O incrível tombo das BDRs

✈️ Motiva vende 20 aeroportos | 🛒 Assaí corta investimentos para 2026

Ouça a versão em áudio:

Apple, Microsoft, Amazon… 5 dos BDRs das 7 Magníficas estão no negativo em 2025

É um massacre. Enquanto o Ibovespa sobe 30% no ano, o grosso dos BDRs das sete companhias mais valiosas dos EUA amargam quedas. BDRs, vale lembrar, são “recibos” de ações gringas, que você negocia na B3 em reais, como se fossem papéis de empresas brasileiras.

  • Eles também flutuam ao sabor do câmbio. Isso não é vantagem em 2025, claro. O dólar cai 15% no ano, e puxa os BDRs para baixo. Nvidia, por exemplo, sobe 35% lá fora. Mas nos BDRs a alta é bem menos opulenta: só 14%.

  • Não é só o dólar. Algumas das sete magníficas perderam o fôlego neste ano em dólar mesmo. Amazon, Tesla e Meta estão praticamente no zero a zero. Ou seja, quem tem esses BDRs na carteira amarga quedas iguais às do dólar, na cercania dos 15%


Mas a real é que os fenômenos estão interligados. Com o cansaço da bolsa americana, a bolsa brasileira recebe mais dólares. Nisso, a moeda americana desvaloriza. Acontece o mesmo em outros emergentes. Na Colômbia, por exemplo, o dólar também cai 15% – e a bolsa sobe 50%.     

Hoje vamos falar sobre:

🛒 Assaí corta investimentos para 2026

✈️ Motiva vende 20 aeroportos

💼 Os planos de Michael Klein

🪙 O mistério dos bitcoins em El Salvador

HIGHLIGHTS

🛒 Assaí corta investimentos para 2026

Em tempos de juros altos, o Assaí decidiu reduzir o ritmo de expansão. Para 2026, a rede prevê R$ 700 milhões em novos investimentos – 42% a menos que em 2025. O recuo vem depois de um ciclo forte de crescimento, puxado sobretudo pela compra dos hipermercados Extra em 2021.

💼 Cosan, Corsan

A Perfin vendeu ao Bradesco BBI, por R$ 2,1 bilhões, um pacote de ações preferenciais da Corsan, companhia de saneamento do Rio Grande do Sul. O negócio aconteceu dias depois de a gestora participar do aumento de capital da Cosan, holding de Rubens Ometto – onde se comprometeu a aportar R$ 2 bilhões.

🚘 Renault + Geely no Brasil

A francesa Renault e a chinesa Geely anunciaram R$ 3,8 bilhões em investimentos para desenvolver carros juntas no Brasil. A parceria prevê criar um novo esqueleto para veículos elétricos e híbridos – e lançar dois modelos desse tipo a partir do 2º semestre de 2026.

UMA IMAGEM

A Motiva (ex-CCR) vendeu a concessão de seus 20 aeroportos para o grupo mexicano Asur. O negócio vai sair por R$ 11,5 bilhões, e ainda depende do aval de autoridades no Brasil e lá fora. 

  • Entram no pacote aeroportos como os de Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia e Navegantes.

  • A operação faz parte da estratégia da Motiva de enxugar o portfólio, reduzir a dívida e, daqui para frente, concentrar esforços em rodovias e trilhos.

Na foto: embarque de passageiros no Aeroporto de Navegantes, Santa Catarina (Divulgação).

Os caras do JPMorgan por trás do socorro dos EUA à Argentina

O Luis Caputo fez carreira como trader no JPMorgan. Mas a maior negociação da vida dele aconteceu recentemente, como ministro da Economia da Argentina. Foi ele quem costurou com os EUA o pacote de US$ 20 bilhões para segurar o peso na última crise cambial.

  • Caputo diz que, por enquanto, o câmbio argentino é instável demais para deixar o peso flutuar livremente. É uma posição antiga: em 2018, quando chefiava o BC no governo Macri, foi pressionado por EUA e FMI a parar de gastar bilhões de dólares para sustentar a moeda.

  • Agora, porém, o clima é outro: Washington comprou a tese de que Milei é diferente dos antecessores – e que as reformas econômicas vão gerar dólares no futuro.

No entorno de Caputo, mais três ex-JPMorgan ocupam cargos-chave no governo Milei: José Daza, Pablo Quirno e Santiago Bausili. São eles que mantêm a ponte com o Tesouro americano, chefiado por Scott Bessent – ele próprio, um ex-trader de Wall Street.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

UM NÚMERO

R$ 41 bilhões

É quanto o FGC calcula que terá de pagar aos credores do Master após a liquidação do banco. 

  • O valor corresponde a 34% do que o Fundo tinha em caixa em setembro: R$ 122 bilhões.

UMA FRASE

“Se eles [a Mapa Capital] decidirem vender participação, eu posso ir lá e comprar as ações.”

Michael Klein, herdeiro da Casas Bahia, em entrevista à Folha. Fora do conselho desde 2020, ele tentou retornar ao posto em abril: ampliou sua fatia e chegou a propor a eleição de um novo colegiado. Recuou quando soube que a Mapa converteria dívidas em ações – movimento que a levou ao controle, com 85% da varejista. Klein, no entanto, não desistiu de aumentar sua posição na empresa.

VALE PARAR PARA LER

🏍️ A saga do mototáxi em SP

Uber e 99 anunciaram que vão reativar o transporte por moto em São Paulo no próximo dia 11. É que a Justiça deu à Prefeitura até 8 de dezembro para regulamentar o serviço. Se o município não apresentar as regras até lá, os apps poderão operar mesmo sem regulação. A Prefeitura, porém, é contra a modalidade, argumentando que ela aumenta o número de mortes no trânsito.

🪙 O mistério dos bitcoins em El Salvador

Nayib Bukele, o presidente de El Salvador, disse que o país aproveitou a queda do bitcoin para comprar mais mil unidades da cripto, aumentando sua reserva para 7,4 mil bitcoins. Mas será que comprou, mesmo? No início do ano, o país firmou um acordo com o FMI que proibia novas aquisições de BTC. Agora, o próprio Fundo diz não ver sinais de que o governo adquiriu novos bitcoins.

É isso. Boa quarta-feira!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

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