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As megabaterias que ‘estocam vento’

👀 Petrobras reage à oferta de Tanure pela Braskem | 💳 iFood deve abocanhar Alelo

Alexandre Versignassi

Ouça a versão em áudio:

As megabaterias que ‘estocam vento’

A energia gerada no Brasil percorre milhares de quilômetros até acender a luz da sua casa. E esse caminho está se tornando cada vez mais complexo. Com a expansão acelerada da energia solar e da eólica, garantir estabilidade ao sistema elétrico é uma equação difícil. O vento não sopra o tempo todo. O Sol teima em se esconder. E mesmo assim a rede precisa funcionar sempre, claro.

  • Aí que entram as baterias gigantes, conhecidas como BESS (Battery Energy Storage System, em bom português). Elas guardam energia quando a oferta está maior do que a demanda. E devolvem quando a demanda dispara, aliviando picos de consumo.

  • No litoral sul de SP, a transmissora ISA Energia instalou o primeiro sistema de armazenamento em larga escala do país. O equipamento pode injetar até 30 megawatts na rede elétrica a qualquer momento – e armazena até 60 MWh. Significa que ele consegue manter essa entrega, suficiente para uma cidade de 90 mil habitantes, por duas horas seguidas. 

O Brasil ainda está engatinhando nessa tecnologia: são só 800 MWh de energia em baterias instaladas – muito atrás de países como Chile, Austrália e EUA. Mas o cenário começa a mudar. O governo pretende realizar o primeiro leilão de reserva de potência com participação de baterias. A data, no entanto, ainda é incerta.

Leia mais nesta reportagem de Greg Prudenciano.

Hoje vamos falar sobre:

👀 Petrobras reage à oferta de Tanure pela Braskem

💳 iFood deve abocanhar Alelo

🥤 Geração Coca-Cola de cana-de-açúcar

🇦🇷 Argentina: o de cima sobe e o de baixo desce

HIGHLIGHTS

👀 Petrobras reage à oferta de Tanure pela Braskem

A Petrobras pediu ao Cade para participar da análise da proposta de Nelson Tanure pela Braskem, apurou o InvestNews. A estatal diz que não foi avisada oficialmente da oferta – apesar de ter um acordo que lhe dá prioridade para comprar a parte da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, com direito de igualar qualquer oferta concorrente. 

💳 iFood deve abocanhar Alelo

O iFood está perto de comprar a Alelo por cerca de R$ 5 bilhões, segundo o Valor. A empresa, que oferece cartões de vale-refeição e alimentação, hoje é controlada por Bradesco e Banco do Brasil. E tem quase 30% do mercado, com algo entre 6 e 7 milhões de usuários. O iFood, que entrou nesse setor em 2020, ainda tem só 600 mil.

📈 Uma OPA na Neoenergia?

As ações da Neoenergia subiram mais de 5% ontem, embaladas por dois fatores. Primeiro, o lucro de R$ 1,63 bilhão no 2º trimestre – o dobro do ano passado. Depois, o anúncio de um aumento de capital de quase US$ 6 bilhões pela Iberdrola, que já detém 53% da companhia. O movimento reacendeu as apostas de uma possível OPA para fechar o capital da Neoenergia. 

O mercado confia muito em Buffett. Será que vai confiar em seu sucessor?

Como substituir alguém que já entrou para a história? Esta será a missão de Greg Abel, que assume o comando da Berkshire Hathaway em janeiro – quando Warren Buffett se aposenta, aos 95 anos.

  • Buffett sempre teve carta branca para fazer as coisas do seu jeito. Tipo: a Berkshire tem 28% da Occidental Petroleum e, em março, avaliava essa fatia em US$ 17,2 bilhões. O valor era quase 30% acima da cotação de mercado na época. 

  • Faz parte da filosofia de Buffett, que não calcula o valor de uma empresa pelas oscilações da bolsa, mas pelo caixa que ela deve gerar no futuro. Por isso, se ele acha que uma queda no valor de mercado é só passageira, não a considera em seu balanço.

  • A dúvida que fica: Abel terá a mesma credibilidade para dizer aos investidores que essas quedas são apenas temporárias?

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. 

UM NÚMERO

US$ 1,17 bilhões

Foi o lucro da Tesla no 2º trimestre – queda de 16% em um ano. 

  • Tem a ver, claro, com a queda na venda de veículos: as entregas caíram 14%, para 384 mil unidades, segundo dados divulgados no início de julho.

UMA FRASE

“Nós entendemos que podemos realocar rotas de exportação. Por exemplo, utilizando o Brasil para atender o México e a Índia, e usar a produção destes países para atender o mercado americano.”

André Rodrigues, diretor financeiro da WEG, sobre a estratégia caso a tarifa americana de 50% entre em vigor no Brasil. A fabricante de motores tem 66 fábricas em 18 países. Os EUA respondem por 22% de sua receita – e quase metade dessa fatia vem direto da produção ‘Made in USA’. Falando em WEG: ontem, ela reportou um lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no 2º trimestre – crescimento de 10% sobre o ano anterior, mas 7% abaixo do consenso do mercado.

UM GRÁFICO

Trump pediu e ela acatou. Ainda neste ano, a Coca-Cola vai lançar uma nova fórmula nos EUA, com açúcar de cana no lugar do xarope de milho. Mas vai ser só uma edição especial. A ideia é manter as duas versões circulando no mercado, sem trocar uma pela outra.

  • O pulo do gato: a empresa anunciou, na terça (22), que só vai usar açúcar de cana produzido nos EUA. É uma medida de Trump para favorecer os produtores de cana do país, em detrimento do maior exportador do mundo, o Brasil. 

  • O maior desses produtores é uma empresa chamada Florida Crystals. O dono, José Fanjul, foi um grande doador na última campanha de Trump.   

VALE PARAR PARA LER

🇦🇷 O de cima sobe e o de baixo desce

Na Argentina, as classes mais altas já conseguem sentir o gostinho de um país mais próspero. Este ano, a venda de imóveis em Buenos Aires aumentou 50%, e a procura por Porsche, Audi e BMW mais que dobrou. Mas, para a maior parte da população, a vida ainda é outra: o desemprego chegou ao maior nível em quatro anos, e 60% dos argentinos dizem que vão reduzir as compras nos próximos meses.

É isso. Boa quinta-feira!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

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