- O Essencial
- Posts
- Natura dá o 1o passo para vender a Avon International
Natura dá o 1o passo para vender a Avon International
💵 Bolsas lá no alto, dólar lá embaixo | 🥇 O ouro não subia tanto assim desde 1979
Ouça a versão em áudio:
Natura dá o primeiro passo para vender a Avon International
A Natura sonhava em ser uma gigante global. Em 2016, incorporou a australiana Aesop e, no ano seguinte, comprou a britânica The Body Shop. Em 2020, foi a vez de adquirir a Avon, que trazia na mala operações em cinco continentes. Mas manter esse império se mostrou caro e complexo. Não deu certo. Em pouco tempo, a Natura decidiu se desglobalizar.
Ela vendeu a Aesop e a The Body Shop em 2023. Agora, começou a enxugar também o braço internacional da Avon. Ontem, anunciou a venda da operação na América Central e Caribe, conhecida como Avon CARD. Com isso, se despede de seis países. Ainda faltam 35.
A venda será feita ao Grupo PDC, da Guatemala. O preço: o pagamento de uma dívida de US$ 22 milhões que a Avon Guatemala tinha com a Natura México.
É um pequeno-grande passo para a Natura. A Avon CARD dava um prejuízo de R$ 15 milhões por trimestre, segundo estimativas do Santander. Então, com a venda, a empresa deixa de perder uns R$ 60 milhões por ano. É pouco diante do EBITDA esperado para a holding em 2025 – algo perto de R$ 3,3 bilhões.
Ainda assim, é um sinal de que a estratégia de desglobalização está andando. Por isso mesmo, as ações da Natura fecharam em alta de 2% no pregão de ontem.
Veja mais nesta reportagem de Raquel Brandão.
Hoje vamos falar sobre:
💵 Bolsas lá no alto, dólar lá embaixo
🥇 O ouro não subia tanto assim desde 1979
💬 “Uma conversa respeitosa e produtiva”
↕️ o vai-e-vem do topo da pirâmide
Gosta de O Essencial? Compartilhe e ganhe!
Se você indicar esta newsletter para 2 pessoas, ganha um ano de assinatura digital do The Wall Street Journal. Aproveite 😉
Você indicou 0 pessoa(s). Com mais 2 indicação(ões) você recebe sua assinatura.
Ou copie e cole sua URL para indicar: https://investnews.beehiiv.com/subscribe?ref=PLACEHOLDER.
HIGHLIGHTS
🛢️ Prio ganha licença de Wahoo
A Prio recebeu aval do Ibama para instalar poços no campo de Wahoo, na Bacia de Campos, região do pré-sal. A produção deve começar entre março e abril de 2026 e pode elevar em até 44% a produção da empresa – dos atuais 90 mil barris diários para cerca de 130 mil.
💊 Pague Menos e um remédio para a liquidez
A rede de farmácias Pague Menos prepara uma oferta de ações de R$ 250 milhões para aumentar a liquidez do papel. Hoje, só 12% das ações estão em circulação. O restante está nas mãos da família Queirós e da gestora General Atlantic. O papel movimenta só R$ 3 milhões por dia – o que afasta fundos maiores, já que fica difícil comprar ou vender um volume grande de ações sem distorcer o preço.
⛏️ Vale transfere jazida de cobre a um grupo estreante de MG
A Vale vai ceder o direito de explorar uma jazida de cobre em Carajás (PA) para o Grupo Barbosa Mello (GBM), uma construtora mineira que nunca atuou em mineração. O contrato é uma cessão de título minerário: a Vale continua como dona formal, mas quem toca o projeto é a Neo, uma subsidiária da GBM.
O MELHOR DO INVESTNEWS
Bolsas lá no alto, dólar lá embaixo. O primeiro corte do Fed está precificado. Veja o que pode vir depois
O Ibovespa sobe quase 20% no ano. O dólar cede 14%. Em outros mercados o cenário é parecido, principalmente nos emergentes, que neste ano correm em busca do tempo perdido. Tudo graças ao clima de euforia que se formou à espera do início dos cortes nos juros dos EUA – que tinha congelado em dezembro de 2024.
