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Dividendos rendem (bem) mais do que parece
🌆 O petroestado que desponta em energia solar | 🃏 Cartas de pokémon: o ‘investimento’ que já rende 3.800%
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Dividendos rendem (bem) mais do que parece
A razão existencial do sexo é produzir filhos. A razão existencial das ações é gerar dividendos. Nem todo sexo produz rebentos. Nem toda ação gera proventos. Mas é isso. E entre aquelas de empresas que passaram da fase de crescimento para a de pagamento, o retorno com dividendos é maior do que parece para quem não coloca tudo na planilha.
Vamos ver aqui o caso da Petrobras. Nos últimos cinco anos, os papéis da estatal subiram 43%. Mas se você coloca dividendos e JCP na conta, tudo muda de figura.
Num cenário em que você pegou e foi reinvestindo os proventos na própria Petrobras, o ganho patrimonial acumulado vai a 409%. Dá 670% do CDI.
Petrobras é um caso fora da curva. Mas o fato é que as boas pagadoras tendem a compensar. Banco do Brasil subiu 31% desde 2020 – as quedas recentes machucaram o papel. Mas o ganho com reinvestimento de dividendos é de 103%. Dá 170% do CDI.
E claro: se o dividendo ajuda a fermentar o ganho com as altas, amortece o impacto das baixas. De 2020 para cá, as ações da Vale caíram 7%. Colocando os dividendos na roda, a situação é menos deprimente: ganho de 59%. Dá 96% do CDI. Melhor do que muito fundo por aí – numa ação que caiu.
Veja mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata.
Hoje vamos falar sobre:
🌆 O petroestado que desponta em energia solar
🌱 R$ 260 bilhões em soja
🃏 Cartinha de pokémon: o ‘investimento’ que rende 3.800%
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HIGHLIGHTS
🛒 O futuro do Sonda
O fundo americano Advent está prestes a fechar a compra da rede de supermercados Sonda, por algo em torno de R$ 3,5 bilhões, segundo o Valor. O fundo já conhece bem o setor. Ele comprou o Walmart Brasil em 2018 e vendeu para o Carrefour três anos depois, por R$ 7,5 bilhões. Na época, a Reuters estimou um ganho de 300% na operação.
⚡ Iberdrola fica com 84% da Neoenergia
A espanhola Iberdrola comprou, por R$ 11,9 bilhões, os 30% da Neoenergia que estavam nas mãos da Previ. Agora, passa a deter 84% da elétrica. Como a Iberdrola já tinha o controle ali, a operação não vai exigir um tag along – regra que obriga um novo controlador a lançar uma oferta pelas ações dos demais acionistas. Agora, o mercado tenta decifrar se ela vai tirar a Neoenergia da bolsa ou não.
⛽ Gasolina com carimbo fiscal
A Rodopetro, distribuidora de combustíveis investigada na operação Carbono Oculto, entrou em recuperação judicial. A Secretaria da Fazenda de SP a colocou num regime tributário especial: antes de comprar combustível dela, o posto precisa se certificar que a empresa já pagou o ICMS. Caso contrário, assume parte da responsabilidade pela dívida. A Rodopetro diz que a medida derrubou 99% de suas vendas e deve lhe custar R$ 5 bilhões até o fim do ano.
UMA IMAGEM

Em agosto, o governo dos EUA gastou US$ 689 bilhões e arrecadou US$ 344 bilhões. O saldo disso foi um déficit de US$ 345 bilhões – 9% menor que no mesmo mês de 2024.
Cortesia das tarifas, claro. No mês passado, a alfândega americana arrecadou um valor recorde: US$ 29,5 bilhões em agosto, quase 4 vezes mais do que no ano anterior.
Na foto: Vista aérea do Porto de Los Angeles, na Califórnia (Bloomberg).


Arábia Saudita: o petroestado que desponta como uma potência da energia solar
A Arábia Saudita quer que, até 2030, metade de sua matriz energética seja solar. É um daqueles planos “do zero ao milhão”: até o ano passado, os raios do sol provinham só 2% da energia do país.
Faz parte de um pacote amplo anunciado ainda em 2016 para diversificar a economia local – com medidas tipo incentivar o turismo e privatizar algumas estatais. Tem funcionado. Por décadas, o petróleo respondia por 80% da arrecadação do governo saudita. Hoje, a cifra já caiu para 60%.
A meta de transição energética ficou largada às traças por quase 10 anos. Mas agora ganhou uma bela tração. Só em julho, três empresas sauditas anunciaram investimentos de US$ 8,3 bilhões em projetos renováveis – cinco plantas solares, com duas pitadas de fazendas eólicas.
A ideia ali não é trocar o petróleo por energia renovável. Hoje, a Arábia Saudita queima petróleo para gerar um terço da própria eletricidade – o que significa abrir mão de US$ 20 bilhões por ano em exportações. Ao reduzir essa dependência interna, sobra mais barril para vender lá fora.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
341 milhões de toneladas
Essa é a nova previsão do IBGE para a safra de grãos em 2025. É um salto de 17% sobre 2024 – e um recorde histórico.
A protagonista, como sempre, é a soja. Estima-se uma produção de 166 milhões de toneladas no acumulado do ano, alta anual de 14%.
Ontem, aliás, o IBGE também divulgou seu balanço da soja: ao todo, os produtores receberam R$ 260 bilhões com a safra de 2024, 25% a menos que em 2023. A queda foi resultado de uma combinação de seca, calor e preços mais baixos no mercado internacional.
UMA FRASE
“O ano de 2026 ainda vai ser desafiador para a produção de jatos comerciais.”
VALE PARAR PARA LER
🃏 O ‘investimento’ que rende 3.800%
As cartas de Pokémon viraram uma febre. Primeiro em colecionadores, depois entre especuladores. Elas são produzidas pela The Pokémon Company e vendidas em pacotinhos com cartas aleatórias. Cada nova coleção traz artes diferentes dos personagens da franquia, com graus distintos de raridade. De 2004 até aqui, essas cartinhas já valorizaram em média 3.800%. Mais que o S&P 500, que sobe 500% no período.
OFF WORK
✨ Balada da arrasada
“Se gosta do medo, não venha comigo / Não gosto de quem nunca corre perigo", ela avisou. Angela Ro Ro cresceu como a típica jovem da zona sul carioca dos anos 60. Mal atingiu a maioridade, já era presença confirmada nas mesas de bar e rodas de samba. Ainda nova, caiu na estrada. Foi de Milão a Londres ao lado Glauber Rocha, para ver se encontrava algum caminho. Nesta semana, Ro Ro faleceu aos 75 anos. Permaneceu sarcástica, irreverente e desbocada até o fim.
É isso. Boa sexta-feira e bom fim de semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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