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Terras raras: Brasil no centro da disputa global
✈️ O prejuízo da Embraer | 💳 A riqueza dos millennials

Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
O Brasil está no centro da disputa entre EUA e China por terras raras. Veja o que está em jogo
Sem as terras raras, não existe carro elétrico, motor industrial, turbina eólica… São 17 elementos químicos. A China praticamente controla a produção global deles e já começou a restringir as exportações para os Estados Unidos, por conta da guerra comercial. Nesse jogo de xadrez, o Brasil surge como uma peça forte: é o dono da segunda maior reserva do mundo.
São 21 milhões de toneladas. Mas está tudo no começo. Só produzimos 20 toneladas em 2024, com a mineradora Serra Verde, de Goiás. Dá 0,01% da oferta global.
Só que existem dezenas de projetos em estágio avançado. São empresas como a Aclara, a Meteoric e a BRE. Todas elas controladas por investidores estrangeiros.
A China não domina só a produção. Hoje ela monopoliza o refino das terras raras mais importantes. Se você minera terras raras, tem de vender para eles. Mas esse cenário pode mudar. Tanto que algumas dessas mineradoras têm evitado fechar acordos com os chineses, à espera de investidores americanos.
Hoje vamos falar sobre:
💳 A riqueza dos millennials
🤝 Não se fazem mais M&As como antigamente
✈️ O prejuízo da Embraer
🤿 Os mergulhadores da bolsa
HIGHLIGHTS
✈️ O que explica o prejuízo da Embraer
A Embraer registrou um prejuízo de R$ 428 milhões no primeiro trimestre. Motivo: R$ 728 milhões em “impostos diferidos” – que só vão ser pagos no futuro, mas já entraram no balanço. O Ebitda, que não contabiliza impostos, foi de R$ 620 milhões; alta de 166% em um ano.
🛣️ Grand finale de Ferri no GPA
Em abril, Rafael Ferri aumentou sua fatia do GPA para 5,28% – o suficiente para se auto-indicar para o conselho. Na votação de segunda, ele garantiu uma cadeira lá. E aí, ontem, vendeu boa parte das ações, reduzindo sua participação para 2,73% do negócio. O movimento derrubou as ações da empresa ontem: -20%.
💼 RCN no Nubank
Roberto Campos Neto vai assumir as posições de vice-chairman e head global de políticas públicas do Nubank. O ex-presidente do BC chega para apoiar o programa de expansão internacional do banco. Ele assume em julho, quando termina o período de quarentena exigido por lei.
UMA IMAGEM

Mark Carney, primeiro-ministro do Canadá desde março, foi à Casa Branca para sua 1ª conversa com Trump. Eles falaram sobre tarifas e o futuro do comércio entre os países. Carney fez questão de afirmar que “o Canadá nunca estará à venda” – resposta às insinuações recentes de Trump sobre anexar o país. O republicano provocou: “nunca diga nunca”.

Menos jaleco, mais código: como os millennials ficaram ricos

Quando a recessão de 2008 abalou os EUA, muitos millennials ainda engatinhavam na carreira – e viram suas perspectivas financeiras ficarem nubladas. Mas, desde então, encontraram novos jeitos de fazer dinheiro. Hoje com idades entre 28 e 44 anos, os mais ricos da geração acumulam mais patrimônio do que os boomers e a geração X tinham nessa mesma fase da vida.
Os 5% mais abastados ganhavam cerca de US$ 300 mil por ano em 2023. Em 1990, os boomers no topo recebiam US$ 212 mil em dinheiro de hoje.
Profissões tradicionalmente associadas ao topo da renda, tipo medicina e direito, perderam espaço. Os millennials nessas áreas têm hoje menos chance de chegar ao top 5% do que os boomers tinham há 35 anos. Outros setores dominaram a cena: tecnologia, engenharia, finanças.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
US$ 243 bilhões
Foi o valor movimentado mundialmente por fusões e aquisições em abril. Isso significa uma queda de 54% em relação a março; e 20% abaixo da média dos últimos 20 anos.
Nos EUA, foram 555 acordos no mês, o menor número desde maio de 2009.
As empresas pisaram no freio depois que Trump escalou sua política tarifária, em 2 de abril. Globalmente, o impacto foi maior do que nos piores momentos da pandemia ou da crise de 2008.
UMA FRASE
“Queremos reequilibrar nossa balança comercial com a Rússia.”
UM GRÁFICO

Os argentinos passaram a ganhar mais em dólar: o salário mínimo saltou de US$ 153,69 em dezembro de 2023 para US$ 227,46 em março de 2025. A princípio, não faz sentido. A inflação na Argentina foi brutal nesse período: acumulou 186%. E em país com inflação alta o dólar perde valor.
Mas não foi o que aconteceu lá. Nesse período, a moeda americana ficou praticamente estável. Com as contas públicas entrando nos eixos, o peso ganhou força. E o dólar parou de subir.
A inflação também foi caindo, mas seguiu acima de 50% ao ano. Enquanto isso, os salários continuaram com reajustes mensais para repor as altas nos preços. Em dólar, então, acabaram tendo um ganho substancial, de 48%.
VALE PARAR PARA LER
🤿 Os mergulhadores da bolsa
Após o anúncio das tarifas, o S&P 500 despencou 12% em quatro pregões. Mas só precisou de 15 dias para zerar a perda. Os investidores do varejo foram os grandes protagonistas desta recuperação. Eles apostam no "buy the dip": comprar ativos que caíram muito, torcendo para que o preço volte rápido. Quando todo mundo pensa assim, a profecia se autorrealiza.
OFF WORK
⛪ 133 homens e uma sentença
Hoje, 133 cardeais se enfurnarão no Vaticano, sem contato com o mundo exterior, até definirem o novo Papa. O ritual de reclusão começou há mais de 800 anos, após uma cisão política que fez a eleição papal se arrastar por 3 anos. Dali em diante estipularam a regra: enquanto não rolar a escolha de um pontífice, ninguém sai.
É isso. Até amanhã!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito