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Big techs entregam big numbers – e aliviam Wall Street
📉 Menos US$ 6,5 trilhões em 100 dias | 💔 Até que o board nos separe
Alexandre Versignassi
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Big numbers, big moves
As Big Techs trouxeram boas notícias: receitas e lucros por ação mais fortes em seus balanços do 1º trimestre. Claro que a preocupação com a guerra tarifária e com o risco de estagflação ainda assombram. Mas boa parte dos números agradou. E deu um respiro às bolsas americanas nesta quarta-feira (1): o S&P 500 ganhou 0,63%, e o índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,52%.
Microsoft: Foi o grande destaque positivo. A receita ficou em US$ 70,1 bilhões e o lucro por ação em US$ 3,46, superando as expectativas dos analistas. As ações subiram 8,8% e o valor de mercado chegou a US$3,2 trilhões – o que recolocou a tech no posto da mais valiosa do mundo.
Meta: Também uma ótima notícia. Sua receita de US$ 42,3 bilhões e o lucro por ação de US$ 6,43 superaram as previsões. As estimativas de gastos para o ano cresceram, num sinal de otimismo com os planos para a IA.
Apple: As vendas de US$95,36 bilhões e o lucro por ação de US$1,65 por ação até que foram bons. Só que muito do resultado teve a ver com a onda de consumidores estocando iPhones, com medo das tarifas de importação.
Amazon: O lucro por ação foi de US$ 1,59 e a receita de US$ 155,7 bilhões, acima do esperado. O problema é que a receita da Amazon Web Services (AWS) decepcionou. E a previsão para o terceiro trimestre, de um lucro operacional de US$ 15,3 bilhões, também.Hoje vamos falar sobre:
Hoje vamos falar sobre:
💔 Até que o board nos separe
💼 Estamos contratando: novo CEO para a Tesla
📉 Menos US$ 6,5 trilhões em 100 dias
☀️ A energia solar causou o apagão na Europa?
HIGHLIGHTS
👀 Joesley de olho no Master
Joesley Batista, da JBS, está negociando a compra de uma fatia do Banco Master, segundo fontes disseram à Folha. A operação deve envolver partes do banco que o BRB deixou de lado – ativos de risco como os títulos de dívidas judiciais.
♟️ O xadrez de Klein nas Casas Bahia
Michael Klein quer aumentar sua fatia nas Casas Bahia. Mas comprar ações demais de uma vez só faria o preço disparar. Uma saída possível: BB e Bradesco converterem dívida da empresa em ações a partir de outubro. Com mais papéis no mercado, ele poderia comprar aos poucos – e mais barato.
❄️ M&A congelante
A Emergent Cold Latin America, uma das líderes em logística refrigerada na região, vai comprar a Comfrio, operadora brasileira controlada pela gestora Aqua Capital. O negócio acontece menos de dois anos após a própria Aqua recomprar a empresa – que havia sido vendida em meio a uma disputa entre sócios.
UMA IMAGEM

Foto: Bloomberg
A Adidas adotou um otimismo pé no chão. Manteve a projeção de lucro de até US$ 2,06 bilhões no ano, mas alertou que as tarifas ainda podem virar um problema. É que boa parte dos produtos da companhia vem da China, Vietnã e Camboja – severamente penalizados pelo tarifaço. Só que as taxas mais pesadas estão suspensas até julho, e ninguém sabe se os EUA vão mesmo levá-las adiante.
O MELHOR DO INVESTNEWS
Até que o board nos separe: por que o varejo brasileiro coleciona casos de divórcio
Num cenário de juros altos e aumento da concorrência online, empresas do varejo tentaram se manter competitivas na base do casamento arranjado. Só que faltou química, amor de verdade. Agora, companhias que mal saíram da lua de mel já querem um divórcio.
É o caso da Azzas 2154, fruto da fusão entre Arezzo e Soma em 2024 – e que já ensaia a separação devido à incompatibilidade entre os dois sócios controladores.
Também o Grupo Toky, formado pela união entre Mobly e Tok&Stok no ano passado. Contrária à fusão desde o começo, a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, agora tenta retomar o controle da companhia.
Historicamente, o casamento entre empresas quase nunca funciona: nos últimos 40 anos, 75% das fusões e aquisições no Brasil deram errado, segundo a Forbes.
Leia mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata

A Tesla em busca de um novo CEO

Duas coisas que os investidores da Tesla perderam este ano: dinheiro e paciência. Há um mês, membros do Conselho teriam começado a buscar um novo CEO para a companhia, segundo o jornal The Wall Street Journal. Chegaram a acionar firmas de headhunting para ajudar no processo de substituição de Elon Musk – que mergulhou de vez na política americana e deixou os negócios em segundo plano.
Após a reportagem, a presidente do conselho, Robyn Denholm, contestou a informação e disse estar "muito confiante" na capacidade de Musk de seguir no cargo. Pelo Twitter, Musk também negou a história.
Desde janeiro, a Tesla perdeu US$ 416 bilhões em valor de mercado. Na semana passada, a empresa reportou uma queda de 71% no lucro do 1º trimestre na comparação anual – e Musk prometeu que voltaria a focar no negócio em breve.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
US$ 6,5 trilhões
foi quanto as empresas listadas nos EUA perderam em valor de mercado durante os 100 primeiros dias de governo Trump.
O S&P500 caiu 7% no período.
Dos 70 dias de negociações na bolsa, 32 foram de queda. É o pior resultado das bolsas americanas em um início de mandato presidencial desde 1974.
UM GRÁFICO

A arrecadação de impostos sobre importações deu um salto-twist-carpado nos EUA: US$ 17 bilhões em abril, alta de 77% sobre o mês anterior. Esse valor se refere a cargas que entraram no país em março, já que a maioria dos importadores paga os impostos no 15º dia útil do mês seguinte.
Ou seja: a conta já inclui os 25% sobre aço e alumínio, além do vai-e-vem inicial de tarifas sobre Canadá, México e China.
Mas ainda não capta o tarifaço universal anunciado em 2 de abril – que deve pesar nos números de maio.
VALE PARAR PARA LER
🍝 Receita pra massa crescer
O lucro da M. Dias Branco – dona de marcas como Adria, de macarrão, e Piraquê, de biscoitos – encolheu 27% em 2024. Para tentar crescer de novo, congelou aquisições, fechou uma fábrica e atraiu pesos-pesados para o comando.
🔌 As Intermitências da energia renovável
Portugal e Espanha investigam se uma falha no sistema de energia solar espanhol causou o apagão de segunda (28). Com isso, voltou à tona o debate sobre como integrar fontes renováveis – mais instáveis – à matriz europeia, que estuda fechar usinas nucleares e a gás.
OFF WORK
🏃 Banho gelado, jejum e treino de madrugada
Adotar rotinas quase militares virou hábito entre executivos mundo afora. Quase como um símbolo de status: “uma disputa sobre quem tem a maior carga de trabalho”, diz o historiador Erik Baker.
É isso. Até amanhã!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito