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A arma da Toyota contra BYD e GWM
🇺🇸 Aura Minerals na Nasdaq | ⚖️ A saga do IOF
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
A arma da Toyota contra BYD e GWM: um híbrido mais em conta
A Toyota é basicamente a criadora dos carros híbridos – com o Prius, de 1997. E, até o primeiro semestre do ano passado, era a maior vendedora de híbridos no Brasil. Mas a maré virou: ela fechou os primeiros seis meses de 2025 no 3º lugar do ranking, bem atrás das chinesas BYD e GWM.
Acontece que “carro híbrido”, no Brasil, virou sinônimo de híbrido plug-in, aquele com tomada – que a indústria chama de PHEV. Ele é mais caro e tem mais tecnologia embarcada do que o “híbrido convencional”, sem tomada – chamado de HEV.
Os chineses foram os primeiros a oferecer preços mais em conta para híbridos plug-in. O PHEV mais vendido no Brasil é o Song Pro, da BYD. Ele parte de R$ 195 mil. Song Plus e Haval PHEV, que espalham-se como gremlins pelos bairros nobres, não saem muito além disso: R$ 245 mil. Na linha Toyota, por outro lado, o plug-in mais em conta fica por R$ 400 mil.
Diante desse cenário, a montadora japonesa decidiu brigar no mercado não com um novo plug-in, mas com um híbrido convencional mais em conta. É o Yaris Hybrid, que chega ao mercado neste ano. Ele será o primeiro SUV compacto com motorização HEV produzido no país. E tem o apelo do motor híbrido flex, algo que as chinesas não produzem.
Leia mais nesta reportagem do InvestNews.
Hoje vamos falar sobre:
🇺🇸 Aura Minerals na Nasdaq
⛏️ Rio Tinto troca de CEO
🏢 Escritório ou demissão, eis a questão
⚖️ A saga do IOF
HIGHLIGHTS
🇺🇸 Aura Minerals na Nasdaq
A Aura Minerals, controlada pelo empresário Paulo Carlos de Brito, levantou US$ 210 milhões em uma oferta de ações na Nasdaq. Cada papel saiu a US$ 24,25, quase 6% a menos que o preço de fechamento do dia anterior na outra bolsa onde ela é listada, a de Toronto. A mineradora de ouro também negocia BDRs na B3.
🏭 O fim da usina Santa Elisa
A Raízen fechou a usina Santa Elisa, no interior de SP. E em vez de moer a cana que tinha lá, ela decidiu vender a produção para outras usinas: foram 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, por R$ 1,04 bilhão. Faz parte do plano de desinvestimentos da Raízen: mais um esforço para reduzir sua dívida de R$ 34 bilhões.
📅 Data marcada, de novo
Ontem, contamos que o principal obstáculo para a fusão entre a BRF e a Marfrig caiu: a Previ, fundo de pensão que detinha 5% da BRF e era contra o negócio, vendeu a participação dela. Sem perder tempo, as duas empresas já marcaram para 5 de agosto as assembleias que vão selar o acordo. Mas a gestora Latache e o investidor Alex Fontana seguem tentando barrar a união.
UMA IMAGEM

A c. Agora, a concorrente da Vale fica sob o comando de Simon Trott. Ele estava à frente da divisão de minério de ferro da anglo-australiana. A ideia ali é ter alguém com mais experiência operacional, mão na massa.
Simon, que é australiano, entra no lugar do britânico Jakob Stausholm – que ficou quatro anos no cargo e, antes, era o CFO da mineradora. A troca vem num momento crucial.
Porque a empresa está para colocar em operação um dos maiores projetos da história: a mina de Simandou, na Guiné. O potencial ali é de 120 milhões de toneladas de minério de ferro por ano – o bastante para suprir 10% da demanda chinesa.
Na foto: a serra de Simandou.

Os funcionários do Starbucks terão de escolher: ou voltam ao escritório ou pedem as contas

A partir de outubro, o Starbucks vai exigir 4 dias de trabalho presencial por semana para os funcionários corporativos – hoje, são 3. E os chefes que ainda trabalham remotamente terão 12 meses para se mudar para Seattle ou Toronto, onde ficam as sedes da empresa.
Quem não topar terá de entrar num PDV, um programa de demissão voluntária. É quando a companhia oferece dinheiro para encorajar quem quer sair..
A mudança faz parte de um plano para reduzir os custos ali. Não que o trabalho presencial saia mais barato. É que eles esperam várias demissões mesmo. Desde fevereiro, o Starbucks já desligou 1.100 funcionários e enxugou o cardápio de drinks em 30%.
Mas a volta ao presencial é um fenômeno global. Neste ano, outras gigantes também endureceram as regras: em janeiro, a Amazon restabeleceu o trabalho 100% presencial. Em março, foi a vez do JPMorgan.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UMA FRASE
“Eu tenho a impressão de que é uma decisão que sai rápido.”
UM GRÁFICO

A China controla o mercado global de terras raras. E usa isso como arma geopolítica. Em resposta ao tarifaço, em abril, o país endureceu as regras para exportar esses metais – eles servem de matéria-prima para ímãs super potentes, que vão em carros elétricos, turbinas e mísseis.
O impacto na indústria foi quase imediato. Por falta de peças, uma fábrica da Ford em Chicago parou várias vezes ao longo de 3 semanas.
Para reduzir a dependência da China, os EUA têm apostado todas as fichas na MP Materials – a única fabricante americana de ímãs de terras raras. Recentemente, ela fechou contratos com Apple, GM e o próprio Departamento de Defesa americano, que virou seu maior acionista.
VALE PARAR PARA LER
🤖 IA soberana
Jensen Huang, CEO da Nvidia, tem militado por um novo conceito: a "IA soberana", ideia de que cada país tenha seus próprios sistemas de inteligência artificial. Estima-se que os governos poderiam gerar uma receita acumulada de US$ 200 bilhões para a Nvidia nos próximos anos. E, de quebra, ajudariam a blindá-la contra uma eventual queda na demanda das big techs – que vêm tentando desenvolver seus próprios chips.
🍅 Taxa dos tomates
É uma disputa antiga: desde 1996, os EUA acusam o México de vender tomates a preços muito baixos, prejudicando produtores da Flórida. Por quase três décadas, os americanos aceitaram não taxar as importações se o México mantivesse um preço mínimo. But the times, they are a-changin'. Trump decidiu não renovar o acordo – e cobrará taxas de 17% sobre o tomate mexicano.
É isso. Boa quarta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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