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A gigante de infraestrutura que você não conhece
🏢 Uma esnobada na Faria Lima | ⚙️ O baque das tarifas na Taurus
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
Discreta, Equipav tem mais de R$ 80 bilhões em obras e supera gigantes da infraestrutura
Pouca gente fora do mercado de infraestrutura conhece a Equipav. Mas ela é enorme: para os próximos anos, tem mais de R$ 80 bilhões em obras contratadas. O valor supera o previsto por companhias tradicionais do setor, como Ecorodovias, Iguá Saneamento e até a Motiva (ex-CCR).
No ano passado, o grupo faturou R$ 16 bilhões e distribuiu pelo menos R$ 300 milhões em dividendos às famílias Toledo e Vettorazzo, controladoras da holding. São dois carros-chefes ali: a Aegea, líder do setor privado no saneamento básico, e a EPR, de concessões rodoviárias.
Sozinha, a Aegea toca um dos maiores programas privados de obras do país: são R$ 45 bilhões em investimentos previstos até 2033. Hoje, atende 33 milhões de pessoas em 766 cidades – um em cada 7 municípios do país.
Criada em 2022, a EPR cresceu rápido: em dois anos, levou seis concessões e garantiu quase R$ 38 bilhões em obras – entre elas trechos no Paraná e a BR-040, entre BH e Juiz de Fora.
Leia mais nesta reportagem de Rikardy Tooge.
Hoje vamos falar sobre:
⚙️ O baque das tarifas na Taurus
☕️ Café amargo
⚛️ Energia nuclear: o retorno
🏢 Uma esnobada na Faria Lima
HIGHLIGHTS
💸 A nota da Eldorado
A agência Moody’s colocou a Eldorado Brasil em revisão para rebaixamento. Ou seja: está de olho e pode reduzir a nota de crédito da produtora de celulose em breve. É que, para encerrar uma briga societária de sete anos com a Paper Excellence, a J&F teve de assumir de vez o controle da Eldorado. A operação foi financiada com dívida, o que elevou a alavancagem e deixou a empresa mais pressionada financeiramente.
⏳ O fim da exclusividade de Tanure
Em maio, Nelson Tanure firmou um acordo de 90 dias para negociar com exclusividade a fatia da Novonor na Braskem. O prazo termina neste sábado e, segundo o Valor, dificilmente será prorrogado. Isso abriria o caminho para uma proposta da gestora IG4 – que tem o apoio dos bancos credores da Novonor.
⚙️ O baque das tarifas na Taurus
A Polimetal, subsidiária da companhia de armamentos Taurus, colocou 49 funcionários de uma fábrica em São Leopoldo (RS) em férias coletivas. As peças produzidas tinham os EUA como principal destino. Mas, com o tarifaço, a operação ficou inviável no curto prazo.
UMA IMAGEM

Todo mundo imaginava que ia acontecer, e agora aconteceu mesmo: com as tarifas de 50% em vigor, boa parte dos importadores americanos de café parou de fechar novos contratos com o Brasil. Outros até compram, mas tentam atrasar os prazos de entrega, na esperança de que as taxas caiam lá na frente.
Como alternativas ao café brasileiro, os importadores têm buscado mais grãos no Peru, México, Vietnã, Indonésia, Uganda…
Mas fato é que, a longo prazo, os EUA não têm alternativa ao café brasileiro: os grãos de arábica daqui são a fonte de cerca de 35% a 40% do café consumido nos EUA.
Somos de longe o maior produtor mundial de café. O Brasil deve colher de 65 milhões de sacas entre 2025 e 2026 — mais que o dobro do segundo colocado, o Vietnã.
Na foto: uma plantação de café em Guaxupé, Minas Gerais (Reuters)


A ascensão, a queda e o retorno da energia nuclear
Ela já foi popular uma vez. Nos anos 1950 e 1960, a energia nuclear era um símbolo de modernidade e progresso. Entusiastas previam um futuro em que todos os geradores de energia seriam atômicos – e a eletricidade seria tão barata que nem valeria a pena cobrar pelo consumo.
O otimismo começou a murchar no fim dos anos 1970, quando o acidente numa usina na Pensilvânia piorou a percepção de segurança da matriz nuclear. Aí, em 1986, o desastre de Chernobyl enterrou de vez o sonho atômico.
Mas, agora, a energia nuclear está virando hype de novo. Num mundo em que a IA exige cada vez mais eletricidade, ela passou a ser vista como uma boa alternativa, já que não emite gases estufa e as usinas funcionam o tempo todo, o que não acontece com a energia solar e a eólica.
Hoje, 60% da população americana apoia a construção de mais usinas nucleares. É um salto em relação a 2020, quando menos da metade defendia a ideia.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
R$ 41,3 bilhões
Foi quanto os cinco bancos listados no Ibovespa perderam em valor de mercado ontem. A queda foi generalizada; a maior delas, do Banco do Brasil: -6%.
Teve a ver com uma decisão do ministro Flávio Dino, do STF. Ele definiu que as leis estrangeiras não têm aplicação automática no Brasil. Com isso, ficou entendido que os bancos não precisam cumprir as sanções econômicas dos EUA contra Alexandre de Moraes.
Nessa, as instituições ficaram numa encruzilhada: se seguirem a decisão do STF, contrariam a ordem de Trump – e podem, no limite, acabar elas mesmas sofrendo sanções dos EUA. Se obedecerem à norma americanas, por outro lado, desrespeitam a decisão do Brasil.
UM GRÁFICO

Na terça, a diretoria do Fluminense topou a proposta do BTG para transformá-lo em SAF – e agora vai levar o assunto para votação dos sócios.
Entre os 20 times na Série A do Brasileirão, seis já são SAFs – o modelo de gestão que transforma os clubes em empresas.
O futebol brasileiro, aliás, tem faturado como nunca. Em 2024, os clubes da Série A atingiram R$ 10,2 bilhões em receita, somando patrocínios, vendas de jogadores, bilheteria e direitos de transmissão. É 13% a mais do que em 2023.
Mesmo assim, o resultado consolidado foi bem ruim, já que a maioria dos clubes chafurda em dívidas. A dos 20 da Série A somou R$ 14,6 bilhões – 22% a mais do que no ano anterior.
VALE PARAR PARA LER
🏢 Uma esnobada na Faria Lima
A demanda de construtoras pela região Faria Lima decepcionou. Para levantar um prédio ali, você precisa comprar Cepacs. São “títulos” da prefeitura. Cada um dá o direito a 1 a 4 m² além do “normal”, que seria uma área construída do tamanho do terreno. A venda de Cepacs rola em leilões. No mais recente, ontem, mais de 40% dos metros quadrados em oferta acabaram sem comprador.
É isso. Boa quarta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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