bilhões em ativos vendáveis. A negociação de parte deles já colocou pouco mais de R$ 3 bilhões nos cofres da empresa. Entre as vendas recentes estão 55 fazendas de energia solar e a Usina Leme, de cana-de-açúcar.
Agora, espera-se que a empresa venda pelo menos outras quatro usinas até o começo de 2026. Os principais alvos são os ativos no Mato Grosso do Sul: duas plantas em Rio Brilhante e uma em Caarapó.
A Raízen também quer vender sua operação na Argentina. E uma das pessoas familiarizadas com a operação afirma que há pelo menos três interessados considerando fazer propostas.
Leia mais nesta reportagem de Raquel Brandão.
Hoje vamos falar sobre:
👗 Nova reestruturação na Azzas 2154
🚢 O maior estaleiro do mundo
📈 A vez dos títulos privados
🦄 Unicórnio de um homem só
HIGHLIGHTS
👗 Nova reestruturação na Azzas 2154
A Azzas 2154 vai unificar as operações de moda feminina e masculina – 15 marcas que juntas faturam R$ 7 bilhões. Roberto Jatahy, antes à frente da ala feminina, vai virar Chief of Brands Officer (CBO), responsável pela parte criativa do grupo. Há alguns meses, divergências entre Jatahy e o sócio Alexandre Birman quase abalaram a fusão entre Arezzo e Grupo Soma, mas o conselho conseguiu apaziguar os ânimos. Desde então, a empresa vem anunciando uma série de reestruturações.
📄 O fim da RJ da Samarco
A Samarco, joint venture da Vale com a BHP, recebeu o aval da Justiça de Minas para encerrar a recuperação judicial, após reestruturar mais de R$ 50 bilhões em dívidas. O processo começou depois do desastre de Mariana, em 2015, que paralisou a mineradora por quase cinco anos. A produção foi retomada parcialmente em 2020 – e, até hoje, está em 60% da capacidade.
🔫 Taurus volta ao lucro
A Taurus, maior fabricante de armas do Brasil, voltou a dar lucro no 2º trimestre: R$ 33 milhões, após prejuízo de quase R$ 9 milhões um ano antes. Das 260 mil armas vendidas no período, 216 mil foram para os EUA – 83% do total. Não à toa, a empresa classificou as tarifas americanas de 50% sobre o Brasil como “impacto severo a ser enfrentado”, e já planeja ampliar a produção em solo americano.


China cria o maior estaleiro do mundo, impulsionada pela rivalidade com os EUA
Está para nascer o maior estaleiro do planeta: uma fusão de US$ 16 bilhões entre as estatais China State Shipbuilding (CSSC) e a China Shipbuilding Industry. Juntas, elas controlam 17% do mercado naval do planeta, e acumulam uma carteira de 530 pedidos de navios – a maior do setor.
Trata-se de uma refusão, na verdade. As duas foram uma só até 1999, quando o governo decidiu separá-las para estimular a concorrência e impulsionar o crescimento da indústria.
Deu super certo. Hoje, a China tem mais de 200 vezes a capacidade de construção naval dos EUA, e responde por mais da metade da produção global.
Por que reunificá-las, então? É que, operando juntas, elas conseguem ganhar escala e cortar custos – ganhando mais fôlego para enfrentar as tarifas de Trump. A ameaça de sobretaxa já pesa sobre o setor: a Yangzijiang, maior estaleiro privado da China, recebeu só 14 encomendas no 1º semestre de 2025, contra 79 no mesmo período do ano passado.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
95%
Foi a redução do prejuízo da Americanas, que caiu de R$ 1,85 bilhão no segundo tri de 2024 para R$ 98 milhões agora. Tirando da conta os juros das dívidas e os impostos, o resultado foi azul: R$ 329 milhões.
É o primeiro Ebitda positivo desde a bomba atômica de janeiro de 2023, quando veio a público aquela fraude contábil que deixaria a empresa na lona.
UMA FRASE
“A resolução da Avon Internacional é prioridade absoluta para os executivos e o conselho de administração.”
UM GRÁFICO

Pela primeira vez na história, as empresas brasileiras têm mais dívida com o mercado de capitais do que com os bancos.
A diferença ainda está nos detalhes. Em junho, o volume de crédito dos bancos somava R$ 1,082 trilhão, o equivalente a 16,6% do PIB. Já o volume de títulos privados alcançou R$ 1,087 trilhão – ou 16,7% do PIB. Esse pacote inclui emissões de debêntures, CRIs, CRAs, FIDCs…
Acontece que, com a Selic nas alturas, o crédito bancário encareceu. O jeito foi correr ao mercado de capitais, que dá mais flexibilidade para rolar as dívidas.
VALE PARAR PARA LER
🦄 Unicórnio de um homem só
O Vale do Silício tem uma nova palavra da moda: “solopreneurs” – pessoas que tocam sozinhas empresas inteiras. A ideia é que, com ajuda de IA, empreender ficou mais barato – e poderia se tornar tão fácil quanto abrir um canal no YouTube. Nas rodinhas de tecnologia, até tem gente apostando em quem vai criar sozinho o primeiro unicórnio, empresa de capital fechado avaliada em mais de US$ 1 bilhão.
É isso. Até amanhã!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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