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O novo nó na recuperação do Dia: um CDB ligado ao Master
🏦 Desventuras do crédito privado | 🐂 Como a Minerva ganha com a relação Argentina-EUA
Ouça a versão em áudio:
Um ano e meio após a RJ, Dia gasta R$ 296 milhões e concentra caixa em CDB ligado ao Banco Master
A rede de supermercados Dia entrou em recuperação judicial no Brasil em março de 2024, com R$ 1 bilhão em dívidas. Pouco depois, a matriz espanhola vendeu a subsidiária ao Fundo Lyra II – investido pelo empresário Nelson Tanure e gerido pela Trustee, de Maurício Quadrado, ex-sócio do Banco Master.
Foi uma transação conhecida como “venda a valor negativo”: na prática, o Dia pagou para alguém assumir o negócio. Antes de transferir o controle, a matriz injetou R$ 214 milhões no caixa da filial brasileira para bancar a reestruturação.
Pouco mais de um ano e meio depois, porém, a companhia já consumiu R$ 296 milhões de caixa – mais do que o próprio aporte da antiga controladora.
E a liquidez voltou a preocupar: 66% das aplicações financeiras da companhia (ou cerca de R$ 161 milhões) estão concentradas em um único CDB do BlueBank, instituição ligada ao Banco Master – que vem levantando dúvidas no mercado sobre sua saúde financeira.
Hoje vamos falar sobre:
🐂 Como a Minerva ganha com a relação Argentina-EUA
🔄 A reorganização da Brava Energia
♨️ Por que a energia geotérmica virou a queridinha dos americanos
🏦 Desventuras do crédito privado
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HIGHLIGHTS
🐂 Como a Minerva ganha com a relação Argentina-EUA
Os EUA quadruplicaram a cota de importação de carne bovina da Argentina: antes, entravam 20 mil toneladas por ano pagando menos impostos. Agora serão 80 mil. Bom para a Minerva, que tem cinco plantas na Argentina. Não à toa, as ações do frigorífico subiram 3% ontem.
🇳🇱 Dona do iFood lança BDRs
A Prosus, holding holandesa que controla o iFood, vai começar a negociar BDRs na B3 a partir de segunda. A empresa optou por esse formato em vez de listar cada controlada separadamente – além do iFood, ela também opera OLX, Decolar e Sympla no Brasil.
🏷️ Casas Bahia entra na vitrine do Mercado Livre
A Casas Bahia vai começar a vender seus produtos no Mercado Livre a partir de 1º de novembro, de olho na Black Friday. A ideia é focar em itens de maior valor, como eletrodomésticos e eletrônicos. O mercado gostou: as ações da BHIA3 subiram 12% ontem.
O MELHOR DO INVESTNEWS

A primeira digital do novo bloco de acionistas relevantes da Brava
A Brava Energia nasceu no ano passado da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta. Agora, a petroleira está se reorganizando. Nesta semana, anunciou a saída do então CFO Rodrigo Pizarro. No lugar, quem assume é Luiz Carvalho, ex-analista do setor de óleo e gás do BTG Pactual.
Era questão de tempo para que Pizarro deixasse a empresa. Ele era ligado à gestora Starboard, que chegou a deter mais de 20% da 3R Petroleum. Com a fusão, a gestora perdeu influência – e, nos últimos meses, se desfez de sua fatia de 5% na Brava.
A troca marca a primeira grande movimentação dos novos acionistas relevantes da companhia, que hoje já somam mais de 20% do capital: Yellowstone, Jive e Queiroz Galvão.
Leia mais nesta reportagem de Felipe Mendes.


Por que a energia geotérmica virou a queridinha dos americanos
Em 2013, Dinho Ouro Preto tuitou: "falta uma banda que una todas as tribos, como foi o Norvana". Se a energia geotérmica fosse uma banda, seria o 'Norvana'. É a energia gerada a partir do vapor subterrâneo – especialmente em regiões vulcânicas, onde o calor da Terra chega mais perto da superfície.
Ela passa no crivo dos ambientalistas, por ser limpa. Atrai as big techs, por oferecer energia estável para data centers. E é a única fonte renovável que recebeu subsídios tanto de Biden quanto de Trump.
Ainda assim, responde por só 0,4% da eletricidade gerada nos EUA. Afinal, hoje, sua produção depende do subsolo ser quente o bastante – algo comum sobretudo na Califórnia e em Nevada.
Mas pesquisadores americanos desenvolveram um método para torná-la viável em outras regiões: usar tubos subterrâneos para injetar água de reúso a quilômetros de profundidade, em rochas quentes. Aí a água retorna em forma de vapor, pronta para mover as turbinas que geram eletricidade.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
R$ 750 milhões
É quanto a Aguassanta, family office de Rubens Ometto, vai captar com a emissão de títulos de dívida.
O dinheiro será injetado na Cosan, grupo controlado por Ometto, como parte do aumento de capital de R$ 10 bilhões anunciado em setembro.
O BTG Pactual e a gestora Perfin estarão à frente desse reforço no caixa – que busca aliviar a dívida de R$ 17,5 bilhões da companhia.
UM GRÁFICO

O petróleo disparou 5% ontem. Reflexo do temor de que parte da oferta global fique travada, após os EUA sancionarem as duas maiores petroleiras da Rússia – Rosneft e Lukoil.
A União Europeia também anunciou um novo pacote de sanções contra o país, e o Reino Unido já tinha adotado medidas parecidas.
Agora, a dúvida é se a Índia, principal compradora do petróleo russo, vai seguir o movimento.
VALE PARAR PARA LER
🏦 Desventuras do crédito privado
O mundo do crédito privado vive a maior turbulência desde a crise da Americanas, em 2023. Dessa vez, o estopim foi o pedido de proteção contra credores da Ambipar, em setembro – seguido pela recuperação judicial, anunciada nesta semana. Também pesa o caso da Braskem, que contratou uma firma especializada para reestruturar dívidas.
🚗 A nova escassez de chips na indústria automotiva
As fábricas europeias da Volkswagen, Volvo e Mercedes alertaram que podem parar temporariamente por falta de chips. Tem a ver com a crise da Nexperia, uma fabricante que domina 40% do mercado de chips básicos – e agora está no centro de uma disputa entre a China e a Holanda.
OFF WORK
🧬 Como vive um supercentenário
Maria Branyas Morera morreu aos 117 anos e 168 dias. Antes de falecer, no ano passado, ela topou participar de um estudo científico sobre longevidade. Os pesquisadores descobriram que o DNA dela tinha variações genéticas raras ligadas à boa imunidade e à saúde do coração e do cérebro.
É isso. Boa sexta-feira e bom final de semana!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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