• O Essencial
  • Posts
  • A corrida por data centers chega a São Paulo

A corrida por data centers chega a São Paulo

🛢️ Sem dividendos extras na Petrobras | ✈️ Mudança de rota na Azul

Alexandre Versignassi

Ouça a versão em áudio:

Com busca sem precedentes por data centers, Ascenty fecha projetos até 2028

A Ascenty é a maior operadora de data centers da América Latina. E, com o boom da IA, viu sua demanda explodir. “O segundo trimestre foi o melhor da nossa história”, diz Marcos Siqueira, chefe de estratégia da companhia. Hoje, ela já tem contratos que garantem novos empreendimentos até 2028. 

  • Em São Paulo, a Ascenty ergue quatro projetos. O mais adiantado, o SP5, deve custar cerca de R$ 300 milhões e entrar em operação no 1º trimestre de 2026. Mesmo antes de abrir, 5% do espaço já foi reservado.

  • Depois vem o SP6, com obras previstas para começar em 2026. Ele ocupará o último terreno livre da companhia em Osasco. 

  • Já os outros dois, SP7 e SP8, serão construídos em um terreno recém-comprado – do outro lado da rodovia Raposo Tavares, a 1 km do campus atual. Juntas, as unidades terão 47 mil m² e 40 MW de capacidade, energia suficiente para atender 120 mil casas. A inauguração está prevista para 2027 e 2028, respectivamente.

Hoje vamos falar sobre:

🛢️ Sem dividendos extras na Petrobras

✈️ Mudança de rota na Azul

🚬 Tabaco não está na moda. Empresas de tabaco, sim

🐕 Cão que ladra

HIGHLIGHTS

🏦 CEO do Banco Master compra banco Voiter

Augusto Lima, o CEO do Banco Master, fechou um acordo para comprar o banco Voiter, apurou o InvestNews. Faz parte do redesenho societário para viabilizar a venda do Master ao BRB. No acordo anunciado em março, o BRB deixou claro que levaria apenas os ativos estratégicos. Desde então, o restante vem sendo segregado ou vendido. 

🛢️ Sem dividendos extras na Petrobras

Na quinta, a Petrobras divulgou um lucro de R$ 26,7 bilhões no 2º trimestre, puxado por um aumento de 8% na produção, para 2,3 milhões de barris por dia. Mesmo assim, as ações da companhia despencaram 6% no dia seguinte. Pelo seguinte: ela disse há poucas chances de distribuir dividendos extraordinários este ano, graças à baixa no preço do petróleo.

✈️ Azul deixará 13 cidades

Em meio à recuperação judicial nos EUA, a Azul apresentou aos investidores um plano para enxugar a malha aérea e ganhar rentabilidade. Ela vai deixar de voar para 13 cidades e cortar 53 rotas que considera pouco lucrativas. A empresa não especificou quais são os locais afetados – mas disse que as mudanças já começaram em julho. 

UMA IMAGEM

Para adiar o impacto das tarifas de Trump, a Suzano antecipou embarques de celulose e encheu estoques nos EUA. Ao mesmo tempo, cortou em 3,5% a produção anual – umas 450 mil toneladas. No fim, não precisou: a celulose acabou entrando na lista de produtos isentos da tarifa de 50%.

Na foto: visão aérea de uma fábrica da Suzano em… Suzano, SP (Divulgação).

Fumar já não está na moda. Mas as ações de empresas de cigarro sobem mesmo assim

Foi ali nos anos 1960 que a opinião pública passou a prestar mais atenção nos riscos do cigarro à saúde. Nos EUA, um relatório do governo reconheceu em 1964 a ligação entre tabagismo, câncer de pulmão e problemas cardíacos. Dali em diante, surgiram políticas para desestimular o consumo: o cigarro ficou mais caro, foi proibido em ambientes fechados e sumiu das propagandas.

  • Resultado: década após década, o número de fumantes despencou. Em 1965, 43% dos adultos americanos fumavam. Em 2022, eram menos de 12%. A tendência se repetiu em vários países, especialmente nos de renda mais alta. No mundo, a taxa passou de 40% nos anos 1980 para 20% hoje.

  • Ainda assim, as ações das empresas de tabaco vão muito bem, obrigado. Os papéis da BAT, dona das marcas Lucky Strike e Dunhill, sobem 50% no ano. A Altria, fabricante de cigarros Marlboro, avança quase 30%. 

  • Acontece que essas companhias acharam uma nova fonte de receita: os sachês de nicotina – saquinhos que ficam na gengiva e liberam a substância sem fumaça. Vendidos como alternativa menos nociva que o cigarro, já respondem por 18% da receita da BAT e 14% da Altria.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

UMA FRASE

“Tivemos notícias de que a Braskem estava negociando venda de ativos nos EUA e no México. Foi uma surpresa ruim, porque somos um sócio relevante e temos direito a veto. Estranhei muito.”


Magda Chambriard, presidente da Petrobras. Na sexta, a Braskem e a Unipar confirmaram que estão negociando ativos – sem especificar quais. A Novonor (ex-Odebrecht) detém 50% das ações com direito a voto na Braskem; e a Petrobras, 47%. Por isso, as duas precisam concordar antes que a petroquímica venda ativos importantes.

UM GRÁFICO

Trump tarifou os produtos da Suíça em 39%. Até aqui, acreditava-se que o ouro ficaria de fora dessa – já que ele costuma ser tratado mais como ativo financeiro do que como mercadoria. Mas não foi assim. 

  • Na sexta, o mercado descobriu que as tarifas estavam valendo, sim, para o metal. Foi um alvoroço: na máxima do dia, a cotação chegou a US$ 113,62 por grama na Comex, em Nova York. Um recorde histórico.

  • O preço só começou a cair quando a Casa Branca emitiu uma nota dizendo que vai esclarecer “informações equivocadas” sobre o assunto. Ufa. Aí o ouro fechou perto dos US$ 110 por grama. 

VALE PARAR PARA LER

🏗️ Apagão de mão de obra 

A construção civil não tem conseguido atrair jovens para os cargos de entrada. Entidades do setor apontam duas barreiras principais: falta de um plano de carreira e a imagem ruim do canteiro de obras. Para mudar isso, empresários e sindicatos lançaram um programa nacional de atração de talentos. Entre as propostas, um rebranding para valorizar o trabalho: “servente” passa a ser “auxiliar de construção”, por exemplo.

🐕 Cão que ladra

Um artigo da The Economist disse que “as tarifas de Trump contra o Brasil são mais um latido que uma mordida”. É que o impacto econômico delas deve ser limitado por aqui. Mesmo nos setores mais afetados – café, carne e frutas – as vendas podem ser redirecionadas para outros parceiros que conquistamos recentemente. Tipo: no ano passado, as vendas de café para o Leste Asiático cresceram 25% e, para o Oriente Médio, 61%.

É isso. Boa semana!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

Recebeu a newsletter de alguém?