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Embraer agora “tem Mundial”
💧 O teste de fogo da Aegea | 🔋 O mundo está doido por cobre
Alexandre Versignassi
Ouça a versão em áudio:
O maior avião da Embraer finalmente decola nos EUA
Era uma obsessão dentro da empresa. Igual foi a do Corinthians antes de ganhar a Libertadores; igual é a do Palmeiras por ter seu Mundial. A Embraer agora tem o “Mundial” dela. Conseguiu, pela primeira vez, uma venda de aeronaves da geração E2 para os EUA. Demorou.
Estamos falando do E195-E2, o maior avião da empresa, com 146 assentos. Ele é bem-sucedido no resto do mundo: desde 2013, já somava 375 pedidos firmes, como dizem no jargão aeronáutico. Só que nenhum para os EUA. Zero.
Agora, não mais. A Avelo Airlines, de lá, encomendou 50 desses aviões, num acordo de US$ 4,4 bilhões. Dá US$ 88 milhões por aeronave, incluindo os contratos de manutenção.
É um marco. Nos EUA, a série E2 foi eclipsada pelo concorrente direto, o Airbus A220. Esse tem capacidade para voos intercontinentais sem escalas, coisa que o E195 não faz. Por outro lado, o avião brasileiro gasta menos combustível. Agora, pelo jeito, isso começa a fazer mais diferença no mercado.
Veja mais nesta reportagem de Raquel Brandão.
Hoje vamos falar sobre:
🌳 Celulose brasileira é ‘destarifada’ nos EUA
💧 O teste de fogo da Aegea
🔋 O mundo está doido por cobre
🧾 +2.800%: a alta das opções de compra da Oracle
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HIGHLIGHTS
🏥 Starboard faz uma proposta à Oncoclínicas
A gestora Starboard quer participar da reestruturação financeira da Oncoclínicas. Numa proposta enviada à empresa, ela ofereceu comprar as dívidas que hoje estão nas mãos de outros credores. A ideia é convertê-las em novas ações – o que faria da gestora uma acionista relevante na rede hospitalar.
☀️ O curtailment na Gerdau
O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que 70% da produção de energia do parque solar de Arinos (MG) vem sendo cortada. O complexo tem 750 mil painéis e foi inaugurado neste ano para abastecer as fábricas da siderúrgica. Mas vem sofrendo com o chamado curtailment – quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico manda reduzir a geração de energia por falta de capacidade na rede elétrica.
⛏️ Vale reduz investimentos em ‘metais para transição energética’
A Vale reduziu sua previsão de investimentos para o acumulado de 2025, de US$ 5,9 bilhões para US$ 5,7 bilhões. Agora, ela decidiu colocar menos dinheiro nos projetos de níquel e cobre – o bloco que ela chama de “metais para transição energética”. A verba destinada a esse segmento ao longo do ano caiu de US$ 2 bilhões para US$ 1,7 bilhões.
UMA IMAGEM

A celulose já tinha escapado da tarifa de 50% que os EUA impuseram sobre o Brasil. Ficou só com 10%, a alíquota mínima na fronteira americana. Mas agora a Casa Branca decidiu incluir a celulose brasileira nos itens totalmente isentos.
Acontece que o mercado americano é superdependente da celulose daqui: em 2024, o Brasil exportou para lá 2,8 milhões de toneladas de fibra curta – a mais usada pela indústria. Dá 78% do consumo americano.
Para a Suzano, a maior produtora de celulose do mundo, a isenção total não deve impactar o caixa, já que ela vinha repassando os custos extras das tarifas para a clientela.
“[Para nós] muda muito pouco, mas para os nossos clientes poderá ter alguma vantagem”, disse Marcos Assumpção, CFO da companhia, ao InvestNews.
Na foto: uma pilhas de fardos de celulose (Getty)
O MELHOR DO INVESTNEWS
O teste de fogo da Aegea: empresa assume concessão no Pará na véspera da COP 30
Desde 1º de setembro, a Aegea passou a cuidar da concessão de água e esgoto do Pará. O contrato dá a ela mais 4,5 milhões de clientes, e prevê R$ 15 bilhões em investimentos para universalizar o serviço no estado. Trabalho não falta: hoje, só 47,5% da população tem acesso à água tratada, e apenas 7,7% conta com uma rede de esgoto.
A empresa estreia ali logo no momento em que os olhos do mundo estão no Pará. Daqui a dois meses, Belém será palco da COP 30, a conferência climática da ONU, que deve receber de 40 a 50 mil visitantes.
Por isso, a Aegea corre contra o tempo para antecipar algumas entregas. A ideia é priorizar o abastecimento de água em áreas de alta vulnerabilidade. Tipo: na Vila da Barca, uma comunidade sobre palafitas de Belém, a empresa já começou a instalar as primeiras tubulações e hidrômetros.
Leia mais nesta reportagem de Felipe Mendes.


Mega acordo de mineração mostra que o mundo está doido por cobre
Na terça, a Anglo American e a Teck Resources anunciaram uma megafusão que criará a quinta maior produtora de cobre do mundo, avaliada em US$ 53 bilhões. É o maior negócio do setor de mineração em uma década.
Antes disso, as duas flertaram com outras gigantes: em 2023, a Teck estudou uma união com a suíça Glencore, mas recusou a oferta. No ano passado, foi a vez da Anglo American avaliar uma proposta da BHP – sem acordo.
O apetite por fusões tem crescido junto com a demanda por cobre. Ele é um ótimo condutor de energia, e está em praticamente tudo que é eletrônico. Em tempos de inteligência artificial, então, a projeção é de que a procura pelo metal supere a oferta já em 2027.
Na próxima década, os data centers devem consumir pelo menos 4 milhões de toneladas de cobre. Dá quase toda a produção anual do Chile, o maior fornecedor mundial.
Há outros motores de demanda também: baterias de carros elétricos, turbinas eólicas e equipamentos militares. China, EUA e mais países da OTAN planejam ampliar seus orçamentos de defesa. Se os gastos globais subirem de 2,5% para algo perto de 4% do PIB global, a expectativa é de uma demanda extra de 170 mil toneladas de cobre.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
2.800%
Que a Oracle subiu 36% ontem, com uma força da mania por data centers, você sabe. Que esse salto fez o fundador ali, Larry Ellison, empatar com Elon Musk no topo do ranking de mais ricos do mundo, também. Mas tem outro dado, não menos interessante: as opções de compra da Oracle chegaram a subir 2.800% na quarta.
“Opção de compra” é como se fosse um papelzinho onde vem escrito: “Vale o direito de comprar uma ação da Oracle por US$ 340 no dia 12 de setembro”.
Compra quem acha que a ação vai estar acima disso, tipo US$ 350. Aí é só exercer o direito de adquirir por US$ 340, vender no mercado, e lucrar US$ 10 por ação sem fazer força.
Até terça, a ação estava em US$ 240. As opções para comprar por US$ 340 no dia 12, então, valiam quase nada: US$ 0,24. Na quarta, a ação foi a US$ 327. E a opção subiu de carona, a US$ 7. Alta de 2.800% em um dia. O bastante para transformar R$ 10 mil em R$ 290 mil.
UMA FRASE
“A remoção de um membro do Conselho de Diretores [do Fed] se limita a questões ligadas ao comportamento do diretor no exercício do cargo e ao cumprimento fiel e eficaz de suas funções legais.”
É isso. Boa quinta-feira!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
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