Faz alguns meses que Daniel Vorcaro, o dono do Banco Master, está em busca de compradores para alguns de seus negócios – uma forma de levantar caixa e viabilizar a venda do Master ao BRB. Agora, ele bateu à porta de Joesley Batista com uma oferta: 15% da rede de hospitais Oncoclínicas.

• Fontes ligadas às negociações disseram ao InvestNews que, embora ainda não haja definição de valores para os ativos, já circula até um esboço de contrato. O pacote inclui não só a fatia na Oncoclínicas, mas também a seguradora Kovr.

• Joesley analisa a proposta – mas é improvável que o negócio avance no curto prazo. Ele espera que Vorcaro conclua antes a venda do Master ao BRB. Uma fonte disse: “amanhã o Banco Central pode decidir tomar o ativo. Ninguém vai fechar compra sem segurança jurídica.”

Na Oncoclínicas, a situação não é das melhores. Sua dívida equivale a 4,4 vezes o lucro operacional – um patamar saudável seria abaixo de 2 vezes. Para aliviar o balanço, a companhia estuda duas saídas: um aumento de capital ou a venda de ativos. Mas a tese ainda não convenceu o mercado: ontem, as ações despencaram 17%.

Leia mais nesta reportagem de Felipe Mendes.

A americana Boeing está perto de fechar a venda de até 500 jatos 737 Max para a China. Se confirmado, este será o primeiro grande negócio entre elas desde 2017 – quando o país comprou 300 aviões do mesmo modelo por US$ 37 bilhões. 

• Mas, em 2019, a China suspendeu os voos do 737 Max, após dois acidentes num intervalo de menos de cinco meses. As entregas só foram liberadas de novo no ano passado. Tarde demais: a europeia Airbus já havia tomado a dianteira das vendas ao país.

• É um mercado valioso demais para se perder: o segundo maior do mundo – atrás só dos EUA. 

• Essa negociação tem seu peso geopolítico: pedidos de aviões sempre foram uma moeda diplomática entre EUA e China. Essa venda, então, faria parte de um pacote mais amplo para aliviar a disputa tarifária entre os dois. 

Na foto: por dentro de uma fábrica da Boeing em Washington (Getty).

O dólar cai 11% no ano. Se você vai viajar daqui a alguns meses, pode ficar tentado a comprar tudo agora, para “garantir o câmbio baixo”. Ou o contrário também: esperar até a última hora torcendo para o dólar cair mais ainda. Mas não. Nem uma coisa nem a outra fazem sentido.

• Só existe uma informação segura sobre o futuro: a de que ele é inescrutável. Nem você nem ninguém sabe o que vai acontecer com o dólar. 

• A única decisão racional, então, é fazer “câmbio médio”: comprar um pouquinho por semana até chegar a hora da viagem.

• Mas existem tendências. Uma é a de que a Selic se mantenha em 15% até o ano que vem; a outra de que o dólar não volte tão cedo à estratosfera – a iminência de cortes de juros nos EUA pressiona a moeda deles para baixo.

Se você mantiver o orçamento da viagem aplicado a 100% do CDI, então, e ir comprando devagarinho, aproveita a Selic em alta, numa realidade desfavorável ao dólar. Dependendo das condições, a economia com câmbio pode chegar a 4% em seis meses. Ou seja, se você vai viajar no começo do ano que vem, vale começar a fazer o seu câmbio médio agora mesmo.      

Veja mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata e Lara Asano.

Nesta manhã, Jerome Powell discursa em Jackson Hole, a conferência anual do Fed que reúne banqueiros centrais do mundo todo. Depois de oito anos, esta será a última vez que Powell sobe ao palco como presidente do BC americano. Seu mandato chega ao fim em maio do ano que vem.

• Não tem sido uma despedida tranquila. Desde que voltou à Casa Branca, Trump e seus aliados partiram para cima do Fed para tentar forçar uma queda nos juros. Nos últimos meses, o presidente já chamou Powell de “idiota”, “estúpido”, “teimoso”... 

• Quem convive com Powell diz que ele tem suportado bem a hostilidade. Para controlar o estresse, nada três vezes por semana e treina com um personal. Diz estar em sua melhor forma física da vida, aos 72 anos. Em público, ele repete que sua prioridade é proteger a independência do Fed: “quero entregar o cargo ao meu sucessor nessas condições. É a única coisa em que penso.”

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

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