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O tsunami de celulares chineses
♟️ André Diniz pede reeleição do conselho do GPA | 📖 O novo capítulo na disputa pela Braskem
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Depois dos carros elétricos, chega um novo tsunami chinês: o dos celulares premium
O celular mais caro vendido hoje no Brasil não é da Apple nem da Samsung. Desde junho, a Huawei voltou a comercializar smartphones por aqui com dois modelos premium. O Mate X6 sai por R$ 22 mil – 40% mais caro que um iPhone 16 Pro Max, vendido por R$ 15,5 mil. Já o Mate XT custa mais que o dobro do iPhone topo de linha: R$ 33 mil.
Outras marcas chinesas também desembarcaram no Brasil de olho no consumidor de maior poder aquisitivo. A Jovi chegou este ano, com linha de produção na Zona Franca de Manaus. Seu modelo V50, vendido a R$ 4,5 mil, combina atributos de luxo: design ultrafino, bateria de longa duração e câmera com lentes Zeiss – uma grife da fotografia.
A Oppo veio um ano antes e seguiu a mesma lógica. Seu modelo premium por aqui, o Reno 13F, custa R$ 3 mil nas principais lojas. Ele é alimentado com o Gemini, a IA do Google, e tem lentes poderosas numa câmera de 50 megapixels.
Trata-se de uma nova fase das chinesas no Brasil: se antes a briga era pelo volume, com modelos mais baratos, agora a meta é entrar no rol dos objetos de desejo. É a mesma lógica adotada por BYD, GWM e companhia no mercado automotivo: elas tornaram seus SUVs híbridos em símbolos de status – e hoje disputam espaço com BMW, Mercedes e até Porsche.
Leia mais nesta reportagem de Raquel Brandão.
Hoje vamos falar sobre:
📖 O novo capítulo na disputa pela Braskem
🌀 O desenrolar do caso Virgo
💧 O custo ambiental da IA
🌍 Goiás no centro da disputa global por níquel
HIGHLIGHTS
♟️ Família Coelho Diniz avança no GPA
O empresário André Diniz, sócio da rede mineira Coelho Diniz, atingiu 24,6% do capital do GPA. Com essa fatia, pediu uma assembleia extraordinária para reeleger todo o conselho de administração. A ideia é ganhar mais espaço no board, hoje dividido entre os acionistas tradicionais – o grupo Casino e Ronaldo Iabrudi – e os novos, liderados pela família Coelho Diniz e o investidor Rafael Ferri.
📖 O novo capítulo na disputa pela Braskem
A gestora IG4 ganhou exclusividade para negociar a compra de uma dívida da Novonor que tem as ações da Braskem como garantia – e está hoje nas mãos de cinco bancos credores. O plano da IG4 é assumir a dívida e, depois, negociar com a Novonor para trocá-la por ações da Braskem. Na sexta, terminou o acordo de exclusividade de Nelson Tanure com a Novonor – sem nenhuma proposta formal.
🔌 A conta dos cabos roubados na Light
A Light precisa provar ao governo que tem fôlego para renovar sua concessão no Rio de Janeiro, que expira em 2026. Por isso, anunciou investimentos de R$ 25 milhões em 2025 para enfrentar um problema crescente por lá: o roubo de fios de cobre. Em 2024, a empresa gastou R$ 9 milhões para repor cabos furtados – alta de 125% em relação ao ano anterior. Só até abril de 2025, já tinham sido R$ 7,7 milhões.
O MELHOR DO INVESTNEWS
Fundo usado pela Virgo em operação de alto risco é fechado para resgates

Na semana passada, o InvestNews revelou em primeira mão que a Virgo, segunda maior securitizadora do país, usou de forma indevida os recursos de um fundo de reserva de CRIs – uma espécie de cofre de emergência criado para garantir o pagamento aos investidores em caso de inadimplência. Pelas boas práticas do mercado, esse dinheiro deveria estar aplicado em ativos conservadores e de alta liquidez.
Mas não foi o que aconteceu: parte dos recursos foi direcionado ao fundo Allocation, do qual a Virgo é a única cotista. Aí, o Allocation usou a grana para entrar numa nova emissão de CRIs da Oncoclínicas – uma operação estruturada pela própria Virgo.
Agora, a administradora do Allocation, a BRL Trust, fechou o fundo para resgates. Isso significa que a Virgo não pode movimentar o dinheiro ali até que a situação seja esclarecida. É uma medida para proteger o fundo: se a Virgo sacasse os recursos, ele poderia ser forçado a vender ativos às pressas – derrubando os preços e comprometendo sua saúde financeira.
Em comunicado publicado na sexta, a Virgo disse que vai conversar com a BRL para entender os efeitos da decisão e definir como resolver a situação.
Veja mais nesta reportagem de Juliana Machado.


O Google quer que você saiba o custo ambiental das suas perguntas para a IA
Toda vez que você faz uma pergunta ao Gemini, do Google, consome em média cinco gotas de água e emite 0,03 gramas de dióxido de carbono. A conta é de pesquisadores da própria empresa, em um relatório sobre o impacto energético da inteligência artificial.
É que os data centers de IA, onde toda a mágica do pensamento computacional acontece, consomem doses hiperbólicas de energia. E a demanda deles deve mais que dobrar até 2030, para 945 terawatts-hora – quase o consumo anual do Japão hoje.
Lá dentro, processar trilhões de cálculos por segundo faz os chips ferverem. É aí que a água entra em cena: ela circula em tubos que capturam esse calor e impedem que os servidores pifem por superaquecimento. No fim, essa água evapora – e daí surge a “pegada hídrica” da IA.
Ainda é difícil medir com precisão o impacto da IA no meio ambiente. O Google, por exemplo, revelou que suas emissões cresceram 51% desde 2019 por causa da tecnologia – embora seus sistemas tenham ficado 33 vezes mais eficientes em energia no último ano.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
R$ 5,5 bilhões
Vai ser o montante investido em novas hidrelétricas de pequeno e médio porte no Brasil. Na sexta, rolou o primeiro leilão exclusivo para esse tipo de usina.
Ali, foram contratados 815 megawatts de potência, divididos entre 65 projetos. Para comparar: isso equivale a mais ou menos 6% da capacidade de Itaipu.
Esses empreendimentos foram contratados por 20 anos e devem iniciar o fornecimento de energia em janeiro de 2030.
O governo classificou o leilão como a “retomada” do crescimento da fonte hídrica no Brasil.
UMA FRASE
“O trabalho mais difícil de um banco central é acertar o timing nos momentos de transição [da política monetária].”
VALE PARAR PARA LER
🌍 Goiás no centro da disputa global por níquel
A Anglo American vendeu suas minas de níquel em Goiás para a MMG, braço da estatal chinesa Minmetals, por US$ 500 milhões. Uma concorrente holandesa, a Corex Holding, diz que foi passada para trás: ofereceu US$ 900 milhões, mas perdeu. Agora, tenta barrar o negócio na Europa e no Brasil, alegando que a compra dá ainda mais controle do mercado para os chineses – que já dominam o refino global de níquel.
🌽 Mais milho aqui, menos milho lá
O Brasil e os EUA estão colhendo safras recordes de milho. Com a perspectiva de mais oferta no mercado, os preços da commodity recuaram: na bolsa de Chicago, caem 17% em seis meses. Mas agora surgiu um contrapeso: o calor extremo na Europa vem prejudicando lavouras na França, Espanha, Bulgária e Romênia – reduzindo a oferta por lá.
É isso. Boa semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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