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JBS vai para NY: como ficam os acionistas?
⚖️ Petrobras quer mais poder na Braskem | 🦅 O dólar vai continuar enfraquecendo?
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
JBS vai para NY: como ficam os acionistas?
O frigorífico dos irmãos Batista está de malas prontas para a Bolsa de Nova York. A partir de junho, a empresa vai emitir as ações dela nos EUA – e os papéis JBSS3, que circulam hoje na bolsa brasileira, deixam de existir. Se você tem eles na carteira, vai rolar o seguinte: cada duas unidades vão virar um BDR, um recibo das ações novas, emitidas lá na América do Norte.
Na prática, os BDRs vão acompanhar pari passu o preço das ações lá de Nova York. A cotação aqui será em reais, mas vai variar também ao sabor do dólar, como acontece com qualquer BDR de ação americana.
Ou seja: a parte cambial entra no jogo. Se o dólar cair, você pode perder dinheiro mesmo que a ação da JBS suba. E vice-versa. Ah, e os dividendos pagam uma tributação de 15% na fonte.
Por outro lado, a JBS tende a ganhar valor no longo prazo. Ações negociadas nos EUA têm mais demanda. Para dar uma ideia: o valor somado de todas as ações da JBS equivale a 7 anos do lucro anual. O da Tyson Foods, concorrente dela no mercado americano, é de 17 vezes.
Hoje vamos falar sobre:
⚖️ Petrobras quer mais poder na Braskem
🦅 O dólar vai continuar enfraquecendo?
🍎 Tim Cook e o dilema do iPhone patriota
⛽ Etanol de trigo
HIGHLIGHTS
👑 Petrobras quer mais poder na Braskem
A Petrobras tem 47% do capital votante da Braskem, mas indica só 1 dos 7 diretores e 4 dos 11 conselheiros. Agora, ela quer mais influência – e vê nas negociações entre Novonor e Nelson Tanure uma chance de rever esses termos. O empresário está negociando a compra dos 50,1% que a Novonor tem na Braskem.
👚 O novo look da Renner
O conselho da Renner aprovou um plano de reestruturação interna. Agora, o grupo vai ter duas vice-presidências: uma focada exclusivamente na Renner e outra nas demais marcas – YouCom, Camicado, Ashua e Repassa. A ideia é dar mais atenção ao crescimento das marcas menores.
🍔 O boato e o fato
Agora é oficial: o fundo Mubadala confirmou que pretende fechar o capital da Zamp, operadora do Burger King no Brasil. Aí valeu aquela máxima de comprar no boato e vender no fato: as ações da Zamp caíram 7% ontem, depois de terem subido 17% na sexta, quando o rumor começou a circular.
UMA IMAGEM

Este mês, a gigante chinesa do delivery Meituan anunciou que vai investir US$ 1 bilhão para entrar no mercado brasileiro, de olho na concorrência com iFood e Rappi. Lá fora, o negócio vai muito bem, obrigado. Ontem, a empresa reportou lucro de US$ 1,5 bilhão no 1º trimestre – alta de 46% em relação ao ano passado. Na foto: Entregadores da Meituan em Pequim (Getty).
O MELHOR DO INVESTNEWS
A maré virou para o dólar – mas por quanto tempo?
Vira e mexe, o mundo se pergunta se o dólar ainda merece seu posto de moeda de reserva global. Foi assim em 2008, 2011, 2014 e… agora. A dúvida voltou com força desde o início da guerra comercial nos EUA, que abalou a confiança de investidores e bancos centrais. Resultado: o DXY – índice que mede a força do dólar frente a um grupo de moedas estáveis – acumula queda de 8% neste ano.
Ainda é cedo para dizer se este é o começo do fim para a hegemonia do dólar. Na história recente, a moeda americana voltou a se valorizar mesmo após crises pesadas. E, por enquanto, nenhuma outra moeda se mostrou capaz de assumir o posto de reserva internacional.
Seja como for, a queda do dólar é uma boa notícia para o Brasil, ainda que o movimento seja temporário. Afinal, a valorização do câmbio por aqui pode ser uma boa aliada no esforço de reduzir a inflação.
Leia mais nesta reportagem de Lucinda Pinto.

Tim Cook e o dilema do iPhone patriota

Não tem sido fácil comandar a Apple este ano. Tim Cook, o CEO da empresa, virou um alvo ambulante da retórica nacionalista de Donald Trump. Na última sexta, o presidente ameaçou impor tarifas de 25% sobre a companhia caso ela não transfira a produção de iPhones para os EUA.
É uma missão quase impossível: hoje, mais de 80% dos produtos da Apple são feitos na China. Segundo a Wedbush Securities, seriam necessários US$ 30 bilhões em três anos para transferir apenas 10% da cadeia produtiva para os EUA.
Para escapar do fogo cruzado entre EUA e China, a empresa tem traçado dois caminhos: transferir parte da produção para a Índia e levar a fabricação de chips para os EUA. Em fevereiro, ela anunciou que abrirá uma fábrica de servidores de IA no Texas até 2026.
Mas Trump quer mais. “Tive um pequeno problema com o Tim Cook. (...) Falei pra ele: não quero que você construa na Índia”, disse o presidente no início do mês.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
220 milhões
de litros de etanol por ano. Essa é a produção que a Be8 espera para sua nova refinaria, em Passo Fundo (RS). Até aí, nada demais: o Brasil produz 37 bilhões de litros por ano. A diferença é a matéria-prima. A Be8 vai transformar em etanol um tipo de trigo que não tem a qualidade necessária para virar pão.
UMA FRASE
“Quando vocês olharem para trás, daqui a 50 anos, vão querer saber que fizeram tudo o necessário para preservar e fortalecer nossa democracia.”
VALE PARAR PARA LER
🛺 Museu de grandes novidades
Carros elétricos são tão antigos quanto os a combustão. Na década de 1920, quase um terço dos táxis de Nova York era movido a bateria. Depois, cairia para zero, você sabe. E agora, 100 anos depois, a cidade está de volta para o futuro. 15% dos carros de aplicativo de Nova York já são elétricos.
🧪 Cartel S/A
O narcotráfico também tem seus investidores-anjo – que financiam e lavam o dinheiro do crime. No México, por exemplo, eles controlam empresas de importação que facilitam a entrada dos insumos do fentanil. Segundo o International Crisis Group, esse elo entre elite econômica e tráfico é um dos principais obstáculos para conter a expansão do mercado ilegal.
É isso. Boa terça-feira!
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Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito