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China, a força onipresente na logística brasileira
👋 Justiça do Rio reverte falência da Oi | 🛍️ Americanas: a vida após o e-commerce
InvestNews ㅤ
17 de novembro de 2025
Ouça a versão em áudio:
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A mega rede de infraestrutura que as estatais chinesas costuram no Brasil
Um dos maiores exportadores de soja brasileira para a China é a própria China, de certa forma. Das 72 milhões de toneladas que o Brasil vendeu para lá em 2024, 7 milhões foram embarcadas pela estatal Cofco. Dá 9% do total.
Não é apenas soja, nem só para a China. A Cofco é a maior exportadora de produtos agrícolas no Brasil. E está crescendo: em 2026, vai praticamente triplicar sua capacidade no Porto de Santos.
O caso da Cofco ilustra um fenômeno maior: a China virou uma figura onipresente na logística brasileira. Outro exemplo disso é a estatal CMPorts, que controla o Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR).
Ela é a maior operadora de contêineres da China, e a terceira maior do Brasil. Em fevereiro, assinou um acordo para comprar 70% do terminal de petróleo do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Se o negócio sair, a CMPorts passará a cuidar da logística de 21% das exportações de petróleo do Brasil.
Leia mais nesta reportagem de Alexandre Versignassi.
Hoje vamos falar sobre:
👋 Oi de novo
🇺🇸 Como fica o Brasil após a isenção americana sobre café, carne e frutas
🎂 Feliz aniversário, Pix
🛍️ Americanas: a vida após o e-commerce
HIGHLIGHTS
💉 O aumento de capital da Oncoclínicas
A Oncoclínicas levantou R$ 1,4 bilhão em seu aumento de capital, mas mais de 90% disso veio da troca de dívidas por ações. Com a operação, a companhia espera reduzir a dívida para algo perto de 3 vezes seu lucro operacional. No fim do 3º trimestre, essa relação estava em 4,2 vezes.
👔 André Esteves, o vice-chairman da Cosan
O banqueiro André Esteves, do BTG, vai assumir a vice-presidência do conselho da Cosan. Neste mês, a companhia concluiu um aumento de capital de R$ 10 bilhões. Com a operação, o BTG e a gestora Perfin se tornaram sócios relevantes do negócio.
👋 Oi de novo
A Justiça do Rio reverteu a falência da Oi e mandou a empresa voltar para a recuperação judicial. Na semana passada, o Itaú Unibanco, grande credor da empresa, entrou com um recurso dizendo que a Oi ainda consegue cumprir seu plano de recuperação – e que quebrar agora traria prejuízos maiores aos credores e aos serviços públicos atendidos pela operadora.
UMA IMAGEM
Trump removeu as tarifas de 10% sobre carne bovina, café e frutas. Vale para todo mundo – inclusive o Brasil. Só que, no nosso caso, segue valendo a sobretaxa de 40% imposta aos produtos brasileiros.
No setor cafeeiro, o clima é de frustração: a concorrência ficou isenta, enquanto o Brasil continua com taxas proibitivas. “Nossa competitividade segue afetada, senão, até pior”, disse Marcos Matos, da associação Cecafé, à Folha.
Eles temem perder permanentemente a competitividade para países como Colômbia, Costa Rica e Vietnã.
Na foto: imagem de drone numa plantação de café em Guaxupé, em Minas Gerais (Reuters).
A guerra comercial de Trump vai romper o vício dos EUA em produtos baratinhos?
Com o tarifaço, o imposto médio sobre bens importados nos EUA chegou a 13%, o maior desde 1941. Quando ouviu críticas de que isso reduz o poder de compra, Trump disse que os americanos deveriam consumir menos. Mas não é tão simples.
Em dez anos, os EUA aumentaram em 36% o gasto com produtos baratos da China e do Vietnã. Só neste ano, já são US$ 176 bilhões. Esses itens respondem por 61% dos artigos domésticos, 69% dos calçados e metade das roupas vendidas no país.
É o american way of life de hoje: uma calça importada pode custar US$ 6 – menos que um hambúrguer. A roupa não foi feita para durar, mas isso pouco importa quando dá para comprar outra. Hoje, os americanos usam cada peça apenas sete vezes, em média, antes de descartar.
Economistas e psicólogos dizem que só um período longo de preços mais altos e menor oferta poderia realmente mexer nesses hábitos. “O prazer de comprar não vai desaparecer”, diz Stephanie Preston, da Universidade de Michigan.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
R$ 117 bilhões
Foi quanto consumidores e empresas já economizaram com o Pix, segundo um levantamento do Movimento Brasil Competitivo.
O cálculo considera dois efeitos: a redução das TEDs, que têm custo para pessoas físicas. E o avanço do Pix sobre o cartão de débito – que costuma cobrar taxas mais altas dos lojistas.
O Pix, aliás, fez cinco anos no domingo. Trata-se do sistema de pagamento que cresceu mais rápido no mundo – e já soma 7,3 bilhões de transações em outubro. Feliz aniversário, Pix.
UMA FRASE
“[Os EUA devem viver] uma crise da dívida pública em três a cinco anos.”
VALE PARAR PARA LER
🛍️ A vida após o e-commerce
O e-commerce já foi a estrela da Americanas, mas virou um peso: queimava caixa e perdia espaço para gigantes como Amazon e Mercado Livre. Por isso, a empresa decidiu encolher sua operação digital e focar nas lojas físicas, que sustentam caixa e entregam margens melhores.
⚖️ BHP e o desastre de Mariana
A Justiça de Londres decidiu que a BHP foi responsável pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em 2015. A decisão integra uma ação com mais de 700 mil reclamantes – entre moradores, municípios e empresas brasileiras. Para os juízes, a empresa seguiu ampliando a barragem mesmo diante dos riscos, o que levou ao colapso. A BHP vai recorrer.
É isso. Boa semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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