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A reinvenção da CVC na era do WhatsApp
💻 Ataque hacker à Sinqia | 📈 O short squeeze na Casas Bahia
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
A reinvenção da CVC na era do WhatsApp
No auge, em 2019, a ação da CVC chegou a valer seus R$ 50. Mas, naquele ano, tudo desandou: a empresa foi denunciada num esquema de fraude fiscal que resultou na delação premiada do fundador, Guilherme Paulus. Meses depois, vieram à tona distorções contábeis no balanço. Logo em seguida veio a pandemia, que derrubou a demanda por viagens e forçou a companhia a se endividar mais.
Passada a turbulência, a meta da agência de viagens tem sido digitalizar os negócios. Hoje, as lojas físicas funcionam mais como uma central de atendimento digital: afinal, 56% das vendas começam ou são concluídas pelo WhatsApp.
A modernização também passa pelo marketing: sete em cada dez reais em publicidade estão indo para as redes sociais, na mira do público jovem. Tem funcionado: “embora a CVC ainda tenha uma grande audiência acima de 60 anos, o público que mais cresce é o de 18 a 25 anos”, diz o CEO Fábio Godinho.
Hoje, as ações da CVC estão longe dos tempos áureos: R$ 2,15. Ainda assim, 2025 trouxe um respiro. O papel já sobe mais de 40% no ano, um sinal de que parte do mercado já está considerando embarcar nessa.
Leia mais nesta reportagem de Raquel Brandão.
Hoje vamos falar sobre:
💻 Ataque hacker à Sinqia
💊 Remédios no Mercado Livre
⚖️ Trump quer mais tarifas; Justiça barras as que já existem
📈 O short squeeze na Casas Bahia
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HIGHLIGHTS
💻 Ataque hacker à Sinqia
Hackers invadiram a Sinqia, uma empresa que conecta instituições financeiras ao Banco Central em operações como o Pix. O rombo estimado: R$ 380 milhões do HSBC, mais R$ 40 milhões da fintech Artta. Até domingo à noite, o BC já havia recuperado R$ 350 milhões. O caso lembra o ataque à C&M Software, em julho, quando criminosos levaram algo em torno de R$ 1 bilhão.
🥩 Marfrig vs. Minerva no Uruguai
Em 2023, a Marfrig vendeu para a Minerva um lote de 16 frigoríficos no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, por R$ 7,5 bilhões. Só que o negócio travou na Coprodec, o órgão antitruste do Uruguai. Agora, a Marfrig diz que o contrato dos ativos uruguaios caducou, mas a Minerva discorda. O pano de fundo aí é uma briga maior: enquanto a Marfrig tenta se juntar à BRF, a Minerva faz de tudo para impedir a fusão.
🏦 O fim da novela da Virgo
Em agosto, o InvestNews revelou que a Virgo, segunda maior securitizadora do Brasil, usou indevidamente recursos de um fundo de reserva de CRIs. Com a reputação arranhada no mercado, a empresa decidiu vender o controle. Na sexta, ela anunciou um acordo de venda para a gestora Riza, de Daniel Lemos. O valor será decidido depois de uma auditoria, que deve ser concluída em até 60 dias.
UMA IMAGEM

O Mercado Livre está comprando a Target, uma farmácia da startup Memed na zona sul de São Paulo. A ideia é entrar no mercado de remédios sem prescrição – analgésicos, antigripais, relaxantes musculares.
No Congresso, tramita um projeto que poderia liberar a venda desses produtos em supermercados. Mas, hoje, a regra limita a comercialização às farmácias mesmo.
Agora, o movimento do Meli abre uma nova frente de concorrência para as grandes redes. Com isso, as ações da RD Saúde caíram quase 7% na sexta.
Na foto: centro de distribuição do Mercado Livre em São Paulo (Bloomberg).


A nova onda de tarifas de Trump
O aço e o alumínio foram só o começo. Nos próximos meses, o governo dos EUA deve lançar uma nova leva de tarifas sobre setores estratégicos: semicondutores, medicamentos, minerais críticos, aeronaves…
Mas, enquanto fala em novas tarifas, a Casa Branca estuda como ajudar empresas prejudicadas por medidas que já estão em vigor. Caso de montadoras como Ford, Stellantis e General Motors, que viram seus custos dispararem com a tarifa de 50% sobre aço e alumínio, mais os 25% sobre peças.
A ideia era incentivar a produção local. Mas o efeito foi o contrário: fabricar nos EUA ficou tão caro que ainda compensa importar carros do Japão ou da Coreia – mesmo pagando 15% de imposto.
Agora, para dar fôlego ao setor, o governo estuda oferecer novos incentivos fiscais e cotas para importar um determinado número de peças sem tarifa.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
34%
É quanto o Ibovespa sobe em dólar no acumulado de 2025. Na sexta, o índice bateu um novo recorde: 141.422 pontos.
Acontece que, nos EUA, o mercado aposta em novos cortes de juros a partir de setembro. Uma “Selic” menor por lá impulsiona a renda variável, naturalmente. Só que a bolsa americana dá sinais de cansaço depois de subir mais de 40% nos últimos 24 meses.
Nessa, os investidores saem em busca de novas oportunidades – como o Brasil. O efeito por aqui é duplo: o Ibovespa sobe, turbinado pela entrada de estrangeiros. Aí, com mais dólares em circulação, a moeda americana perde força ante o real: no ano, a queda é de 14%.
UMA FRASE
“As tarifas são um poder central do Congresso.”
VALE PARAR PARA LER
📈 O short squeeze na Casas Bahia
As ações da Casas Bahia dispararam 50% nos últimos cinco pregões. Tem a ver com um movimento técnico, o short squeeze. Funciona assim: muita gente tinha alugado os papéis apostando numa queda. Só que eles subiram. Para não perder ainda mais dinheiro, esses investidores tiveram de recomprar as ações para devolvê-las a quem alugou. Com essa onda de compras, o preço subiu ainda mais rápido.
🩺 A corrida por novos cursos de medicina
Os cursos de medicina são ouro para as empresas de educação: têm mensalidades altas, entre R$ 8 mil e R$ 15 mil, e baixa taxa de evasão. Só que o MEC libera novas vagas em ritmo lento – por isso, cada autorização é um sinal de força no setor. A Ser Educacional tem saído na frente: desde dezembro, conseguiu a licença para oito novas turmas, somando 480 vagas. Em seguida vem a Cruzeiro do Sul, com três cursos e 180 vagas.
É isso. Boa semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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