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Tensão na Enel
🥩 Voto de Minerva | ⛏️ US$ 1 bilhão em metais críticos
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
A tensão da Enel: cortes forçados na geração de energia e o risco de perder concessões no Brasil
O curtailment virou uma das maiores dores de cabeça para empresas que investem em energia renovável no Brasil, como a Enel. Dá para traduzir o termo como “corte de geração”. Ele acontece quando há energia disponível para ser produzida – o vento sopra, o sol brilha –, mas o Operador Nacional do Sistema (ONS) ordena que as usinas desliguem parte ou toda a produção porque está sobrando eletricidade no sistema.
Tipo: a Enel inaugurou recentemente o parque eólico Pedra Pintada, no sertão da Bahia. Mas 11% da geração vem sendo cortada, geralmente aos finais de semana. Isso coloca em risco a sustentabilidade financeira da usina: inicialmente, calculáva-se que o investimento demoraria de 10 a 15 anos para se pagar. Agora, esse prazo já foi alongado em até cinco anos.
A distribuição de energia, principal negócio da elétrica italiana no Brasil, também passa por problemas. A companhia até já vendeu a concessão que tinha em Goiás, após forte pressão política e críticas recorrentes ao serviço que prestava ali.
Agora, enfrenta um risco similar em seus principais mercados: São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Os contratos nos três estados vencem entre 2026 e 2028.
Hoje vamos falar sobre:
🥩 Voto de Minerva
🧾 Mapa Capital nas Casas Bahia
🩻 A anatomia da dívida pública americana
⛏️ US$ 1 bilhão em metais críticos
HIGHLIGHTS
🥩 Voto de Minerva
A Minerva pediu ao Cade para entrar no processo que analisa a fusão entre suas rivais, Marfrig e BRF. O órgão autorizou a entrada como “terceira interessada”, o que permite à companhia apresentar seus argumentos. Um deles: como fornecedora de matéria-prima das duas, a Minerva teme que a fusão dê poder excessivo de barganha às compradoras.
🧾 Mapa Capital nas Casas Bahia
A Mapa Capital comprou R$ 1,6 bilhão em debêntures da Casas Bahia, antes nas mãos de Bradesco e BB. Esses títulos poderão ser convertidos em ações da varejista. Na semana passada, a Casas Bahia já tinha anunciado que estava negociando a conversão de parte de suas dívidas em ações – algo que vai diluir a participação dos acionistas atuais.
💻 Nova configuração da Tivit
A italiana Almaviva comprou a Tivit, uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil. Combinadas, as duas somam uma receita anual de R$ 12 bilhões. A Tivit nasceu em 1998 no ramo de data centers. Desde lá, ela expandiu para outros serviços digitais: nuvem, cibersegurança, automação…

A anatomia da dívida pública americana

A dívida pública dos EUA já é uma pulga atrás da orelha dos investidores há mais de uma década. Só que, recentemente, ela tem começado a coçar mais. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, acredita que haverá uma “rachadura no mercado de títulos” caso a dívida siga crescendo. E Ray Dalio, do fundo de hedge Bridgewater, prevê um “ataque cardíaco econômico” em breve.
Governos fazem dívida emitindo títulos públicos, tipo os do Tesouro Direto. O estoque total de títulos americanos em poder do público soma hoje US$ 29 trilhões. Dá 95% do PIB americano – o dobro de oito anos atrás.
A situação é a mais crítica desde a Segunda Guerra Mundial. E os EUA seguem tomando dívida como se estivessem em guerra mesmo. A única solução é gastar menos do que arrecada, e ir pagando a dívida. Ou seja, fazer superávit. O problema: os EUA não sabem o que é isso há 24 anos.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal.
UM NÚMERO
56 projetos
estão na disputa por US$ 1 bilhão em financiamento público do BNDES e da Finep, outra estatal de fomento. São propostas de exploração dos chamados minerais críticos – matérias-primas indispensáveis para setores como tecnologia, energia e defesa. Entram aí o lítio, o silício e os 17 elementos de terras raras, por exemplo.
Entre as empresas na disputa, estão as mineradoras australianas Meteoric Resources e Viridis Mining; a canadense Aclara Resources; e a brasileira Serra Verde.
UMA FRASE
“Se for para aumentar [os juros], não me importo que aumentem... mas talvez eu tenha que forçar algo.”
UM GRÁFICO

A Nike ainda lidera com (bastante) folga a venda mundial de calçados. Ela domina de 20% desse mercado – contra 10% da segunda colocada, a Adidas. Só que, recentemente, ambas têm perdido espaço para o segundo pelotão: marcas como Skechers, Anta e On.
Entre 2022 e 2024, a receita da Anta cresceu 31%. A da Skechers, 20%.
Nike e Adidas também cresceram, mas menos: 14% e 10%, respectivamente.
VALE PARAR PARA LER
🚓 O custo do crime
Segurança pública entrou na pauta de executivos e analistas de mercado. É que a criminalidade tem pesado no custo operacional de algumas empresas: a Raia Drogasil, por exemplo, atribuiu parte da queda da margem no 1º trimestre ao aumento dos roubos de Ozempic. No Ceará, a provedora Brisanet perdeu clientes após ameaças das facções que controlam a infraestrutura de internet na região.
📅 Semana de 4,5 dias
A China está tentando estimular o consumo interno. Uma das estratégias: dar mais tempo livre para as pessoas gastarem dinheiro. A cidade de Mianyang estuda adotar um “fim de semana de 2,5 dias” – com as empresas fechando na sexta à tarde.
OFF WORK
📖 Manual da longevidade para pessoas ocupadas
Cozinhar comidas orgânicas, viver na academia, dormir oito horas... Ser saudável demanda tempo – e quem tem tempo hoje em dia? Se sua rotina não comporta o estilo de vida ideal, dá pra fazer pequenas coisas que já ajudam a envelhecer mais e melhor. Tipo:
Traçar suas predisposições a doenças com base no histórico familiar. Assim, fica mais fácil saber o que mudar para reduzir os riscos.
30 minutos de atividade física moderada por dia (pois é, essa parte não dá pra pular).
Acordar no mesmo horário todos os dias. Já ajuda a regular o sono e reduz o risco de diabetes, doenças cardíacas e demência.
É isso. Boa sexta-feira e bom final de semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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