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Uma barreira a menos na fusão BRF-Marfrig
✈️ Gol: -38% | 🌊 Méliuz na onda do bitcoin
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Em meio à disputa sobre fusão, Previ zera posição na BRF
Em 1994, o fundo de pensão Previ virou acionista da Perdigão. E ajudou a articular a união da empresa com a Sadia, que deu origem à BRF em 2009. Depois de 30 anos ali, a Previ vendeu toda sua participação na última sexta. A operação movimentou R$ 1,9 bilhão, segundo apurou o InvestNews.
A Previ detinha quase 5% da BRF, e vinha se opondo frontalmente à união da companhia com a Marfrig. Foi ela quem se manifestou contra a relação de troca de ações, definida assim: cada ação da BRF dará direito a 0,85 ação da Marfrig. Considerando a troca injusta, a Previ acionou a CVM e pediu o adiamento das assembleias que selariam o negócio.
Nos bastidores, a informação é que o comprador da fatia da Previ seria o próprio Marcos Molina – fundador da Marfrig e presidente do conselho das duas empresas. A venda foi feita a R$ 23 por papel – um pouco acima do preço máximo daquele pregão, que foi de R$ 22,75.
Agora, a fusão ficou ainda mais perto de sair do papel.
Leia mais nesta reportagem de Rikardy Tooge.
Hoje vamos falar sobre:
✈️ Gol: -38%
🇻🇳 Made in Vietnã
🌊 Méliuz na onda do bitcoin
🍊 Prata, ouro e suco de laranja
HIGHLIGHTS
✈️ Gol: -38%
As ações da Gol despencaram 38% ontem. Pelo seguinte: em maio, a empresa decidiu emitir novas ações para levantar R$ 12 bilhões. Quem já era acionista poderia comprar os novos papéis a um preço simbólico, para não ter sua participação diluída. O prazo para isso acabou ontem. Muita gente não quis colocar mais dinheiro ali – e optou por vender as ações.
🏢 Os lançamentos da MRV&Co
A MRV&Co, dona das construtoras MRV e Sensia, lançou R$ 3,45 bilhões em imóveis no 2º trimestre. Trata-se de um crescimento de 54% na comparação anual. No jargão do setor, essa métrica é chamada de valor geral de vendas (VGV), e representa quanto a empresa espera faturar com todos os imóveis lançados – mesmo sem ter vendido tudo ainda.
⚕️ Alliança compra Grupo Meddi
A Alliança Saúde comprou a rede de laboratórios Grupo Meddi por R$ 252 milhões. O grupo possui 96 unidades de atendimento em 32 cidades da Bahia. Segundo a Alliança – controlada pelo empresário Nelson Tanure – a aquisição a consolida como o maior operador de medicina diagnóstica do Nordeste.
UMA IMAGEM

Na foto: Kevin Hassett, conselheiro econômico de Donald Trump (Bloomberg). Ele tem sido um dos principais nomes cotados para assumir a presidência do Fed no ano que vem.

Produtos feitos no Vietnã, mas com alma chinesa: o retrato da nova cadeia global

Para fugir da guerra tarifária com os EUA, fábricas chinesas estão cruzando a fronteira rumo ao Vietnã. Lá, as tarifas americanas devem ficar em 20% a partir de 1º de agosto – enquanto, na China, o número ainda pode variar de zero a infinito, dependendo do humor das duas potências.
Só no primeiro semestre, a China investiu em mais de 400 novas plantas no país vizinho. Ren Li, dono de uma fábrica de móveis, já moveu 30% de sua produção para o Vietnã – e quer chegar a 100% ainda este ano.
O plano de Trump era usar as tarifas para reduzir a dependência de produtos chineses. Não está funcionando. Na prática, as fábricas até mudaram de endereço – mas seguem com a alma “made in China”.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
168%
Foi quanto as ações da Méliuz já subiram neste ano. Só ontem, os papéis avançaram mais 4%, depois de saltarem 10% na sexta.
Tem a ver com a alta do bitcoin, que passou dos US$ 122 mil pela primeira vez ontem.
A Méliuz é uma gestora de programas de cashback para varejistas. Mas, de uns tempos para cá, vem apostando em rechear o caixa com bitcoins.
Hoje, ela tem 596 unidades. Dá R$ 400 milhões. Isso coloca a Méliuz como a maior detentora de bitcoin entre as empresas de capital aberto da América Latina. Logo abaixo vem o Mercado Livre, que tem 570.
UMA FRASE
“O governo não pediu prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta sobre alíquota. O que estamos fazendo é ouvir os setores mais envolvidos, para o setor privado se mobilizar e participar também.”
VALE PARAR PARA LER
🍊 Azedou
Depois que Trump ameaçou tarifar o Brasil em 50%, os contratos futuros do suco de laranja dispararam em Nova York. Desde o dia do anúncio, a alta já é de 26%. Claro: o Brasil é o maior fornecedor da bebida para os EUA, com US$ 1 bilhão em vendas. O segundo do ranking, o México, embarca só um terço do volume brasileiro.
🥈 O brilho da prata
Outra commodity em alta: a prata. Ontem, ela atingiu o maior preço em quase 14 anos, ultrapassando US$ 1,25 o grama. No ano, ela sobe 32%. Seu irmão mais valioso, o ouro, segue na mesma toada: alta de 28% este ano, para mais de US$ 107 o grama.
É isso. Boa terça-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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