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Carro elétrico: uma questão de segurança nacional (na China)
⛏️ Vale: mais minério, menos pelotas | 💨 PetroReconcavo: US$ 125 milhões em gás natural
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Por que os carros elétricos se tornaram uma questão de segurança nacional na China
A China é a quinta maior produtora de petróleo do mundo, com uma média de 4,7 milhões de barris por dia (bpd). Mas isso está longe de suprir a demanda nacional, de quase 16 milhões de bpd. Por isso, o país é ultra dependente do petróleo que vem de fora – e, desde 2013, lidera as compras globais da commodity.
Por lá, a autossuficiência energética já é um sonho desde a era Mao Tsé-Tung – em 1960, o ditador enviou 40 mil ex-soldados para explorar um campo recém-descoberto no país. Já nos anos 2010, sob Xi Jinping, o governo declarou que a China precisava de uma “revolução” energética para garantir sua segurança nacional.
Foi aí que cresceu a aposta nos carros elétricos para substituir os veículos a combustão. Obcecado por baratear esses modelos, o governo zerou o imposto sobre vendas – um incentivo que já custou US$ 100 bilhões aos cofres públicos desde 2018.
Deu mais que certo. Em 2024, quase metade dos carros vendidos na China eram elétricos – contra só 6% em 2020.
Outro ponto fundamental para viabilizar os elétricos por lá foi espalhar carregadores como se não houvesse amanhã. Já são 4 milhões deles nas ruas e estradas. Nos EUA, por exemplo, não chegam a 240 mil. No Brasil, onde os elétricos e híbridos há tempos viraram objeto de desejo da classe média, meros 15 mil.
Hoje vamos falar sobre:
📞 Remuneração da Oi está fora da área de cobertura
💨 PetroReconcavo injeta US$ 125 milhões no gás natural
⛏️ Vale: mais minério, menos pelotas
🚬 O cigarro está apagando
HIGHLIGHTS
📞 Fora da área de cobertura
A Justiça barrou o pacote de R$ 199 milhões aprovado pela Oi para pagar os conselheiros e diretores entre 2025 e 2027 – um aumento de 43% em relação aos três anos anteriores. A decisão classificou a proposta como “inadequada e impraticável”. Vale lembrar: a Oi entrou em sua segunda recuperação judicial em março de 2023, poucos meses após sair da primeira.
🧾 Totvs: quem espera sempre alcança
Em 2020, a Totvs perdeu para a Stone a disputa pela Linx, gigante de software para o varejo. Cinco anos depois, finalmente levou a empresa para casa. E por um preço bem mais camarada: R$ 3 bilhões, 54% a menos do que os R$ 6,7 bilhões pagos pela Stone na época.
🌱 Fertilizantes verdes no BNDES
O BNDESPar, braço de investimentos do banco estatal, comprou quase 20% do Grupo Santa Clara por R$ 114 milhões. A empresa produz fertilizantes especiais e bioinsumos – alternativas mais sustentáveis aos fertilizantes químicos e agrotóxicos.
O MELHOR DO INVESTNEWS
PetroReconcavo injeta mais US$ 125 milhões no gás natural

A PetroReconcavo não produz como as outras petroleiras independentes de capital aberto. São 27 mil barris por dia, contra 85 mil da Brava Energia e mais de 100 mil da Prio. Mas é a número um entre as produtoras exclusivamente onshore, que só operam em terra firme. E está investindo pesado em gás natural.
O pacote inclui a construção de uma planta de processamento na Bahia, que vai consumir US$ 60 milhões, e a compra de metade da infraestrutura de gás da Brava Energia no Rio Grande do Norte, por US$ 65 milhões.
A ideia de expandir a produção de gás vem de longe. Há 4 anos, ele representava 7% da receita da petroleira do Recôncavo baiano. Hoje, são 40%.
É que o escoamento do gás para as redes de distribuição é mais simples quando você opera em terra firme. E ele garante uma receita mais previsível que a do petróleo, com contratos de longo prazo que não oscilam ao sabor da cotação do Brent.
Leia mais nesta reportagem de Rikardy Tooge.
UM NÚMERO
3,7%
Foi o crescimento na produção de minério de ferro da Vale no 2º trimestre. Por outro lado, a de pelotas caiu 11,7%.
As pelotas são bolinhas de “minério enriquecido”, vamos dizer assim. Elas contam com um teor mais alto de ferro.
A culpada pela queda nessa parte é a China. A crise da construção civil por lá deixou as siderúrgicas com o caixa apertado, e elas estão evitando essa variedade, já que ela é mais cara.
UMA FRASE
“O Pix está realmente entregando o que os entusiastas das criptomoedas diziam – falsamente – que o blockchain conseguiria oferecer: custos de transação baixos e inclusão financeira.”
UM GRÁFICO

Até 8 de julho, o dólar caía 12% no ano. Estava em R$ 5,45 – perto da cotação de outubro, antes da disparada de dezembro que levou a moeda acima dos R$ 6.
Desde o anúncio do tarifaço americano sobre o Brasil, em 9 de julho, a coisa piorou: o dólar já subiu para os cinco-e-cinquenta-e-muitos.
Mas isso ainda significa uma queda de 10% no ano. O mesmo recuo do DXY, o índice que mede a força da moeda americana frente a moedas de países desenvolvidos.
VALE PARAR PARA LER
🚬 O cigarro está apagando
Os cigarros tradicionais, de acender com isqueiro, têm perdido bastante espaço na receita da Philip Morris, a dona da Marlboro. Agora, quase 40% da receita deles vem dos vapes e dos sachês de nicotina – dois produtos que continuam proibidos no Brasil.
🛣️ Os caminhos da Motiva
A ação da Motiva (ex-CCR) sobe 22% no ano. Segundo analistas do BTG, um dos trunfos da companhia tem sido saber escolher suas batalhas: focou em concessões mais seguras, como rodovias em São Paulo e no Paraná. E ficou fora de leilões mais arriscados – caso do Aeroporto de Congonhas, que exigia assumir outros dez aeroportos menores e deficitários.
É isso. Boa quarta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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