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O rali das big techs está perdendo força?
🏷️ A nova fase da Americanas | 📉 Mais acionistas, menos retorno
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
O rali das ações de tecnologia começa a perder força?
Apple, Microsoft, Amazon, Meta, Alphabet, Tesla e Nvidia. As gigantes de tecnologia dos EUA têm até aquele apelido pomposo, tirado de um faroeste de 1960: as 7 Magníficas. Hoje, elas já respondem por 34% de todo o desempenho do S&P 500. Há 10 anos, eram só 12%.
Essas sete ações ganharam um belo empurrão nos últimos três anos, quando a IA deixou a ficção científica para entrar nas nossas rotinas. Desde agosto de 2022, elas acumulam uma alta de 170%, contra 60% do S&P 500.
Só que, na semana passada, a história foi outra: quando Jerome Powell sinalizou possíveis cortes de juros ainda este ano, quase todos os setores do S&P 500 saltaram – energia, bancos, construção civil… As ações de tecnologia, por outro lado, nem ligaram: fecharam em queda de 1,6% na semana.
É que a batalha delas é outra. Depois da euforia com a IA, as big techs precisam provar que o hype todo vai trazer os lucros que promete. Parte dos investidores já desconfia do otimismo: na terça, pessoas físicas venderam mais do que compraram papéis de tecnologia pela primeira vez em dois meses, segundo o JPMorgan.
Amanhã, o setor encara uma prova de fogo: os resultados da Nvidia. Nos últimos três anos, a fabricante de chips de IA valorizou 1.000% e se tornou a companhia mais valiosa da história: o preço somado das ações dá US$ 4 trilhões, o equivalente a 52 Petrobras. Como principal vencedora da corrida da IA, o balanço dela deve indicar se o entusiasmo com o setor continua em alta – ou se começa a perder fôlego.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal.
Hoje vamos falar sobre:
🏷️ A nova fase da Americanas
🪙 A disputa pelo níquel
📉 Mais acionistas, menos retorno
👕 Taxa de las blusitas
HIGHLIGHTS
🏷️ Americanas sob nova direção
A Americanas vai trocar de CEO. Fernando Dias Soares assume em 1º de outubro, substituindo Leonardo Coelho, que vai para o Comitê Financeiro. Antes prevista para 2026, a mudança foi antecipada porque a varejista acredita já ter superado a fase crítica da reestruturação – e agora quer focar em crescimento. Em agosto, a empresa divulgou uma redução de 95% no prejuízo, e o primeiro Ebitda positivo desde o escândalo de fraude em 2023.
💊 Oncoclínicas vende hospital para a Hapvida
A Oncoclínicas está vendendo o Hospital de Oncologia do Méier, no Rio de Janeiro, para a Hapvida. O objetivo é captar recursos para reduzir o endividamento – hoje em 4,4 vezes o lucro operacional, mais que o dobro do ideal. Ela ainda estuda outra alternativa para lidar com a dívida: um aumento de capital.
☕ Vai um cafezinho?
Por US$ 18 bilhões, a americana Keurig Dr Pepper comprou a dona do Café Pilão, que é a holandesa JDE Peet’s. Até 2026, a Keurig vai se dividir em duas empresas, uma de café e outra de refrigerantes. A de café já deve nascer como a segunda maior do mundo, atrás apenas da Nestlé. Mas, se nada mudar até lá, vai começar com um enorme desafio logo de cara: as tarifas de 50% sobre o café brasileiro.
UMA IMAGEM

O Instituto Americano de Ferro e Aço pediu ao governo Trump que pressione o Brasil a rever a venda de minas de níquel para uma estatal chinesa.
A treta é a seguinte: a mineradora britânica Anglo American vendeu suas plantas em Barro Alto e Niquelândia, em Goiás, para a MMG, um braço da estatal China Minmetals. A transação foi avaliada em US$ 500 milhões – uns R$ 2,7 bilhões.
Na carta à Casa Branca, a associação americana reclama que o negócio dará ainda mais poder à China sobre a cadeia global do metal – já que, hoje, Pequim já domina 75% da capacidade de refino na Indonésia, o maior produtor do mundo.
Na foto: a planta de Barro Alto, em Goiás (Divulgação).
O MELHOR DO INVESTNEWS
Mais acionistas, menos retorno: grupo das ações mais populares entre pessoas físicas perde para o Ibovespa
Banco do Brasil, Petrobras, Vale, Klabin, WEG… Num ano em que o Ibovespa vai bem, algumas das ações mais populares entre os pequenos investidores não vivem exatamente o melhor momento de suas vidas.
BB é a ação com mais CPFs para chamar de seus: 1,2 milhão. E cai 17% no ano. Petrobras, que tem basicamente o mesmo tanto, tomba 15%.
No top 20 das empresas com mais acionistas pessoa física, a maior queda é a WEG. Ela desmorona quase 30%, para desgosto dos 360 mil CPFs que investem ali.
Claro que há exceções. Copel, por exemplo, sobe 33%. Mas elas não bastam para salvar o time das favoritas da massa.
Se essa elite de popularidade formasse um índice, o retorno médio ali estaria em 3,5% – num recorte com dados até 21 de agosto. No mesmo período, o Ibovespa avançou 12%.
Veja mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata.


Uma fábrica da Hyundai nos EUA já tem um robô para cada dois humanos
A era dos robôs na indústria automobilística começou ainda nos anos 1960. Na época, uma fábrica da General Motors nos EUA começou a usar braços mecânicos para retirar peças ferventes de uma prensa de fundição.
De lá para cá, quase toda a linha de montagem de um carro passou a ser feita com a assistência de máquinas. Nos EUA, a média é de um robô a cada sete humanos trabalhando no chão de fábrica.
E, recentemente, a Hyundai deu um passo além: na fábrica inaugurada no ano passado na Geórgia, a proporção é de um robô para cada dois humanos. São 750 robôs em operação – e 1.450 humanos trabalhando ao lado deles.
As máquinas fazem o grosso do trabalho: movimentam peças pesadas, instalam portas e realizam a maior parte da soldagem. Já as pessoas cuidam do acabamento: corrigem amassados, lixam imperfeições, fazem encaixes delicados e dão o aval final de segurança. Por enquanto.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
51%
Foi quanto o volume de soja enviada dos EUA para a China caiu no primeiro semestre de 2025.
É que, na escalada tarifária entre os dois países, Pequim impôs tarifas que deixaram a soja americana 20% mais cara que a brasileira. Resultado: os chineses passaram a comprar mais do Brasil, que hoje já fornece 70% da soja consumida lá.
Só que, agora, a China sinaliza uma reaproximação. Num discurso em Washington, o embaixador Xie Feng disse: “vamos buscar resultados vantajosos para ambos, para que nossa cooperação agrícola continue florescendo”.
UMA FRASE
“É preciso ter um novo sócio. Com a situação financeira da Novonor, como ela faria um aporte?”
VALE PARAR PARA LER
👕 Taxa de las blusitas
Não é só no Brasil. Na América Latina inteira, varejistas chinesas têm batido à porta com uma avalanche de produtos baratos. Para proteger a indústria local, Chile, Equador, Uruguai e México adotaram algo semelhante à “taxa das blusinhas”, que incide nas encomendas de até US$ 50 por aqui.
É isso. Boa terça-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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