“Quitinete não, estúdio", diriam os puristas das palavras contemporâneas. Mas é aquilo: estamos falando dos apartamentos do tamanho de um quarto de hotel que, quando estão em bairros nobres, podem valer mais de R$ 1 milhão – e render aluguéis portentosos a quem compra para investir. 

• O problema: em São Paulo, muita gente comprou gato por lebre. Eram apartamentos em bairros nobres destinados pela prefeitura à moradia popular. Boa parte desses só pode ser vendida para famílias com renda de até seis salários mínimos.

• Mas corretores burlavam a norma, vendendo para quem não se enquadra. Só que aí a regra apertou. Passou a estabelecer um teto para a venda. Quem comprou um estúdio de R$ 1 milhão, ou mais, agora só vai poder vender por, no máximo, R$ 500 mil.

• E se pôr para alugar? Dependendo do caso, o teto aí pode ficar abaixo de R$ 3 mil – contando o condomínio e o IPTU. Isso em prédios onde o aluguel sozinho está em R$ 6 mil. Airbnb? Esquece. Está vetado. 

Essas restrições ficam valendo por 10 anos. Nesse meio-tempo, então, a regra nova torna o imóvel basicamente inútil como investimento. 

Leia mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata. 

A gigante chinesa CRRC vai assumir uma fábrica da Hyundai Rotem – braço do grupo Hyundai especializado na produção de trens. A planta fica em Araraquara (SP), foi inaugurada em 2016 e está parada desde 2019. 

• Hoje, os trens da CRRC chegam prontos da China. Com a inauguração da fábrica, prevista para 2026, a ideia é seguir produzindo a maior parte por lá – mas fazer a montagem final no Brasil.

• A companhia tem expandido suas operações no setor ferroviário brasileiro. Em 2025, venceu a licitação para fornecer 44 trens ao Metrô de São Paulo. Antes disso, entregou partes de trens para o Metrô do Rio, a SuperVia e a Linha 13-Jade da CPTM.

Na foto: um trem fabricado pela CRRC operando em Pequim (divulgação).

Há rumores de que a Iguá, uma das principais empresas privadas de saneamento do país, pode trocar de comando em breve. Segundo fontes do setor de infraestrutura, os acionistas avaliam que o CEO, Roberto Barbuti, não vem entregando a eficiência esperada.

• O BNDESPar e a canadense AIMCo, que juntos detêm 33,5% da Iguá, estariam entre os acionistas mais insatisfeitos com a gestão atual. Já o fundo de pensão canadense CPP, controlador da Iguá com 66,5% das ações, resiste à troca de comando.

• Com passagens por Santander e Corsan, Barbuti é visto como um executivo de mercado financeiro. Ele assumiu o comando da Iguá em agosto de 2023, indicado pelo CPP. 

No mercado, a leitura é que seu estilo de gestão é mais formal e distante do dia a dia da operação – diferente do modelo anterior, implantado pela gestora IG4, que liderou a reestruturação da empresa até sair do capital, em agosto de 2024.

Leia mais nesta reportagem de Felipe Mendes e Rikardy Tooge. 

Nem carros da Ferrari, nem bolsas da Hermès. Voar em jatos particulares se tornou o objetivo final de quem escolhe vinho sem olhar o preço. É o luxo que separa o 0,01% mais rico do mero 1% mais rico. 

• Natural. Um jatinho GulfStream G650, com capacidade intercontinental, custa R$ 400 milhões. Mas isso é só o começo. A hora de voo não sai por menos de R$ 70 mil. Ou seja: mais de R$ 1 milhão só para garantir aquele bate-volta em Ibiza. Não está fácil para ninguém…

• Mas a fatia de gente apta a desembolsar essas somas tem crescido. Em 2023, o grupo dos ultra-ricos – com mais de US$ 30 milhões em investimentos – chegou a 426 mil pessoas.

• E a demanda pelos jatos particulares cresce junto. No ano passado, foram 5,2 milhões de horas em jatos executivos – o suficiente para dar 115 mil voltas ao redor da Terra. 

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

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