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‘Desmontadora’: o novo negócio da Stellantis no Brasil
⚖️ BRF-Marfrig: a saga continua | 🏥 Como a Oncoclínicas tenta reduzir a dívida
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
A lógica do novo negócio da Stellantis no Brasil: uma ‘desmontadora’ de carros
Montadora não ganha dinheiro só vendendo carro. Ganha também com manutenção de carro, você sabe. Coisa de 20% do faturamento vem daí. E agora a Stellantis deu um passo além no Brasil. Criou um ‘centro de desmontagem’ em Osasco (SP), que tira peças de carros que deram perda total e revende a preços mais em conta.
Desse jeito, a dona da Fiat e da Jeep entra num mercado novo para as montadoras daqui: o de peças usadas, que fatura R$ 2 bilhões por ano e mira num público que não tem dinheiro para comprar peças em concessionária.
Não é a primeira vez. A Stellantis mantém um centro assim em Turim, na Itália, há dois anos. Outras montadoras, como a BMW, a Toyota e a Nissan também têm estruturas desse tipo lá fora.
A coisa não se resume à venda de peças. Três quartos do peso de um carro estão na forma de metais recicláveis: aço, ferro, alumínio, cobre… Nos EUA, 20% da produção de aço vem só de carros triturados.
Pelo menos 95% dos veículos americanos acabam reciclados. No Brasil? Menos de 2%. É que os milhares de desmanches cadastrados pelo Detran só conseguem desmontar um ou dois carros por mês. O centro da Stellantis tem capacidade para 27 carros por dia. Trata-se de industrializar um processo artesanal.
Leia mais nesta reportagem do InvestNews.
Hoje vamos falar sobre:
⚖️ BRF-Marfrig: a saga continua
💭 O dream team de IA na GM
🏥 Como a Oncoclínicas tenta reduzir a dívida
🗑️ Lixo e o luxo
HIGHLIGHTS
🔄 Uma baixa no conselho da Petrobras
Pietro Mendes deixou a presidência do conselho de administração da Petrobras. Ele foi aprovado para assumir um cargo de diretor na ANP, o órgão regulador do setor de petróleo e gás. Agora, o conselho da estatal deve escolher um substituto provisório até a próxima assembleia de acionistas.
⚖️ BRF-Marfrig: a saga continua
O Cade suspendeu o julgamento da fusão entre BRF e Marfrig, previsto para ontem. Apesar disso, há maioria formada para aprovar o negócio: quatro dos cinco conselheiros já votaram sim. Mas ainda falta analisar o ponto mais sensível do negócio: a participação do fundo soberano da Arábia Saudita, o Salic. Ele é um acionista relevante tanto na BRF quanto na Minerva Foods – uma concorrente direta da Marfrig.
⏳ Mudança de CEO na Unigel
A petroquímica Unigel informou a saída de Dario Gaeta da presidência. Agora a CFO companhia, Helena Ramos, assumirá interinamente como CEO. A troca acontece em meio a uma crise na Unigel: com uma dívida de R$ 4,1 bilhões junto a um grupo de credores, a empresa pediu à Justiça para blindá-la de cobranças por 60 dias. A ideia é ganhar tempo para concluir a fábrica de ácido sulfúrico na Bahia – sua principal aposta para reerguer o negócio.
UMA IMAGEM

Desde o ano passado, comércios e indústrias de médio porte ganharam permissão para comprar sua energia no mercado livre. Não confundir com a rede de e-commerce: trata-se do sistema que permite escolher de quem comprar eletricidade, negociando o preço diretamente com as geradoras.
Pois bem. A Eletrobras está de olho nesse nicho. A meta é atrair empresas menores que já migraram para o mercado livre de energia – e agora precisam renovar seus contratos.
