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‘Ganhar milhões também é bom’: por que o private equity brasileiro está olhando para os EUA
Gestora Leste planeja fundo de US$ 500 milhões para 2026 e já financia negócios de latinos em expansão no mercado americano

Bom dia, você vai ler hoje:
💼 Private equity fazendo as malas
👨👩👧👦 Os negócios da família Moll
💲 O enfraquecimento do dólar
Dólar, liquidez e mercado: o que atrai o private equity brasileiro para longe de casa

Ilustração: João Brito
A gestora brasileira Leste, comandada pelo ex-sócio do BTG Pactual Emmanuel Hermann, migrou no ano passado sua estratégia de private equity – a aquisição de participação em empresas que não estão na bolsa – para os Estados Unidos.
O principal atrativo é um mercado que oferece mais opções de entrada e saída para investimentos, com maior volume de negócios e múltiplas alternativas para monetizar participações. "A grande razão da nossa mudança foi a liquidez. O mercado americano oferece uma profundidade de transações que o Brasil ainda não tem", explica Fabrício Bossle, sócio da Leste, ao InvestNews.
A estratégia ocorre em um momento em que o ambiente para o private equity no Brasil tem se deteriorado. Em 2024, o volume de operações recuou 44%, para R$ 13,3 bilhões, o menor nível em cinco anos. A combinação de juros elevados, seca de IPOs desde 2021 e incerteza econômica reduziu a atratividade do país para investimentos de longo prazo.
A Leste vem apostando em companhias de empreendedores latino-americanos que buscam expansão internacional, como a Billor, que financia caminhões para motoristas imigrantes, e a Prestige Cosméticos, distribuidora de perfumes de luxo.
Atualmente operando no modelo "deal by deal" – ou captando recursos a cada negócio, na língua de Camões –, a Leste planeja lançar um fundo de até US$ 500 milhões em 2026, consolidando sua estratégia de internacionalização.
Leia mais na reportagem de Rikardy Tooge.
Rede D’Or: Como a família Moll criou um império hospitalar
Dos dez maiores bilionários brasileiros no setor da saúde, sete têm Moll no sobrenome. Estamos falando do cardiologista Jorge Moll Filho, fundador e atual presidente do conselho de administração da Rede D’Or, sua esposa Alice (também médica) e seus filhos Paulo, Pedro, André, Renata e Jorge Neto.
Vários dos herdeiros diretos de Jorge Filho seguiram a carreira médica. Mas todos eles, sem exceção, ocupam algum cargo no grupo. O economista Paulo é o CEO, o administrador Pedro é conselheiro, assim como André, que também é diretor de Oncologia. Jorge Neto e sua esposa Fernanda dirigem o Instituto D’Or, onde Renata é pesquisadora.
Neste episódio de Negócios de Família, a jornalista Letícia Toledo explica que esse envolvimento é bem visto pelo mercado. Os médicos ajudam a atrair colegas renomados para a rede, e os demais mantém o alto nível de gestão dos hospitais das redes D’Or, São Luiz e Esperança, focados nas classes A e B, e da operadora de planos de saúde SulAmérica.
A expansão do grupo começou em 2010 e o IPO veio no fim de 2020. Entenda como a rede tem lidado com os desafios recentes do setor na reportagem completa.
E veja a íntegra do vídeo:
O que o dólar mais fraco significa para a economia global

Ilustração: João Brito
O enfraquecimento inesperado do dólar diante das outras moedas fortes está virando um problema. Em 2025, o declínio da moeda americana em relação a euro, libra e cia já é de 8%, o pior início de ano desde 1995.
Isso é ruim para empresas exportadoras, ainda mais no cenário atual:
Da gigante japonesa Toyota à pequena Harris Tweed Hebrides, que fabrica tecidos de lã na Escócia, todas sofrem agora um golpe duplo: mais tarifas para vender aos EUA e menos receitas na hora da conversão.
Esse impacto pegou muita gente de surpresa. Geralmente, quando tarifas são impostas a um país, isso enfraquece a moeda nacional. Há um lado positivo aí, digamos assim. O novo câmbio barateia os produtos dessa nação no mercado internacional e ajuda a compensar os custos das taxas.
Mas, quando Donald Trump taxou 185 países de uma só vez, a mensagem assustou o mercado. Investidores venderam ativos dos EUA, resgatando seus recursos em moedas domésticas. Isso as fortaleceu, e colocou o dólar no caminho contrário.
Entenda melhor nesta reportagem do WSJ (em português).
