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China redesenha o mapa da indústria automotiva no Brasil

⛏️ Mineradora de Goiás recebe R$ 2,5 bi dos EUA | 🥩 Trump manda investigar frigoríficos

Ouça a versão em áudio:

Avanço da China redesenha o mapa da indústria automotiva no Brasil

Neste mês, a chinesa Geely comprou 26% da Renault no Brasil. É parte de um movimento que vem redesenhando o setor automotivo global: em vez de resistirem ao avanço da China, algumas montadoras agora preferem se aliar a ela. É o caso da parceria da Stellantis com a Leapmotor, e da GM com a SAIC.

  • O Brasil virou terreno fértil para esse avanço. Em especial, por ter tarifas baixas no setor: os EUA cobram até 150% de imposto sobre carros importados da China. Na Europa, a taxa começa em 38%. Já o Brasil cobra 35% – ou menos ainda, 16%, quando as peças chegam desmontadas.

  • Em 2024, as empresas chinesas investiram US$ 575 milhões para montar seus carros no Brasil. E prometem bem mais: juntas, BYD, GWM, Leapmotor, Jaecoo e GAC Motors projetam investimentos de R$ 20 bilhões por aqui.

Hoje vamos falar sobre:

⛏️ Mineradora de Goiás recebe R$ 2,5 bi dos EUA

🌱 Como a soja criou uma crise diplomática

🇫🇷 França ainda resiste ao acordo UE–Mercosul 

🥩 Trump manda investigar frigoríficos internacionais

HIGHLIGHTS

⛏️ Mineradora de Goiás recebe R$ 2,5 bi dos EUA

A Serra Verde, mineradora brasileira de terras raras, vai receber um financiamento de até US$ 465 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) da DFC, agência de desenvolvimento dos EUA. A empresa começou a produzir comercialmente no ano passado. A ideia é chegar a 6,5 mil toneladas por ano até 2027.

📡 Oi reconhece possível insolvência

A Oi admitiu que pode estar insolvente. Ou seja: que seu patrimônio total não é suficiente para pagar as obrigações previstas em sua recuperação judicial. Mesmo assim, o gestor judicial pediu que ela continue funcionando por enquanto, para não deixar os clientes sem serviço.

🏥 O trimestre da Mater Dei

A rede hospitalar Mater Dei teve o melhor desempenho operacional de sua história: no 3º trimestre, o EBITDA subiu 39%, para R$ 126 milhões. A receita avançou 16%, para R$ 567 milhões, puxada pelo aumento no valor dos atendimentos e pelo bom desempenho dos hospitais mais novos, em Nova Lima e Salvador.

Como a soja criou uma crise diplomática entre Argentina, EUA e China

Javier Milei precisava de ajuda. Às vésperas das eleições legislativas na Argentina, o peso derretia como gelo no deserto. O Banco Central vendia reservas para conter o câmbio – mas já ficava sem recursos. Trump, então, liberou um empréstimo de US$ 20 bilhões para o país, seu principal aliado sul-americano.

  • Dias depois, a China encomendou bilhões de dólares em soja da Argentina. Em meio à guerra tarifária, os chineses haviam parado de comprar dos EUA e redirecionaram os pedidos para a América do Sul.

  • Com mais dólares entrando na Argentina, o peso valorizou. Ótimo para o governo Milei. Mas péssimo para os produtores dos EUA: sem seu principal comprador, a soja americana ficou encalhada nos armazéns. E o preço despencou.

Entre os agricultores, o sentimento foi de traição: “a gente usou dinheiro de impostos para ajudar um país estrangeiro [a Argentina] e eles basicamente cortaram nossa garganta”, disse Dean Buchholz, fazendeiro de Illinois.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. 

UM NÚMERO

35 anos

Nos países emergentes, os preços subiram em média 2,47% no 3º trimestre em relação a um ano antes. Pela primeira vez em 35 anos, esse número ficou abaixo da inflação dos países ricos: 3,32% no período.

  • Agora, gestoras internacionais estão aproveitando para comprar títulos públicos pré-fixados de economias emergentes – entre elas, o Brasil.

  • A lógica é que, com a inflação sob controle, os BCs devem começar a cortar juros em breve. Quando isso acontecer, os títulos pré-fixados tendem a se valorizar – já que garantem os juros altos de hoje.

UMA FRASE

“Queremos apoiar nossos agricultores e, por isso, a França não assinará um acordo que, a longo prazo, os condenaria.”

Annie Genevard, ministra da Agricultura da França, sobre o acordo de livre-comércio entre UE e Mercosul. A França é a maior opositora do tratado, alegando que ele ameaça os agricultores europeus e é brando nas exigências ambientais. Em outubro, o país pediu garantias extras no acordo. Na semana passada, Emmanuel Macron elogiou a nova versão do texto – mas ainda não garantiu a assinatura.

UM GRÁFICO

Na sexta, o Ibovespa fechou o dia aos 154 mil pontos – um recorde, de novo. 

VALE PARAR PARA LER

🥩 Trump manda investigar frigoríficos internacionais 

Nos EUA, o preço da carne bovina sobe 16% no ano, devido à falta de gado por lá. Mas Trump acusa frigoríficos estrangeiros – entre eles, a JBS e a MBRF – de manipular preços. Ele pediu que o Departamento de Justiça investigue o setor, dizendo que as empresas estão lucrando “às custas do povo americano”.

🪨 Embate na mineração

A Agência Nacional de Mineração endureceu as regras de segurança no trabalho, proibindo que os funcionários das mineradoras atuem em áreas abaixo de barragens. O Ibram, associação que representa empresas do setor, diz que a norma é inviável, já que boa parte das minas, usinas e depósitos fica justamente nessas áreas.

É isso. Boa semana!

Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito

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