A reunião do Fomc, o Copom deles, é amanhã. 96% do mercado, pela pesquisa diária Fed Watch, acredita num corte de 0,25 ponto percentual, reduzindo os juros por lá a 4,25%. A minoria restante aposta numa tesourada de 0,50 ponto.
E fica a pergunta: ainda tem espaço para mais valorização da bolsa brasileira, e mais queda do dólar, depois da reunião? Na visão do Bank of America e do Morgan Stanley, sim, porque a busca por diversificação para fora dos EUA ainda teria muita estrada para percorrer.
"Estamos apenas no início desse processo de diversificação global”, disse David Hauner, estrategista do Bank of America. É um ciclo virtuoso para o real. Os investimentos aumentam a oferta de dólar no Brasil. Nossa moeda valoriza. E isso traz mais dinheiro de fora, a fim de ganhar com a alta do real. Uma coisa retroalimenta a outra.
Veja mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata.


O ouro não subia tanto assim desde 1979
Em 1979, uma onda de protestos no Irã paralisou a extração de petróleo no país – na época, o segundo maior produtor do mundo. Com a redução drástica na oferta, o preço do barril disparou 80% naquele ano. E levou junto os custos de energia, transporte, alimentos… Nos EUA e na Europa, a inflação alcançou os dois dígitos, algo raro no mundo desenvolvido.
Nessa, os investidores correram para o porto seguro de sempre: o ouro. Em apenas 12 meses, ele disparou 120% – a maior alta da história moderna.
Em 2025, ainda estamos longe desse patamar. Desde janeiro, a valorização do metal é de 42%. Mas o rali já supera o de outros grandes momentos de incerteza global, tipo a pandemia ou a crise financeira de 2008.
É a história que contamos agora há pouco: tudo indica que o Fed começará a cortar juros ainda este mês. Com os títulos do Tesouro americano rendendo menos, investidores saem à caça de outros ativos. Só que as tarifas de Trump embaçaram o futuro do comércio global.
Nesse cenário, um porto seguro cai bem. Ontem, o ouro chegou a bater US$ 3.680 a onça – o equivalente a US$ 118 por grama. Um recorde.
Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.
UM NÚMERO
51%
É quanto o café arábica subiu na bolsa de NY desde agosto. A cotação bateu US$ 530 por saca.
Tem a ver com uma seca atípica aqui no Brasil. O café depende de chuvas em setembro e outubro para florescer e garantir a safra do ano seguinte. Mas, este ano, a água ainda não caiu como deveria em São Paulo, Minas e Espírito Santo. Isso ameaça a oferta de 2026.
E tem também o peso das tarifas: em agosto, passou a valer a taxa americana de 50% sobre produtos brasileiros – e o café não escapou. Antes disso, 18% do arábica exportado pelo Brasil ia para os EUA. Agora, os exportadores tentam redirecionar parte desse volume para outros mercados.
UMA FRASE
“Foi uma conversa muito respeitosa e produtiva”
UM GRÁFICO

Por algumas horas na semana passada, Larry Ellison foi o homem mais rico do planeta. Ele é dono da Oracle, empresa de computação em nuvem cujas ações dispararam na semana passada. Na ocasião, a companhia divulgou uma carteira de pedidos de US$ 455 bilhões – bem acima das previsões.
Graças ao boom da IA, Ellison foi o bilionário que mais enriqueceu este ano. Já são US$ 157 bilhões a mais desde janeiro. Ao todo, ele acumula US$ 349 bilhões.
Na outra ponta, Bill Gates foi o bilionário que mais perdeu patrimônio. É que ele decidiu acelerar as doações de sua fortuna. Pelo cronograma, ele deve entregar 99% do que lhe resta até 2045, quando a Gates Foundation será encerrada.
É isso. Até amanhã!
Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito
Recebeu a newsletter de alguém?