Como chamariz, a companhia está usando o seguinte argumento: a maior parte da energia que ela produz vem de hidrelétricas, mais estáveis que as usinas eólicas e solares. Mais: a partir de 2026, essas fontes renováveis devem deixar de receber subsídios que proporcionavam descontos nas tarifas – seu principal atrativo até aqui.
Na foto: a Usina de Tucuruí, da Eletrobras, no Pará (Getty)
O MELHOR DO INVESTNEWS
As alternativas para a Oncoclínicas diminuir sua dívida
Maior grupo especializado em tratamentos oncológicos do país, a Oncoclínicas ganhou um pretendente. Segundo apurou o InvestNews, o fundo de reestruturação Starboard apresentou uma proposta preliminar para comprar parte da companhia. Mas fontes ligadas ao conselho disseram que rejeitam a oferta, por considerá-la baixa demais.
Hoje, a dívida da Oncoclínicas é 4,4 vezes maior que seu lucro operacional – o nível seria considerado saudável se estivesse abaixo de 2 vezes.
Agora, a empresa estuda duas saídas para levantar dinheiro e reduzir a dívida. A mais provável é um aumento de capital, com a conversão de títulos de dívida em ações – como fez as Casas Bahia recentemente.
A outra saída seria vender ativos fora do seu core business – o tratamento de câncer. Uma fonte avaliou assim: “o maior erro da Oncoclínicas foi ter investido pesado na compra de hospitais gerais para disputar com Rede D’Or e Mater Dei”.
Leia mais nesta reportagem de Felipe Mendes.


O dream team de IA na GM
A GM está montando uma tropa de elite em inteligência artificial. A equipe é enxuta, com menos de 20 pessoas – mas todas egressas de gigantes, como Google, Apple e AWS.
Em empresas que não são exatamente do setor de tecnologia, o desafio tem sido aplicar a IA de forma realmente útil nas operações. É um voo de Ícaro: se ficar rente demais ao chão, limita a tecnologia a tarefas de escritório – e aí o ganho é marginal. Se chegar perto demais do Sol, por outro lado, acaba desperdiçando bilhões em projetos tão mirabolantes quanto inúteis.
Já aconteceu na GM. A montadora investiu US$ 10 bilhões no Cruise, um projeto de táxis autônomos. Em 2023, um carro-teste provocou um acidente na Califórnia. A partir daí, o programa perdeu fôlego. Foi encerrado em dezembro do ano passado.
Nessa nova fase, o objetivo é pensar em usos menos extravagantes da IA. Um dos projetos: usá-la para analisar dados de corridas em tempo real, ajudando a equipe a tomar decisões rápidas na Nascar e na Fórmula 1 – onde a montadora vai estrear em 2026, com a equipe Cadillac.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
R$ 1,9 bilhão
É quanto a Aegea vai pagar à Simpar pela Ciclus Ambiental, empresa de tratamento de resíduos sólidos.
O negócio inclui o aterro de Seropédica (RJ), o maior do país. Ele recebe 10 mil toneladas de lixo por dia – e, dali, produz 60% de todo biometano gerado a partir de lixo no Brasil.
O negócio amplia a atuação da Aegea em resíduos sólidos, área em que começou a atuar em 2022, com uma concessão no Cariri (CE).
Para a Simpar, esta é a primeira grande venda após anos de expansão. O negócio deve praticamente zerar a dívida líquida da holding, hoje perto de R$ 3 bilhões.
UMA FRASE
“Cada dia sem um acordo corrói ainda mais a participação de mercado dos agricultores americanos na China.”
VALE PARAR PARA LER
🏋️ Magros e musculosos
A Smart Fit ganhou um parceiro inesperado: o Ozempic. Segundo o CEO Edgar Corona, as canetas emagrecedoras têm levado mais gente às academias. Afinal, quem emagrece com remédio costuma querer manter os resultados – e buscar definição muscular. De olho nessa demanda, a rede de academias prepara a abertura de mais de 300 unidades em 2025.
É isso. Boa quinta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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