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Como a tarifa de 50% favorece JBS e Marfrig
🥝 Natural da Terra à venda | 💰 Quase US$ 1 trilhão em recompras de ações
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Por que a tarifa de 50% sobre a carne beneficia JBS e Marfrig
Antes de falar do Brasil, vamos lembrar de um oligopólio americano. Quatro frigoríficos concentram 80% do mercado por lá: JBS, Tyson Foods, Cargill e Marfrig. Exato. Dos quatro grandes produtores dos EUA, dois são brasileiros.
A dupla JBS-Marfrig abate, sozinha, uma a cada três cabeças de gado nos EUA. Uma, por meio da JBS Beef North America. A outra, via National Beef, controlada pela Marfrig
Fato é que 70% do faturamento da JBS envolvendo bois vêm das operações dela nos EUA (e na Austrália). Na Marfrig, mais ainda: 77%
E elas exportam pouco do Brasil para os EUA. Na JBS, entre 1% e 3% do faturamento vem desse negócio. Na Marfrig, 0,2%.
Ou seja: mesmo que as duas deixem de exportar daqui para lá, o impacto vai ser ínfimo. Do outro lado, elas são praticamente empresas americanas. Acabam se dando bem nesse cenário de protecionismo extremo que a tarifa impõe.
Leia mais nesta reportagem do InvestNews.
Hoje vamos falar sobre:
🥝 Natural da Terra à venda
💄Um facelift na Natura
💰 Quase US$ 1 trilhão em recompras de ações
🏗️ Lucro bilionário na Votorantim Cimentos
HIGHLIGHTS
🥝Americanas e a Natural da Terra
A Americanas retomou o processo de venda da rede de hortifrúti Natural da Terra. Vai ouvir propostas até o final de agosto. Comprada por R$ 2,1 bilhões em 2021, a rede recebeu ofertas de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão no auge da crise da Americanas. E os valores foram rejeitados pela varejista. A venda é um compromisso do plano de recuperação judicial. Para facilitar, a Americanas dividiu as operações entre São Paulo e Rio de Janeiro, permitindo vendas separadas das lojas.
💄Natura arruma a casa
A Natura lucrou R$ 195 milhões no 2º trimestre. A marca Natura cresce forte (+10,3%), mas a Avon ainda patina (-12,9%). O grande movimento: a Avon Internacional foi classificada como ativo “mantido para venda”. Isso formaliza a intenção que a empresa já tinha anunciado. Tem mais. A geração de caixa ficou positiva em R$ 408 milhões no semestre – diferente do padrão histórico, que tem sido o de consumir caixa na primeira metade do ano.
🛢️ Novo chairman na Brava
A Brava Energia elegeu Richard Kovacs como novo presidente do conselho. Kovacs é CEO da EBrasil, empresa do pernambucano José Cantarelli – que também controla o fundo Yellowstone. O Yellowstone lidera um grupo de acionistas que forma o bloco de controle da empresa, junto com Jive Mauá e Queiroz Galvão. O movimento reforça o que o mercado já esperava: Cantarelli quer ter mais voz na petrolífera.
UMA IMAGEM

A Votorantim Cimentos, líder de mercado no Brasil, registrou lucro de R$ 1,8 bilhão no 2º trimestre – alta de 250%. Boa parte aí foi graças à venda da operação no Marrocos, que adicionou R$ 866 milhões ao caixa. Mas nem tudo é cimento fresco na betoneira da Votorantim: a empresa prevê uma queda na demanda nos EUA e no Canadá.
Na foto: Unidade industrial da Votorantim Cimentos no Pará (Bloomberg).


Empresas americanas estão recomprando ações em ritmo recorde
As companhias dos EUA já anunciaram US$ 984 bilhões em recompras de ações neste ano – o recorde para um primeiro semestre. Quem puxa a fila são as gigantes do S&P 500: a Apple disse que vai gastar até US$ 100 bilhões em recompras este ano. A Alphabet, US$ 70 bilhões.
Funciona assim: a empresa usa parte do caixa para comprar, no mercado, ações que ela mesma emitiu. O objetivo mais comum aí é tocar fogo nos papéis.
Faz todo o sentido. Ao fim e ao cabo, cada um dos acionistas passa a ser dono de uma fatia maior da empresa. Os papeis que restam no mercado vão pagar mais dividendos – ou ao menos ter esse potencial, caso a empresa não pague.
Isso também sinaliza que a companhia acredita na saúde dos negócios. Acredita que as ações estão mais baratas do que deveriam.
Por essas, investidores costumam festejar as recompras. Mas existe a turma dos céticos. Eles argumentam que o movimento infla artificialmente as ações. Tudo isso em um mercado que já está caro – e pode mascarar o impacto das tarifas de Trump nos balanços.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
16,24%
Foi o salto nas ações da M. Dias Branco, dona da Adria e da Piraquê, após o balanço.
O papel movimentou mais de R$ 80 milhões – oito vezes mais do que o giro da sexta-feira
No segundo trimestre, o lucro líquido cresceu 14% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A M. Dias aumentou os preços dela no período, só que não prevê mais ajustes. Cortesia de um câmbio mais manso e de uma melhora na oferta global de trigo – biscoito é dólar, afinal de contas. E a moeda americana nos leva ao próximo ítem.
UMA FRASE
“Não vamos mais usar o dólar em nossos negócios com a China”
É isso. Boa terça-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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