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Mesmo sem o mercado americano, a China ainda seria a maior exportadora de carros do planeta

Em 2024, foram quase 5,5 milhões de veículos exportados para 197 países. Os EUA receberam só 1,8% disso

Bom dia, você vai ler hoje:

🚘 O fim da “EUA-dependência” chinesa
📱 iPhone 100% americano: mito ou possibilidade?

Mesmo sem o mercado americano, a China ainda seria a maior exportadora de carros do mundo

Ilustração: João Brito

As tarifas de Trump sobre a China afetam muitos produtos altamente dependentes do mercado americano. Mas não devem fazer nem um risquinho nos carros chineses, muito menos amassar a lataria. 

Nesse setor, Pequim já tinha começado há tempos o detox para se livrar da “EUA-dependência”. Afinal, não é de hoje que os Estados Unidos estão impondo limites: Joe Biden já havia sobretaxado as importações dos veículos vindos da China em 100% no ano passado. Então, se tem um mercado cada vez mais fechado aos carros chineses, é o americano.

Os dados históricos de exportações da China mostram a mudança de estratégia de Pequim:

  • Em 2024, só 1,8% dos quase 5,5 milhões de carros de passeios feitos na China foram enviados para os EUA.

  • O mercado americano foi apenas o 13º mercado para os chineses (em 2016 e 2017, ele era o segundo).

  • Isso não impediu a alta de exportações da China. No ano passado, ela tomou do Japão o posto de maior exportador de carros de passeio do planeta.

  • Desde o boom de carros elétricos, em 2021, a China abocanhou novos mercados, como a Bélgica e o Brasil.

Mas os carros com motor à combustão ainda representam 60% das exportações chinesas, e a Rússia virou a maior cliente desde a guerra da Ucrânia, com o México na segunda posição.

Entenda o que levou a China ao topo desse ranking na reportagem de Ana Carolina Moreno.

iPhone fabricado nos EUA: apenas muito caro ou completamente impossível?

Ilustração: João Brito

Donald Trump já disse que as tarifas servem para forçar a volta da produção industrial e dos empregos aos Estados Unidos. No caso do iPhone, daria para Tim Cook um dia anunciar um “iPhone 100% Made in USA”?

A Apple não quis comentar. Então o Wall Street Journal foi ouvir especialistas em linhas globais de produção. Eis os fatos:

  • Hoje em dia, os iPhones são montados na China, mas com peças fabricadas em 40 países. 

  • A maioria está na Ásia porque a proximidade barateia o processo. A tela é sul-coreana, a câmera traseira é japonesa, o processador é taiwanês e por aí vai.

  • Transportar tudo isso para outro lugar provavelmente significaria produzir algumas peças nos EUA e outras no México e no Canadá.

  • Até daria para levar a montagem para fábricas americanas. Mas, nos próximos três a cinco anos, as peças ainda seriam importadas.

  • E seria preciso recriar a cultura da manufatura nos EUA e treinar um batalhão de pessoas em especialidades que só existem na Ásia. A Foxconn, que monta os iPhones na China, emprega 300 mil pessoas.

E aí tem o custo de tudo isso, que é no mínimo escandaloso. E que certamente seria repassado ao consumidor final. Mesmo assim, o investimento não garantiria a qualidade atual do produto. Ou seja, até daria para fazer, mas quem pagaria US$ 1 mil por um telefone de baixa qualidade?

Edição: Ana Carolina Moreno