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Bet365 à venda
🥚 A gripe aviária no Brasil | 🌊 SLC, JSL e a ‘onda Trump’
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
A bilionária por trás da bet365 avalia venda do império das apostas
Denise Coates é a dona da banca. Como sócia e CEO da bet365, ela é a mulher mais rica do Reino Unido e tira mais de R$ 1 bilhão por ano em salários e bônus. Denise fundou o site como parte dos negócios da família, que já gerenciava casas de apostas no país antes de a internet existir. Agora, o negócio está à venda.
A família tem conversado com pesos-pesados do mercado financeiro, tipo Goldman Sachs e Bank of America, para entender as opções. Uma delas é vender parte da empresa para um fundo de private equity e, depois, abrir capital nos Estados Unidos.
Avaliada em US$ 12 bilhões, a bet365 já tem se movimentado para ficar mais atraente aos olhos dos investidores americanos, segundo uma reportagem do The Guardian. Tipo: este ano, a companhia anunciou sua saída da China. Manter o negócio no país não pegava muito bem, já que as apostas por lá são proibidas.
No Brasil, a bet365 detém 20% do mercado nacional de apostas, que movimentou R$ 20 bilhões em 2024. Sua maior concorrente por aqui é a Betano, que tem 23% do mercado.
Hoje vamos falar sobre:
🚧 Venda do VLT atropela Invepar
🥚 A gripe aviária no Brasil
🌊 SLC, JSL e a ‘onda Trump’
🧑🏫 A escola de herdeiros da Votorantim
HIGHLIGHTS
🚧 Venda do VLT atropela Invepar
Em março, a empresa de mobilidade Invepar vendeu sua fatia do VLT Carioca. Mas não usou parte do dinheiro para amortizar debêntures, como havia combinado com os credores. Resultado: como punição, ganhou uma cobrança antecipada de R$ 517 milhões. Agora, a empresa tenta negociar um perdão na Justiça. Mas, se não conseguir, pode acabar pedindo recuperação judicial.
🧾 Troca no conselho da Eldorado
Cinco conselheiros da Eldorado Celulose renunciaram aos seus cargos. Eles tinham sido indicados pela Paper Excellence, que vendeu sua participação na empresa para a J&F na semana passada. O negócio encerrou uma disputa societária que se arrastava há oito anos.
✈️ Gol levanta voo de US$ 1,9 bi
A Gol conseguiu um financiamento de US$ 1,9 bilhão para sair da recuperação judicial nos EUA. Em bom economês, esse tipo de empréstimo é chamado de "exit financing" – um empurrão final para quitar dívidas antigas, reforçar o caixa e sair da RJ com alguma estabilidade financeira.
UMA IMAGEM

Na sexta, o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou um caso de gripe aviária em uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Esse é o primeiro caso da doença registrado em uma granja comercial na história do país – que responde por 35% da oferta global de frango. Segundo o Ministério, o Brasil pode deixar de exportar até US$ 200 milhões em um mês por causa da crise. Isso equivale a 2% dos US$ 9,7 bilhões que o Brasil faturou com carne de frango no ano passado.
Na foto: um homem limpa um trator em uma barreira sanitária no RS (Reuters)
O MELHOR DO INVESTNEWS
SLC e JSL se preparam para surfar a ‘onda Trump’ nos negócios
A guerra tarifária entre Estados Unidos e China virou terra fértil para o agronegócio brasileiro – que pode abocanhar mais uma fatia da demanda chinesa por grãos. Essa é a aposta de empresas como a JSL, de logística, e a SLC Agrícola, maior produtora de soja do país.
Para elas, a trégua firmada entre as duas potências não resolve instantaneamente a quebra de confiança. E é aí que mora a oportunidade.
Não é a primeira vez que o Brasil leva vantagem nesse embate. Em 2018, durante o primeiro governo Trump, os EUA e China se atacaram com tarifas mútuas de 25%. Foi o suficiente para derrubar a participação dos grãos americanos no mercado chinês: de 52,8% em 2017 para 18,5% no ano seguinte.
Desde então, nada foi como antes. Hoje, só 23% dos grãos que a China importa são dos EUA. Já o Brasil responde por 70% do total.
Leia mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata.

O extraordinário mundo da ‘soft robotics’

Quando você pensa em robôs do futuro, o que te vem à mente? Para Daniela Rus, diretora do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT, a resposta inclui robôs macios, flexíveis – e até comestíveis.
Ela é pioneira em uma área conhecida como soft robotics, que desenvolve robôs feitos de materiais flexíveis, como silicone e borracha. Seu grupo já criou, por exemplo, uma tartaruga marinha robótica, projetada para monitorar a vida nos oceanos sem incomodar seus habitantes naturais.
A proposta do grupo é ir além dos robôs humanoides – aqueles que imitam o corpo e as funções dos humanos.
Bem, vai ter espaço para todos eles. Segundo a consultoria Gartner, até 2030, 80% das pessoas vão interagir com robôs autônomos todos os dias. Hoje, esse número é inferior a 10%.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UMA FRASE
“Sou a favor da pesquisa. (...) Mas o petróleo que eventualmente possa estar lá não pode ser pretexto para atrasar nossa transição [energética].”
VALE PARAR PARA LER
🧑🎓 A escola de herdeiros da Votorantim
A família Ermírio de Moraes controla a Votorantim há mais de 100 anos. Para garantir que os mais de 170 herdeiros entendam do negócio, a empresa mantém um Conselho de Família – que começa a educá-los desde pequenininhos.
🛣️ Leilão da BR-163
Na próxima quinta, o Ministério dos Transportes vai fazer um “leilão simplificado” da BR-163. Funciona assim: o governo já renegociou o contrato com a Motiva, atual operadora da via. Mas, se outra empresa oferecer uma tarifa de pedágio menor, leva a concessão – e terá que pagar uma indenização de R$ 390 milhões à Motiva.
É isso. Boa segunda-feira!
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Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito