Pois é. O Congresso derrubou o novo IOF, que o governo tinha editado em três decretos, um em seguida do outro. A primeira foi no dia 23 de maio. A última, em 11 de junho. Agora não importa mais. A fita rebobinou.

• O governo perde uma fonte de receita para fazer a meta fiscal. E você perde o que já tiver pagado de IOF. Tipo: quem comprou R$ 10 mil em dólar há um mês para viajar pagou R$ 350 de IOF (3,5%).  
  

• Agora, que a taxa antiga está de volta, a conta daria R$ 110 (1,1%). Mas o seu dinheiro não retorna. Se deixar de existir multa de rodízio, por exemplo, você não vai receber de volta as que pagou. Vale o mesmo no caso do IOF.

Tem outra. No dia 11 de junho, o governo publicou também aquela MP acabando com a isenção para LCIs, LCAs e companhia, e aumentando vários impostos de investimentos. Mas as mudanças ali estão marcadas só para 2026. Nesse caso, então, ninguém pagou imposto. Se a MP acabar caindo neste ano, nenhum leite terá derramado. 

Ontem, rolou o “toque do sino” da JBS na NYSE, a Bolsa de Nova York. É aquela cerimônia simbólica que celebra a entrada de novas companhias na bolsa. Na prática, as ações da JBS já são negociadas por lá desde 13 de junho.

• Hoje, a JBS vale US$ 14,8 bilhões – o equivalente a 4,8 vezes seu lucro anual. É pouco. A média das concorrentes americanas, como Tyson e Nomad, é quase o dobro. Com a listagem nos EUA, a JBS espera reduzir essa distância. Isso significaria ganhar de US$ 22 a US$ 25 bilhões em valor de mercado – um salto de 130% a 150%. 

Na foto: o sino, a NYSE e a JBS (Divulgação). 

A Cielo ajudou a construir o mercado brasileiro de cartões. Já chegou a processar mais da metade das transações do país. Mas perdeu espaço – o Pix, por exemplo, tirou terreno do cartão de débito. E o mercado de adquirência ficou bem mais pulverizado, com bancos e fintechs entrando no jogo.

• Controlada por Banco do Brasil e Bradesco, a Cielo deixou a bolsa em 2024, por meio de uma OPA que avaliou suas ações em R$ 5,82 – 80% abaixo do pico histórico, em 2013. Suas principais concorrentes já haviam feito movimentos parecidos. Em 2012, a Rede fechou o capital e foi absorvida pelo Itaú. E a Getnet saiu da bolsa em 2022, por decisão do Santander. 

• O movimento escancarou uma mudança mais profunda: a forma tradicional de ganhar dinheiro com maquininhas – cobrando taxa dos lojistas e antecipando recebíveis – deixou de ser tão lucrativa. 

• Agora, o dinheiro se espalhou por outros pontos da cadeia. Tipo bancos que integram crédito, conta e maquininha num só lugar. Ou fintechs como Mercado Pago e PagBank, que começaram na adquirência e escalaram nos serviços financeiros.

Leia mais nesta reportagem de Greg Prudenciano.