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Como a Oncoclínicas foi parar na UTI
⛔ BC diz não à venda do Master | 🏢 As duas castas de fundos imobiliários
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Oncoclínicas: como a maior rede de oncologia do país foi parar na UTI
Endividada e precisando vender hospitais para gerar caixa, a Oncoclínicas virou um paciente em estado crítico. Fundada em 2010, ela se posicionou rapidamente como a maior rede oncológica no Brasil. Mas acabou voando perto demais do Sol.
Ela tinha seus motivos. O mercado financeiro gosta da tese de investimento embutida ali. Com o envelhecimento da população, não vai faltar mercado para a indústria de tratamentos. A Oncoclínicas, então, sempre encontrou fartura de capital e de crédito.
Isso deu fôlego a um belo IPO em 2021 e a uma onda de aquisições. A empresa levantou empréstimos vultosos para comprar redes de clínicas e hospitais. Virar uma gigante, competindo com Rede D’or e companhia.
Mas aí a Oncoclínicas se viu numa tempestade perfeita. Integrar esses negócios se mostrou uma tarefa mais complexa do que parecia. Ao mesmo tempo, a alta da Selic complicou a rolagem da dívida.
E aí ela teve de cortar da própria carne. Vendeu um hospital no Rio, parte de outro em Uberlândia e segue em liquidação. Agora, dia 9 de setembro, rola uma assembleia para aumentar o capital, via emissão de novas ações – e diluição dos acionistas atuais, claro. Desde o IPO, os papéis caem 85%.
Leia mais nesta reportagem de Felipe Mendes.
Hoje vamos falar sobre:
👕 Hering sem Hering
🏢 As duas castas de fundos imobiliários
🍏 Uma vitória para o Google. E uma maior ainda para a Apple
🤝 Acordo UE-Mercosul avança
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HIGHLIGHTS
⛔ BC diz não à venda do Master
O Banco Central barrou a compra do Banco Master pelo BRB. Era o último sinal verde que faltava – em julho, o Cade já havia dado aval sem restrições. Anunciado em março, o negócio previa a aquisição de 58% do capital do Master. Pelo acordo, os ativos mais arriscados do banco, tipo precatórios e créditos de ações judiciais, ficariam de fora.
👕 Hering sem Hering
O fim de uma era: depois de 140 anos, a família fundadora da Hering vai sair da gestão da marca. Thiago Hering, bisneto dos criadores, deixará em outubro o cargo de CEO da unidade Basic da Azzas 2154 – a holding formada pela fusão da Arezzo e com o Grupo Soma. Seu sucessor ainda não foi divulgado. Segundo a companhia, a ideia é dar mais velocidade ao crescimento da marca.
🐾 Cade reavalia união Cobasi-Petz
Em junho, o Cade aprovou a fusão da Cobasi e com a Petz, sem restrições. Agora, decidiu reavaliar o caso. Segundo O Globo, o relator José Amaral Júnior encomendou dois novos estudos: um sobre o mercado online do setor pet; outro sobre como programas de fidelidade em serviços tipo banho e tosa influenciam o consumidor.
📈 Fronteiras do Investimento
Acontece hoje, a partir das 14h, o Fronteiras do Investimento, promovido pelo InvestNews em parceria com a NuAsset, num evento exclusivo para convidados. A programação traz vários painéis sobre as tendências no multiverso dos investimentos e contará com a participação especial de Roberto Campos Neto, vice-chairman do Nubank e ex-presidente do Banco Central.
Acompanhe nos próximos dias a cobertura completa no site e nas redes do InvestNews ;)
O MELHOR DO INVESTNEWS
Fim da isenção de IR vai criar dois tipos de fundos imobiliários

O Congresso está discutindo uma medida provisória que acaba com a isenção de IR para os fundos imobiliários. Pela proposta, os FIIs lançados até 31 de dezembro de 2025 continuam livres de imposto. Já para as cotas emitidas a partir de janeiro do ano que vem, a alíquota fica em 5% sobre os rendimentos.
Cotas de FIIs não têm prazo de validade, você sabe. Com o papel em mãos, você vira dono de um pedacinho do patrimônio daquele fundo – e passa a receber dividendos proporcionais a essa fatia. O mesmo vale para os Fiagros, que investem no agronegócio e também entram na nova regra de taxação.
Então, se a MP for aprovada, o mercado de FIIs e Fiagros será dividido em duas castas: a de cotas isentas e a de cotas tributadas, convivendo no home broker da sua corretora.
Na prática, significa que os FIIs isentos passarão a valer mais no mercado – já que os investidores estarão dispostos a pagar um prêmio para receber dividendos livres de imposto.
Pelo mesmo projeto, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs também vão ser tributadas em 5%. Mas, nesse caso, é mais simples: esses papéis têm data de vencimento. Com o tempo, a safra isenta vai sumindo naturalmente. E o que sobra no mercado são só os títulos novos, já tributados.
Leia mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata.


Uma vitória para o Google. E uma maior ainda para a Apple
Todo ano, o Google paga mais de 20 bilhões de dólares para a Apple só pra continuar como buscador padrão do iPhone. O governo americano tentou barrar esse acordo, dizendo que ele sufocava a concorrência. Nesta semana, o juiz do caso concluiu o contrário: proibir os pagamentos, na verdade, fortaleceria o Google.
A lógica é que, mesmo sem gastar um centavo, o Google continuaria sendo o buscador número 1 do mundo. E sem outras propostas na mesa, a Apple não teria por que trocar de parceiro. Então, rivais como Bing e DuckDuckGo ficariam com ainda menos alternativas para competir.
Foi um golaço para o Google. Perdendo o caso, a empresa poderia ser forçada a vender seu navegador Chrome para reduzir sua concentração de mercado.
E foi um golaço ainda maior para a Apple. Agora, ela poderá manter uma fonte de receita importante – coisa de 5% do faturamento anual.
É um alívio e tanto num ano complicado para a Apple: as vendas de iPhones estão estagnadas, a empresa ainda não emplacou nenhum produto de IA e, de quebra, sofre pressão de Trump para levar fábricas da China para os EUA. Resultado: as ações caem 14% no ano – a única big tech no vermelho.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UMA FRASE
“A Índia também é um mercado estratégico e está disposta a comprar tudo o que a Petrobras puder exportar.”
VALE PARAR PARA LER
🤝 Acordo UE-Mercosul avança
Depois de 25 anos de idas e vindas, a UE apresentou oficialmente uma proposta de livre comércio com o Mercosul. Agora, o texto precisa passar pelo Parlamento Europeu e ser aprovado por pelo menos 15 dos 27 países do bloco. França, Itália e Polônia ainda resistem à ideia, temendo a concorrência do agro sul-americano. Mas, depois do tarifaço de Trump, os corações da UE ficaram mais abertos a novas parcerias.
🌟 A Cimed e a cultura pop
A linha de hidratantes labiais Carmed Fini virou um fenômeno: faturou R$ 2 bilhões em 18 meses e fez o mercado de lip balms no Brasil quintuplicar. Aí, a Cimed percebeu que dá para transformar produtos de farmácia em marcas pop. Agora, tenta repetir a fórmula com outras linhas: contratou o Neymar como garoto-propaganda da Lavitan, de suplementos. E, para a linha infantil João e Maria, fechou parceria com Luciano Huck.
É isso. Boa quinta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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