As obras de Angra 3 começaram na década de 1980, mas foram interrompidas sucessivamente: em 2004, 2015, 2023... Em quatro décadas, estima-se que o Brasil já tenha gastado R$ 12 bilhões com o projeto – que, mesmo parado, consome R$ 220 milhões por ano com segurança e manutenção. 

• Hoje, o custo de seguir ou desistir da usina dá quase na mesma: terminar Angra 3 custaria R$ 23 bilhões, enquanto desmontá-la sairia por R$ 21 bilhões.
  

• Parece óbvio, então, que o melhor é seguir em frente. Mas ninguém quer assumir essa bucha. A ideia era que a Eletrobras, depois de privatizada, investisse na usina. Só que, recentemente, o governo concordou em desobrigá-la desse fardo – em troca de mais cadeiras no conselho da empresa. 
  

• Aí a empresa largou a mão de vez: contratou o BTG Pactual para encontrar um comprador para sua fatia na Eletronuclear, estatal responsável pelo complexo de Angra. 

Moral da história: a Eletronuclear ficou órfã de um financiamento privado robusto. Hoje, a alternativa é encontrar um sócio nacional ou internacional – o que ninguém, até agora, se dispôs a ser.

Há um ano, o Brasil impôs uma tarifa de 25% sobre a importação de aço. A medida valia por 12 meses e cobria 19 produtos – entre lâminas, tubos e fios de espessuras diferentes. Ontem, o governo decidiu renovar a tarifa por mais um ano e incluir outros quatro tipos de aço na lista.

• As siderúrgicas brasileiras têm cobrado proteção contra a concorrência chinesa. Pelo seguinte: a China enfrenta uma desaceleração do mercado imobiliário – um setor que se alimenta de aço no café da manhã, almoço e na janta. Com uma demanda mais fraca, começou a sobrar aço por lá. 
  

• Aí as siderúrgicas chinesas passaram a oferecer o produto deles – bem mais barato – para outros países. Inclusive o Brasil.

Na foto: um forno de siderurgia (Getty).

A americana Christina Chapman era tiktoker nas horas vagas. No horário comercial, ela participava de um esquema que empregava ilegalmente norte-coreanos em companhias dos EUA. Funcionava assim: 

• Os norte-coreanos se candidatavam a vagas em trabalho remoto fingindo ser americanos. Antes, eles até usavam IA para mudar de aparência nas entrevistas online. Quando os recrutadores aprenderam a identificar o truque, a solução foi contratar laranjas para aparecer nas chamadas.
  

• Depois de contratados, os fraudadores contavam com americanos como Chapman para intermediar tudo com a empresa. Ela recebia os equipamentos e instalava um software que dava acesso às máquinas – que passavam a ser operadas diretamente da Coreia do Norte. Os invasores usavam o acesso para espionar empresas e roubar dados de clientes – exigindo resgates em troca.     
   

• O negócio de Chapman foi desmantelado em outubro de 2023. Na ocasião, o FBI encontrou mais de 90 computadores-laranja na casa dela.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.