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O futuro dos hotéis: nas mãos da Faria Lima

💧 A vitória bilionária da Sanepar | 🇮🇳 O efeito colateral das tarifas de Trump sobre a Índia

Alexandre Versignassi

Ouça a versão em áudio:

O futuro dos hotéis esquecidos está nas mãos da Faria Lima

80% dos hotéis no Brasil são negócios familiares. E boa parte deles passa por um problema de sucessão. É normal que a segunda ou a terceira geração ali não tenha mais interesse no negócio. E esse movimento está alimentando um mercado vibrante. 

  • Fundos e gestoras têm assumido hotéis desvalorizados. Aí reformam, reposicionam a marca e vão atrás de uma rentabilidade maior.

  • Ajuda o fato de que só três coisas importam quando o assunto é propriedade: localização, localização e localização. Hotéis costumam ser bons nisso. Reforme, e os clientes virão.  

  • O BTG, por exemplo, confia na estratégia. Está captando um novo fundo imobiliário, de até R$ 415 milhões, para comprar hotéis prontos. 

Não é a primeira vez. O banco já administra dois fundos, que somam 54 hotéis e R$ 3,3 bilhões em ativos. Outra instituição que atua na área é a CVPar. Recentemente, a gestora comprou o Hilton Garden Inn, em São Paulo, por R$ 110 milhões. E agora planeja montar um fundo imobiliário voltado a hotéis.

Hoje vamos falar sobre:

💧 A vitória bilionária da Sanepar

😕 Buffett está decepcionado com a Kraft Heinz

🇮🇳 O efeito colateral das tarifas de Trump sobre a Índia

🌞 Horário de verão: a volta dos que acabaram de ir? 

⛏️ Indústria extrativa brilha no PIB

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HIGHLIGHTS

💸 O aumento de capital da Oncoclínicas

A Oncoclínicas contratou o banco Rothschild para estruturar um aumento de capital. A ideia ali é converter debêntures em ações. Segundo fontes ouvidas pelo InvestNews, pelo menos R$ 800 milhões em dívidas devem entrar nessa troca. A proposta será discutida na próxima assembleia extraordinária, marcada para o dia 9 de setembro.

⛽ Procura-se sócio

A Cosan está buscando interessados em comprar uma fatia da Raízen – e está aberta a receber propostas até o início de outubro. O plano é trazer um sócio estrangeiro querendo crescer no mercado global de etanol. Segundo a Bloomberg, uma das candidatas é a japonesa Mitsubishi.

💧 A vitória bilionária da Sanepar

A Sanepar recebeu R$ 4 bilhões em precatórios da União, após vencer uma disputa judicial que se arrastava há 31 anos. A briga era pelo direito de não pagar Imposto de Renda – já que as estatais que prestam serviços básicos, como água e saneamento, têm essa isenção prevista em lei. Não é pouca coisa: o valor equivale a 40% do mercado da companhia.

UMA IMAGEM

Na terça, a Kraft Heinz anunciou que vai se dividir em duas. A Global Taste Elevation concentrará as marcas de molhos e patês, tipo Heinz e Philadelphia. E a North American Grocery herdará a divisão de embutidos, com a Oscar Mayer e a Kraft Singles.

  • Warren Buffett não gostou da ideia: disse não acreditar que a divisão vá resolver os problemas da companhia.

  • Foi ele quem articulou a fusão da Kraft com a Heinz, ao lado da brasileira 3G Capital, em 2015. Mas o negócio não vingou: as vendas estagnaram, os lucros caíram e as ações despencaram 50% desde então. Agora, Buffett até admitiu que essa não foi uma de suas ideias mais brilhantes.

  • O mercado também parece estar cético com o futuro. Ontem, as ações da Kraft Heinz caíram 7% na Nasdaq. 

Na foto: uma edição especial da mostarda Heinz no encontro anual de acionistas da Berkshire Hathaway, de Buffett, em 2018 (Bloomberg). 

O efeito colateral das tarifas de Trump sobre a Índia: petróleo russo mais barato

Logo que a Rússia invadiu a Ucrânia, no início de 2022, o Ocidente fechou as portas para o petróleo russo. Antes disso, EUA e União Europeia respondiam por 60% das exportações de lá. Para Moscou, o jeito foi baratear o barril para conquistar novos compradores. A partir daí, a Índia se tornou um parceiro-chave: hoje, ela leva sozinha 35% do petróleo russo.

  • Em agosto, Trump anunciou tarifas de 50% sobre a índia, como punição por não aderir às sanções. De início, os indianos reagiram como esperado: com medo da retaliação, se desfizeram do petróleo russo e passaram a comprar mais do Oriente Médio.

  • Mas a Rússia reagiu, baixando ainda mais o preço. Ofereceu o barril com US$ 7 de desconto em relação a um equivalente de Omã – uma proposta praticamente irrecusável. 

  • Então, no fim, o efeito colateral das tarifas americanas foi deixar o petróleo russo ainda mais barato para a Índia. 

Hoje, 15% de toda a oferta mundial de petróleo está proibida no Ocidente – considerando as sanções à Rússia, à Venezuela e ao Irã. Nessa, a Índia e a China têm aproveitado para nadar em descontos. Hoje, 37% do petróleo importado na Índia vem de países sancionados – contra só 1% em 2021. Na China, a fatia passou de 23% para 33% nesses quatro anos.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

UM NÚMERO

R$ 710 milhões

Foi o valor roubado no ataque hacker à Sinqia – bem acima da estimativa inicial, de R$ 470 milhões.

  • A Sinqia é uma das empresas que conecta bancos e fintechs ao SPB, a infraestrutura do Banco Central que processa todos os pagamentos via Pix, cartões, boletos. Até onde se sabe, o roubo atingiu dois clientes ali: o HSBC e a fintech Artta.

  • Ataque hacker é só jeito de dizer, na verdade. Segundo a empresa, os criminosos entraram com credenciais legítimas, de terceirizados de TI. Foi exatamente o que aconteceu em julho com a C&M, concorrente da Sinqia. Lá, os criminosos roubaram cerca de R$ 1 bilhão.  

UMA FRASE

“Para 2025 [o horário de verão] não chega a ser imprescindível. Mas é efetivo, recomendável e tem benefícios tangíveis”

Cristiano Vieira, diretor de operações do ONS, o órgão que coordena a geração de energia elétrica no Brasil. Em 2019, o governo extinguiu o horário de verão. Agora, discute retomá-lo. De lá para cá, a energia solar virou protagonista no sistema. Hoje, responde por mais de 20% da geração, contra só 2% há seis anos. Mas há um descompasso aí: o pico de consumo elétrico vem no início da noite, quando as pessoas chegam em casa – e o sol já se pôs. Adiantar o relógio em uma hora, então, ajudaria a fechar essa conta.

UM GRÁFICO

No 2º trimestre, o PIB do Brasil cresceu só 0,4%. Efeito dos juros altos, que servem para isso mesmo: desacelerar a economia para controlar a inflação.

  • Mas o baque da Selic não atingiu a indústria extrativa, que avançou 5,4% na comparação com o trimestre anterior. É aqui que entram os setores de petróleo, gás natural e mineração – território de gigantes como Petrobras e Vale.

Esse desempenho reflete sobretudo o avanço da produção de petróleo e gás natural no pré-sal. Tem tudo a ver com o bom resultado operacional da Petrobras no período, quando alcançou 2,32 milhões de barris por dia, 5% acima do trimestre anterior.

É isso. Até amanhã!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

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