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O que Trump não te contou sobre o Pix

🛒 Coelho Diniz avança no GPA | ⛏️ A corrida do cobre

Alexandre Versignassi

Ouça a versão em áudio:

A verdadeira posição do Brasil no “ranking mundial do Pix”

Trump foi para cima do Pix. O sistema do Banco Central seria uma forma de concorrência desleal com meios de pagamento que empresas americanas tocam, tipo Apple Pay. Mas os EUA também têm o Pix deles: o FedNow. A diferença é que esse não pegou. O normal por lá é usar apps privados mesmo – caso do Venmo, operado pela Paypal.      

  • Por aqui, a gente sabe, é outra história. Em cinco anos, o Pix já virou tão parte da cultura brasileira quanto caipirinha, feijoada e grupo de WhatsApp. No primeiro trimestre de 2025, 51% dos nossos pagamentos foi via Pix – com o débito e o crédito pegando a maior parte do resto.

  • Mesmo assim, os brasileiros transferem menos dinheiro pelo Pix do que parece. Muitos ‘primos’ dele – os sistemas instantâneos de outros países – movimentam mais. Num levantamento do InvestNews com dados de 2023, o Brasil ficou em 18º lugar nesse quesito, com US$ 18 mil por pessoa no ano. Na Argentina, por exemplo, foram US$ 46 mil. Na Coreia do Sul, a líder, quase US$ 500 mil.

Hoje vamos falar sobre:

🛒 Coelho Diniz avança no GPA

🛢️ Ibama peita a Petrobras

💄 O desafio para rejuvenescer a Avon

 ⛏️ A corrida do cobre

HIGHLIGHTS

🛒 Coelho Diniz avança no GPA

A família Coelho Diniz, dona do supermercado mineiro com o mesmo nome, está aumentando sua participação no GPA. Ela detém quase 18% das ações – encostando no Casino, que tem 22,5%. Pela regra do GPA, se alguém chegasse a uma fatia de 25%, precisaria fazer uma oferta pública para comprar os papéis dos outros acionistas. Segundo o Pipeline, os Coelho Diniz não pretendem cruzar essa linha.

🍺 Heineken, Ambev e a cerveja mais cara

A Heineken vai subir o preço de sua cerveja em 6% ainda este mês, depois de mais de um ano sem reajustes. Quem saiu ganhando com a notícia foi a concorrência: as ações da Ambev subiram 3% ontem. É que a dona da Brahma e da Skol já tinha aumentado os preços neste ano, e até mais – 9%. Com a rival seguindo o movimento, diminui o risco de ela perder mercado por conta disso.

🛢️ Ibama trava projeto no pré-sal

O Ibama suspendeu o processo de licença da Petrobras para a 4ª fase do pré-sal na Bacia de Santos – um projeto de R$ 196 bilhões. Motivo: a petroleira não detalhou medidas contra mudanças climáticas no pedido. É a primeira vez que o Ibama exige compromissos climáticos tão específicos nesse tipo de projeto. Agora, a instalação de 10 plataformas entre SP e RJ deve atrasar.

O MELHOR DO INVESTNEWS

O desafio da Natura para rejuvenescer a Avon

A Avon desembarcou no Brasil em 1958  – e ajudou a popularizar as vendas de porta em porta por aqui. Ela foi comprada pela Natura em 2020 e, desde então, abriu novos mercados para a nova dona: nos últimos cinco anos, 7 em cada 10 lares que compravam Avon passaram a consumir também produtos da Natura.

  • Mas ela tem ficado para trás. Na Natura, a avaliação é de que faltou investir em inovação na Avon. O portfólio envelheceu, e a marca não conseguiu se posicionar bem na era das redes sociais. Aí, perdeu espaço para novas companhias de beleza, nativas digitais – como a Sallve, a Boca Rosa e a WePink.

  • Sem lançamentos relevantes em maquiagem, a receita da Avon Brasil caiu 12% no primeiro trimestre de 2025. Agora, a empresa planeja uma revisão completa do portfólio na América Latina até o ano que vem – e uma reavaliação dos canais de venda até 2027.

A corrida do cobre

O preço do cobre atingiu o maior patamar da história depois que Trump anunciou uma tarifa de 50% em cima do metal, na semana passada. A medida vale para todos os países.

  • Mas não é só a tarifa. O cobre é essencial para datacenters e carros elétricos. Aí é lógico que a demanda está explodindo. No ano, a alta é de 38%. 

  • Só que os EUA importam quase metade do cobre que consomem. Como cobre não dá em árvore, vão ter de pagar mais caro.

Nesse cenário, as mineradoras de lá correm para tirar o atraso. É o caso da Ivanhoe, especializada em metais condutores. Ela pretende abrir a primeira grande mina de cobre nos EUA em mais de uma década.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. 

UM NÚMERO

33%

É a participação da Stellantis na Symbio, uma fabricante de propulsores movidos a hidrogênio – ou seja, de motores elétricos que usam esse elemento como combustível. A dona da Fiat e da Jeep decidiu que não vai mais investir na empresa, muito menos no desenvolvimento de carros a hidrogênio.

  • Não se trata de uma surpresa. A tecnologia era promissora. Mas o sucesso dos carros elétricos comuns, que carregam na tomada, formou uma concorrência pesada demais para ela no mundo da energia limpa.    

UMA FRASE

“É como você negociar com o cano do revólver na cabeça.”

Celso Amorim, Assessor-Chefe de Política Externa da Presidência, sobre os EUA terem aberto a investigação comercial contra o Brasil.

VALE PARAR PARA LER

💸 O preço da bonança   
Desde 2011, o PIB mundial cresce basicamente 3% todo ano – fora o período da pandemia. Ou seja: o planeta passou incólume por várias crises. Mas a bonança foi financiada por gastos públicos. O déficit médio dos países ricos passou para 4% do PIB, bem mais do que nas décadas anteriores – tudo sustentado por uma escalada na dívida global. Aí fica a pergunta: até quando esse modelo vai ter fôlego?

E UMA ERRATA

Na edição de ontem, a seção UMA IMAGEM foi publicada sem uma parte do texto. Segue aqui embaixo a versão correta, e completa: 

A Rio Tinto trocou de CEO. Agora, a concorrente da Vale fica sob o comando de Simon Trott. Ele estava à frente da divisão de minério de ferro da anglo-australiana. A ideia ali é ter alguém com mais experiência operacional, mão na massa. 

  • Simon, que é australiano, entra no lugar do britânico Jakob Stausholm – que ficou quatro anos no cargo e, antes, era o CFO da mineradora. A troca vem num momento crucial.  
     

  • Porque a empresa está para colocar em operação um dos maiores projetos da história: a mina de Simandou, na Guiné. O potencial ali é de 120 milhões de toneladas de minério de ferro por ano – o bastante para suprir 10% da demanda chinesa.  

Na foto: a serra de Simandou.

É isso. Boa quinta-feira!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

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