O mantra do governo Trump era repetir que não rolariam exceções às tarifas. Mas vieram várias brechas – a começar pela do Brasil, já que mais da metade das nossas exportações para os EUA acabaram fora da tarifa-monstro de 50%. Agora, a União Europeia age para livrar alguns setores.

• A BMW tem uma proposta para escapar da tarifa de 15%: usar as fábricas que ela opera nos EUA para exportar carros e peças a outros países. Isso daria um boost na balança comercial americana. E serviria de contrapeso para uma eventual isenção à montadora da Bavária.

• Não seria a primeira exceção do tipo. Na quarta-feira, Trump anunciou 100% em cima de chips importados – de qualquer país. Mas a Apple não vai pagar nada. Motivo: a empresa de Tim Cook anunciou US$ 100 bilhões em investimentos para fabricar nos EUA.

Também não se trata da primeira exceção a uma tarifa global. O cobre está sob uma dessas (de 50%). Mas o Chile, maior exportador do mundo, conseguiu uma grande exceção: o cobre não-manufaturado, que serve de matéria-prima para fios e tubos e companhia, ficou isento.  

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

A Kepler Weber, maior construtora de armazéns de grãos do Brasil, lucrou R$ 14,4 milhões no segundo trimestre – queda de 61% em um ano. Mas há um sinal de retomada: em junho, o desempenho foi tão bom que representou 56% de todo o lucro operacional do trimestre.

Na foto: silos da Kepler Weber (Divulgação). 

A Braskem vive um dos piores momentos de sua história recente. Em 12 meses, o lucro operacional da companhia somou US$ 653 milhões. E a dívida ficou em US$ 6,8 bilhões. Dividindo um pelo outro, dá uma alavancagem de 10,6 vezes. Essa matemática quer dizer o seguinte: nesse ritmo, levaria mais de 10 anos para pagar a dívida. Algo considerado insustentável para qualquer empresa. 

• Nessa época de 2024, a alavancagem estava em 6,8 vezes. A coisa piorou tanto em um ano que a agência de ratings Fitch decidiu rebaixar a nota de crédito global da Braskem de “BB+” para “BB”.

• O balanço ruim fazia as ações da Braskem caírem mais de 4% na tarde de ontem. Mas veio uma ajudinha: começou a circular a notícia de que a empresa colocou à venda suas operações nos EUA, num negócio estimado em US$ 1 bilhão – o que poderia dar a ela algum fôlego financeiro. Depois disso, as ações começaram a cair menos, e fecharam em -1,5%.

Leia mais nesta reportagem de Rikardy Tooge e Lucinda Pinto.

Na Disney, lucro estelar dos parques compensa as margens esquálidas do streaming

A Disney já foi uma gigante da mídia que, por acaso, tinha parques temáticos. Agora ela está virando o oposto. Os parques, resorts e cruzeiros sustentam o império, e cada vez mais.

• No último trimestre, o lucro dos parques em território americano subiu 22% na comparação anual, para US$ 1,7 bilhão – com a inauguração do rival Epic Universe, da Universal. A margem de lucro foi brutal, de quase 27%.
  
  

• Perto disso, a margem da divisão de streaming passa vergonha. Ficou em 6% no segundo trimestre. A receita ali foi praticamente igual à dos parques, mas o lucro ficou em US$ 346 milhões apenas – quase 10 vezes menor que o da Netflix.  

Vale notar que o lucro com os parques fora dos EUA caiu, puxado por um movimento menor na Disney chinesa, em Xangai. Mesmo assim, o fato é que a divisão Experiences (onde estão os parques, resorts e cruzeiros) responde hoje por 57% do lucro da empresa. Há 10 anos, eram 21%.  

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

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