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O plano da Embraer para enfrentar o tarifaço

🤝 O acordo EUA-UE | 🌱 A soja da Argentina

Alexandre Versignassi

Ouça a versão em áudio:

‘Racionalidade econômica vai prevalecer’, diz CEO da Embraer

Francisco Gomes Neto, o CEO da Embraer, considera que as tarifas americanas de 50% teriam impacto semelhante ao da pandemia – quando a produção de jatos comerciais da companhia despencou de 100 para 50 por ano. Mas, ainda assim, ele se mantém esperançoso. 

  • Em entrevista exclusiva ao InvestNews, ele disse: “nossa tese é de que a relevância econômica da Embraer, tanto para o Brasil como para os Estados Unidos, é tão grande que podemos ser otimistas de chegar a uma solução. A racionalidade econômica vai prevalecer”.

  • Caso as tarifas realmente entrem em vigor na próxima sexta-feira, a companhia considera aumentar ainda mais a produção em território americano. 

  • Hoje, a Embraer já tem US$ 3 bilhões em ativos nos Estados Unidos. Já são 45 anos de história por lá, com fábricas em Melbourne e em Jacksonville, na Flórida, além de centros de serviços no Texas, Arizona e Tennessee…

Hoje vamos falar sobre:

🌱 A soja da Argentina

🦆 Quem paga o pato das tarifas

🤝 O acordo EUA-UE

🗺️ Planos de IA

HIGHLIGHTS

💰 Carrefour pega empréstimo com a controladora

O conselho de administração aprovou na última sexta: o Carrefour Brasil vai tomar emprestado até R$ 9,8 bilhões com o Carrefour Finance, braço financeiro de sua controladora na França. O crédito terá juros de 15,4% ao ano e prazo de 3 anos. A ideia é usá-lo para refinanciar dívidas mais caras.

🎓 Dia de cerimônia em GNA II

A Gás Natural Açu inaugura hoje a maior termelétrica a gás natural do Brasil: a GNA II, com 1,7 GW de potência – suficiente para abastecer 8 milhões de casas ao mesmo tempo. A usina fica no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Embora a cerimônia de abertura seja hoje, ela já manda energia ao sistema elétrico desde junho.

🧱 Tijolo por tijolo, Intercement tenta reduzir dívida

A Intercement chegou a um acordo com credores para reestruturar R$ 9 bilhões em dívidas. O plano é vender sua operação na Argentina, a Loma Negra, para pagar R$ 4 bilhões. A holding Mover, controladora da Intercement, também entrará na jogada: vai vender sua fatia na Motiva (ex-CCR) para pagar parte da dívida com o Bradesco.

UMA IMAGEM

Javier Milei anunciou que vai reduzir os impostos sobre a exportação da soja na Argentina. As alíquotas sobre farelo e óleo vão cair de 31% para 24,5%. No caso da soja em grão – a commodity como saiu da lavoura, sem processamento – a taxa vai de 33% para 26%.

  • A Argentina é o maior exportador global de farelo de soja – como ração do pasto. Na safra de 2024, os produtores argentinos embarcaram 29 milhões de toneladas do produto. O Brasil veio logo atrás, com 23 milhões de toneladas. 

  • Já na exportação de soja em grãos, nós ganhamos de lavada: 102 milhões de toneladas saíram daqui na última safra. Contra 6 milhões da Argentina. 

Na foto: um armazém de farelo de soja em Rosário, na Argentina (Bloomberg).

As empresas americanas estão pagando o pato das tarifas de Trump sozinhas – por enquanto

Nos EUA, muitas empresas têm preferido arcar elas próprias com o custo extra das tarifas. Afinal, repassar preços ao consumidor poderia espantar a clientela – e ainda não dá para cravar se esse vai-e-vem tarifário vai se tornar permanente.

  • Essa estratégia já tem pesado nos balanços. Na semana passada, a General Motors disse que pagou mais de US$ 1 bilhão em tarifas no 2º trimestre. A Stellantis, outra montadora, informou que as taxas reduziram o lucro em US$ 350 milhões. 

  • Já a fabricante de brinquedos Hasbro afirmou que o impacto neste trimestre foi menor do que o esperado – mas, ainda assim, projeta um gasto adicional de US$ 60 milhões até o fim do ano.

  • Quando Trump propôs o tarifaço, disse que os fornecedores estrangeiros pagariam a conta, baixando os preços para seguir competitivos nos EUA. Mas isso não tem acontecido. E, se as tarifas forem mesmo permanentes, as empresas precisarão dividir parte dessa dor de cabeça com os consumidores. Má notícia para a inflação americana.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. 

UMA FRASE

“É o melhor que conseguimos.”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sobre o acordo fechado com os EUA no domingo. A tarifa sobre produtos europeus ficou em 15% – a metade do que Trump ameaçava. Já o aço e o alumínio continuam com sobretaxas de 50%. Como parte do pacote, a UE também se comprometeu a investir US$ 600 bilhões nos EUA e a comprar equipamentos militares americanos.

UM GRÁFICO

Ainda falta a nossa vez de negociar. E, na semana passada, os americanos deram uma pista do que podem querer do Brasil: terras raras.

  • Claro: o Brasil tem a 2ª maior reserva de terras raras no mundo, atrás só da China. E a Serra Verde, em Goiás, é a única mina fora da Ásia que já produz esses minérios em escala comercial. 

  • Mas tudo o que é produzido ali, de qualquer forma, vai para a China. Já na concepção do projeto, os chineses garantiram a compra antecipada dos projetos. Esse tipo de acordo, chamado de offtake, serve para assegurar que os minérios terão demanda no futuro.

VALE PARAR PARA LER

🗺️ Planos de IA

No sábado, a China anunciou que pretende criar a Organização Mundial de Cooperação em IA – uma aliança com países do Sul Global, incluindo o Brasil. A ideia é trocar conhecimento e estabelecer padrões para a regulação do setor. É a reação chinesa ao novo “Plano de IA” dos EUA, que definiu diretrizes para ampliar as exportações da tecnologia americana pelo mundo.

É isso. Boa segunda-feira!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

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