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Refinarias privadas sob pressão: a guerra invisível do petróleo brasileiro
Brasil exporta óleo cru enquanto refinarias locais gastam 15% mais para importar matéria-prima – um impasse que drena R$ 30 bilhões anuais em impostos

Bom dia, você vai ler hoje:
🛢️🇧🇷 Refinarias privadas X Petrobras
🏠🇺🇲 O lado B da valorização imobiliária
O desafio das refinarias independentes num mercado dominado pela Petrobras

Replan, em Paulínia (SP), a maior refinaria do país. Foto: Marcos Peron/Agência Petrobras
Enquanto o preço do petróleo desaba, as refinarias independentes no Brasil não conseguem colher como deveriam os benefícios de uma matéria-prima mais barata. Segundo a Refina Brasil, associação do setor, essas empresas são obrigadas a importar 40% do petróleo que processam, gastando 15% a mais do que gastariam em condições normais de mercado.
As refinarias são o elo fundamental que transforma o petróleo bruto em produtos essenciais para o dia a dia: gasolina, diesel, querosene de aviação, gás de cozinha.
Por isso, as disputas pelo acesso ao petróleo e as margens das refinarias impactam diretamente os preços que chegam ao bolso do consumidor, desde o combustível na bomba até o transporte de alimentos e mercadorias.
O maior problema é o acesso à matéria-prima nacional. As refinarias independentes acusam a Petrobras, que controla mais de 90% da produção, de restringir a oferta e praticar preços discriminatórios.
"Embora a gente tenha terminado com o monopólio de petróleo no Brasil, na prática ele continua existindo", afirma Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil. O caso mais emblemático é o da Acelen, dona da refinaria de Mataripe (BA), que está em conversas para vender a refinaria de volta para a Petrobras.
Entenda mais nesta reportagem de Rikardy Tooge e Lucinda Pinto.
Os americanos têm US$ 35 trilhões em imóveis – mas não estão felizes com isso

Ilustração: João Brito
A valorização acelerada do preço dos imóveis nos EUA elevou o patrimônio dos proprietários a US$ 35 trilhões. Mas isso veio com outros custos cada vez mais caros:
Em 2023, o imposto médio sobre residências aumentou 14%, forçando muita gente a cortar outros gastos para quitar o “IPTU” deles.
Na hora de vender, outro problema: as regras que isentam o vendedor do imposto sobre ganhos de capital não são ajustadas pela inflação. Com isso, dobrou o total de imóveis vendidos fora da faixa de isenção.
Enquanto isso, as taxas de juros mais altas e regras mais rígidas também têm afastado muita gente do refinanciamento (pegar um empréstimo com o imóvel como garantia). Ou seja, o patrimônio está lá, mas não vira dinheiro vivo.
Para piorar, muitas universidades consideram esse patrimônio na avaliação da renda familiar, reduzindo as chances de a família conseguir financiamento estudantil para os filhos. E aí, mais gastos…
Entenda a bola de neve imobiliária dos EUA nesta reportagem do WSJ (em português).